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Mauá Capital: Indo a Fundo nas Oportunidades do Mercado de Crédito Imobiliário

Por que investir em um fundo de crédito com uma gestora focada no setor imobiliário? Nesse relatório vamos a fundo na estrutura da Mauá Capital e sua forma de investir.

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A recente fusão de duas gestoras reconhecidas no mercado de crédito resultou em uma empresa capaz de proporcionar a diferentes investidores, fundos de crédito de naturezas diferentes e complementares.

Mauá Capital: Episódio 89

Neste relatório, abordaremos quem é a Mauá Capital, quem são as pessoas por trás dos retornos, a diferença entre investir em um fundo tradicional e investir em um fundo da gestora, além de Ir a Fundo no caso dos veículos fechados abordados no episódio 89.

Mauá Capital

A Mauá Capital é uma gestora de recursos com mais de 17 anos de história. Recentemente formalizaram a fusão com a Jive Investments, resultando em uma empresa com mais de 12 bilhões sob gestão e mais de 320 colaboradores.

Mais especificamente, a célula da Mauá, núcleo do qual abordaremos nesse relatório, tem como foco a gestão de ativos da economia real, principalmente do segmento Imobiliário. Outras estratégias como Infraestrutura e Agro estão em desenvolvimento na gestora.

Para mais informações sobre o núcleo da Jive, confira o Indo a Fundo sobre.

Nesta estão contidos 35 colaboradores, sendo 12 sócios. Ligados diretamente à gestão são 21 pessoas, 10 sócios que trabalham juntos em média, aproximadamente 4 anos. Confira abaixo o organograma e mais detalhes sobre os principais executivos:

Organograma dos funcionários da Mauá Investimentos
Fonte: Mauá Capital

Luiz Fernando Figueiredo – Presidente do Conselho de Administração da Jive Investments

Sócio fundador da Mauá Capital, Luiz Fernando Figueiredo também é Diretor da ANBIMA. Foi Diretor do Banco Central do Brasil entre 1999 e 2003, Conselheiro e Coordenador do Comitê de Risco e Financeiro e membro do Comitê do Setor da Emissores da B3 e um dos fundadores da Gávea Investimentos. Figueiredo foi Sócio e Diretor
Tesoureiro do Banco BBA, ocupou posições de direção no Banco Nacional, JP Morgan e foi Presidente da AMEC.

Brunno Bagnariolli, CFA – Sócio Sênior & CIO Fundos Mauá

Tem mais de 10 anos de experiência em gestão de investimentos. Ingressou na Mauá em 2014 como associado na área de Renda Variável, em seguida, migrou para área de Crédito e Investimentos em Real Estate. Posteriormente, tornou-se gestor Imobiliário. Antes de se juntar a Mauá, atuou em áreas de Planejamento Estratégico & M&A e Relações com Investidores na Tupy S.A. (empresa listada).

Eduardo Rodrigues, CFA – Sócio & Head de Estruturação


Responsável por toda a área de estruturação de operações, tem mais de 15 anos de experiência profissional. Antes de ingressar na Mauá Capital trabalhou nas divisões de reestruturação e finanças corporativas da Alvarez & Marsal.
Antes disso, foi sócio da PSX e da XP Investimentos. Também trabalhou nas divisões de finanças estruturadas e investment banking do Itaú Unibanco. É Formado em engenharia do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Claudio Magno – Sócio & Head de Originação


Responsável pela área de originação de operações, tem mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro e de capitais. Antes de ingressar na Mauá Capital, trabalhou 7 anos na RB Capital, integrando o time de originação.
Antes disso, trabalhou 3 anos como analista de crédito no Banco Itaú BBA e é pós graduado em Finanças Corporativas e Banco de Investimentos pela FIA e LL.M. em Direito Financeiro e Mercado de Capitais no Insper.

A Grade de Fundos

A grade de investimentos da Mauá é ampla considerando principalmente opções de crédito com garantia de imóveis. Eles atuam desde um nicho mais High Grade, ou seja, empresas com uma melhor qualidade de crédito e estrutura de dívida normalmente mais simples como o MCCI11; passando por fundos com operações cujo risco e expectativa de retorno são médio e alto como o MCHY11, no qual é composto por ativos, em sua totalidade, originados e estruturados pela Mauá; e também fundos que possuem outras estratégias como o MCHF11 cujo mandato é mais amplo, podendo mesclar os diferentes riscos de crédito e investir em outros fundos imobiliários, por exemplo.

As casas, como a Mauá, nas quais os ativos podem ser de originados internamente, possuem a grande vantagem de capturar ganhos que ficariam com intermediários, além da possibilidade de atuar forma mais vocal no desenho das cláusulas e garantias das dívidas.

Fundos da Mauá Investimentos
Fonte: Mauá Capital

Além dos fundos imobiliários listados, que são os mais conhecidos da Mauá Capital, abordamos de forma ampla no episódio 89 também os fundos da família Mauá Cred. Aqui foram estruturados veículos junto à investidores institucionais para operações mais arrojadas de crédito, nos setores residenciais, logísticos, comerciais e de shoppings cuja garantias também são imóveis.

A estratégia começou em 2015 e já investiu mais de R$ 2 bilhões de reais, em veículos que normalmente tinham prazo de aprox. 7 anos de duração. Considerando a valorização dos ativos e das estruturas, em média, estes fundos renderam cerca de 310% do CDI¹. Vale ressaltar que o primeiro fundo desta família já foi integralmente desinvestido, tendo entregue um retorno de 14,13% a.a. (ou 225% CDI).

O período escolhido para início não foi aleatório, em 2015 as perspectivas para as taxas de juros eram altas e incertas, os bancos já não estavam com tanto apetite para empréstimos em geral, como nos anos anteriores. Nesse momento, dada a menor oferta de crédito disponível, a Mauá Capital vislumbrou uma oportunidade de ser essa fonte de financiamento alternativa, mantendo as boas garantias imobiliárias, mas dado contexto, estruturando operações com taxas mais atrativas.

As operações que foram efetuadas podem ser dividas em três tipos de crédito: (i) em torno de 50% para grandes empresas com necessidade de liquidez de recursos no curto prazo para passar por aquele período mais turbulento de forma sustentável; (ii) cerca de 30% foi crédito destinado à pessoa física e; (iii) o restante, créditos mais conhecidos como high grade. Para ilustrar esse tipo de operação, abaixo um exemplo de cada uma delas:

(i) foi estruturado um título cujo valor era em torno de um bilhão de reais, indexado ao IPCA mais uma taxa de dois dígitos com um dos grandes grupos varejista brasileiros. No momento, além dos juros altos, o setor de varejo vinha sofrendo devido a diminuição do consumo da população. Então naquele momento foi possível construir uma operação de crédito com prazo mais longo, e pegando cerca de R$ 2,8 bilhões em imóveis como garantias, o que tornou a operação bastante segura, segundo a Mauá Capital.

(ii) Operações de financiamento para pessoa física, principalmente focados em pessoas que apesar de não ter um contrato de trabalho fixo, por serem geralmente autônomas, possuíam boas fontes de renda e já tinham dado entrada de cerca de 30% a 40% do imóvel durante as obras. Novamente, buscaram um nicho onde não competiriam com bancos e teriam bons retornos e boas garantias. Nesse caso as garantias eram apartamentos em diversas cidades do Brasil, principalmente em capitais de estados. (iii) papeis High Grade. São operações mais tradicionais, com estrutura mais simples, como conceder empréstimos a empresas com a qualidade crédito mais alta, e também com maior liquidez no mercado.

¹Fonte: Mauá Capital. Dados de 01/04/2016 a 30/06/2022.

O Jeito Mauá de Investir em Crédito

A forma mais tradicional de investir em crédito no mercado, além obviamente de comprar títulos diretamente como o Tesouro Direto, são fundos de credito abertos, cujos resgate pode ser feito no mesmo dia inclusivamente. Normalmente, esses gestores analisam principalmente os seguintes fatores: (i) a saúde financeira da empresa por meio dos balanços e outros dados financeiros; (ii) a liquidez do papel, ou seja, quão fácil seria vendê-lo no mercado; (iii) atratividade relativa, ou seja, em relação a outros papeis no mercado, se a taxa da operação é atrativa; (iv) prazo ou duration, entre outros.

No caso da Maúa, seu grande diferencial é a capacidade de analisar em cada ativo de renda fixa o (i) valor do imóvel dado como garantia; (ii) a liquidez do imóvel, ou seja, caso a dívida não seja paga, quanto tempo demorariam para transformar esse imóvel em dinheiro e (iii) a geração de renda do imóvel, ou seja, caso a dívida não seja paga, qual seria o valor o valor que o imóvel poderia gerar de forma recorrente.

Dito isso, vemos o crédito imobiliário, feito por gestoras com ampla experiência no setor, uma oportunidade de diversificação bem interessante dentro de um portfólio de ativos de renda fixa para clientes moderados que possuam prazo de investimentos mais longos.

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