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Economia Americana, Canadá, China, Inteligência Artificial e BYD e Tesla | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1. Economia Americana: Dados de inflação e novas tarifas 2. Canadá: Eleições convocadas! 3. China: Novos estímulos e AI 4. Inteligência artificial: OpenAI e Amazon aceleram investimentos 5. BYD e Tesla: China assume a liderança

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1. Economia Americana: Dados de inflação e novas tarifas - Temores de desaceleração da atividade econômica geram volatilidade nas taxas das treasuries

2. Canadá: Eleições convocadas! - Após duas semanas na liderança do país, Mark Carney anuncia eleições no dia 28 de abril

3. China: Novos estímulos e AI - Governo continua buscando impulsionar o consumo interno e Ant Group anuncia uso de semicondutores chineses

4. Inteligência artificial: OpenAI e Amazon aceleram investimentos - Organização por trás do ChatGPT faz reestruturação interna e Amazon anuncia novas aplicações para AI

5. BYD e Tesla: China assume a liderança - Montadora chinesa ultrapassa a rival americana em termos de receita anual

1. Economia Americana: Dados de inflação e novas tarifas

O mercado segue na expectativa por novos anúncios da política econômica de Donald Trump e pelo detalhamento das tarifas recíprocas, esperados para o dia 2 de abril. Nessa semana, o alvo foram as importações de veículos e peças de automóveis, que passarão a ser sujeitas a uma alíquota de 25%, válida a partir do dia 3 de abril. Essas tarifas se somam às já anunciadas contra Canadá, México e China, além de englobarem quase metade dos veículos vendidos nos EUA e potencialmente provocarem um aumento expressivo nos preços dos carros. Segundo estimativas de alguns bancos, o impacto médio sobre o valor final de veículos novos pode variar de US$ 5 mil a US$ 15 mil, pressionando a inflação de curto prazo.

As novas tarifas tendem a impactar menos empresas como a Tesla, que tem grande parte da produção concentrada nos EUA. Com isso, as ações da companhia subiram +6,0% na semana, enquanto as ações de montadoras globais como Toyota, Ford e GM, cujas cadeias produtivas são mais dependentes de componentes importados, registraram quedas de -6,1%, -2,8% e -6,3%, respectivamente. O presidente da China, Xi Jinping, endereçou a escalada da guerra comercial ao pedir que as multinacionais do país se protejam dos riscos associados às cadeias globais de suprimentos.

O Fed também demonstra estar alerta para riscos adicionais ao cenário inflacionário americano. Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, afirmou que muitas empresas pretendem repassar integralmente as tarifas para os consumidores, reduzindo as expectativas de cortes nas taxas de juros este ano e elevando ainda mais a cautela dos investidores. Após a última decisão do Fed acerca da taxa de juros, o mercado chegou a reduzir suas expectativas de 3 para 2 cortes até o final de 2025. O time de economia da XP segue esperando a manutenção das taxas no patamar atual até o fim do ano.

Dados econômicos divulgados ao longo dessa semana reforçaram um cenário complexo: o deflator do índice de consumo pessoal (PCE), índice de preços preferido pelo banco central americano, subiu mais que o esperado em fevereiro (+0,4% no mês) e acelerou para 2,8% na comparação anual, ao mesmo tempo que dados de atividade seguem desacelerando e a confiança tem caído.

Com isso, na sexta-feira houve um fechamento expressivo na curva de juros: as taxas das treasuries de 10 anos caíram -11,2 bps e encerraram a semana estáveis aos 4,25%, enquanto a de 2 anos recuou -8,6 bps na sexta-feira feira e encerrou a semana em queda de -0,4 bps aos 3,90%. Essa volatilidade reflete principalmente as preocupações dos investidores com o impacto das tarifas e uma possível desaceleração econômica, fazendo com que as chances de recessão nos EUA nos próximos 12 meses aumentassem para 30%. Além disso, a atualização do Fed Atlanta divulgada nesta sexta-feira agravou as preocupações, reduzindo a estimativa do PIB para uma contração anualizada de -2,8%, com exportações líquidas pesando fortemente no resultado negativo.

2. Canadá: Eleições convocadas!

Há duas semanas, Mark Carney chegou à liderança do Canadá substituindo Justin Trudeau após sua renúncia. O novo primeiro-ministro assumiu o governo sob expectativa de uma possível convocação antecipada das eleições gerais e enfrenta um ambiente de tensões elevadas com seu principal parceiro comercial, os Estados Unidos.

Nesta semana, Carney anunciou a convocação de eleições para o próximo dia 28 de abril. Diante do ambiente de intensificação das pressões impostas pelos EUA, o cenário político evoluiu rapidamente, e o partido Liberal retomou a liderança das pesquisas de intenções de votos. O primeiro-ministro tem reforçado seu discurso de defesa da soberania canadense, ao acusar Donald Trump de tentar “quebrar” o Canadá economicamente para dominá-lo politicamente. O presidente americano voltou a defender publicamente que o Canadá deveria se tornar o “51º estado americano”, mas ao final da semana, ambos os líderes se reuniram por telefone para discutir a situação das tarifas e moderaram o tom das provocações mútuas.

Entre as primeiras medidas de seu governo, Mark Carney já tomou decisões importantes, como o fim da controversa política de taxação de carbono introduzida por Trudeau, e propôs uma redução na faixa mais baixa do imposto de renda. Além disso, reafirmou que responderá com firmeza às tarifas impostas pelos EUA, que hoje atingem principalmente aço e alumínio, e prometeu buscar novas alianças internacionais para reduzir a dependência econômica americana.

Do outro lado, o líder conservador Pierre Poilievre aposta numa campanha que tenta associar Carney às políticas liberais de seu antecessor e correligionário Trudeau, classificando o período como uma “década liberal perdida”. Poilievre defende medidas econômicas como cortes de impostos mais agressivos e maior incentivo à produção doméstica. No entanto, o discurso duro de Carney contra Trump vem rendendo bons resultados: segundo o Poll Tracker da CBC News, as últimas pesquisas indicam que os Liberais lideram com 40,2% das intenções de voto contra 37,3% dos Conservadores, que perderam sua liderança após a renúncia de Trudeau. A probabilidade de os Liberais conquistarem um governo majoritário hoje é estimada em 69%.

Com o início da campanha eleitoral, a expectativa é que as tensões comerciais com Trump permaneçam no centro do debate, sendo fator determinante para a decisão do eleitor canadense. Enquanto os Liberais tentam consolidar o bom momento sob a liderança de Carney, investidores devem se preparar para mais volatilidade nas bolsas locais até que fique mais claro qual partido sairá vencedor dessa disputa, que promete ser uma das mais acirradas dos últimos anos. Desde que Carney assumiu o cargo de primeiro-ministro, o EWC, ETF que reflete o desempenho das ações canadenses, teve alta de +2,2% ante uma queda de -0,5% do S&P 500 no mesmo período.

3. China: Novos estímulos e AI

Novos anúncios por parte do governo chinês reforçam nossa tese positiva para investimentos na região. Nossa perspectiva positiva para a China se baseia em três pilares principais de fomento da economia pelo governo: i) estímulos que buscam impulsionar o consumo interno; ii) retomada da confiança dos investidores (locais e estrangeiros);e iii) transição de um modelo de crescimento ligado a infraestrutura para outro centrado em tecnologia e inovação.

Ao longo dessa semana, os destaques foram temas ligados à confiança dos investidores, com uma sinalização de mudanças nas políticas sobre IPOs no país.Após uma pausa prolongada que diminuiu em 80% o volume de IPOs em 2024, as autoridades chinesas passaram a indicar nas últimas semanas que empresas de tecnologia, consumo e indústria avançada poderão voltar a iniciar processos para abertura de capital. Nos últimos anos, diversas companhias foram barradas de abrir capital, sendo Ant Group o caso mais emblemático, ao ter seu IPO de US$37 bilhões de dólares cancelado em 2020, mesma época de início do crackdown das grandes empresas de tech pelo governo chinês, que desencadeou desconfiança dos mercados.

Adicionalmente, o presidente Xi Jinping se reuniu no final da semana com executivos estrangeiros em Pequim como parte dos esforços para impulsionar a confiança dos investidores. Xi endereçou questões como incertezas tarifárias e geopolíticas ao afirmar que as empresas estrangeiras são participantes importantes no processo de modernização da China e são bem-vindas para manter as linhas de comunicação abertas com o governo chinês, dando uma clara mensagem de que o país está aberto para negócios em um ambiente de comércio global cada vez mais incerto.

O governo chinês segue sinalizando seu comprometimento com a retomada da atividade econômica local: o banco central (PBoC) anunciou uma nova injeção de liquidez, de CNY 63 bilhões. A medida faz parte de uma estratégia mais ampla de política monetária expansionista que também prevê futuros cortes na taxa de juros e nas taxas do compulsório bancário.

E por fim, novamente anúncios sobre avanços em inteligência artificial foram destaque na semana, corroborando nossa tese de transição do motor do crescimento econômico na região. Após lançamento de novos modelos de AI pela Baidu na semana passada, agora a Ant Group, subsidiária da Alibaba, divulgou que adotou uma combinação de chips chineses e americanos para reduzir custos no desenvolvimento de inteligência artificial com aplicação para o setor de saúde. A notícia é um passo para a diminuição da dependência tecnológica externa, em consonância com objetivos de longo prazo do país, colaborando para acelerar a inovação em setores estratégicos.

Alibaba faz parte da carteira Top Ações Globais XP

Apesar disso, a semana foi de queda para as bolsas chinesas, ante movimentos técnicos e riscos associados ao anúncio de novas tarifas por Trump na próxima semana (conforme comentamos no tema #1). O ETF FXI, das grandes empresas chinesas sofre queda de -2,0% na semana, enquanto o KWEB, ETF de empresas de tecnologia na China cai -1,5% na semana. 

4. Inteligência artificial: OpenAI e Amazon aceleram investimentos

A temática de inteligência artificial continua sendo a principal aposta das gigantes de tecnologia. As Big Techs têm intensificado investimentos e realizado mudanças estratégicas para garantir espaço nesse mercado altamente competitivo: nesta semana, foi a vez de novos anúncios da OpenAI e Amazon.

A OpenAI, organização por trás do chatGPT, já projeta receita de US$ 12,7 bilhões em 2025, o triplo de sua receita corrente, e indicativo de sua posição já bem estabelecida no mercado. Em meio à expansão acelerada, o CEO Sam Altman anunciou uma reorganização entre as lideranças da companhia, na qual ele irá se afastar das operações cotidianas para focar exclusivamente em pesquisa e desenvolvimento, enquanto Brad Lightcap assume o comando da gestão global e das parcerias estratégicas. As mudanças vêm após um investimento de US$ 40 bilhões realizado pelo SoftBank, como parte do projeto Stargate, iniciativa de investimentos em infraestrutura para IA em parceria com Oracle e incentivada pelo governo Trump.

A Amazon, por sua vez, anunciou esforços para acelerar investimentos e se posicionar como referência em AI aplicada ao comércio eletrônico e à saúde. Recentemente, a companhia iniciou testes de novos recursos em larga escala, incluindo o Interests AI, que oferece recomendações personalizadas e conversacionais, revolucionando o modo como consumidores encontram produtos no site. Ao mesmo tempo, a Amazon está desenvolvendoo Health AI, chatbot de saúde que orienta usuários sobre cuidados básicos, os conectando à farmácia digital e oferecendo acesso ao serviço médico da One Medical, empresa adquirida pela Amazon. Essas novidades fazem parte de um projeto maior, que segundo o CEO Andy Jassy, envolve cerca de mil aplicações de AI espalhadas por diferentes setores da empresa.

Distinguimos 4 fases dos investimentos em AI: semicondutores (Nvidia, base da cadeia), infraestrutura (empresas de data centers e geradoras de energia elétrica, por exemplo), IA para geração de receita (como essa nova tecnologia pode ajudar setores diversos da economia a aumentar receita, aplicações em cybersegurança, saúde, etc) e custos (aumento de produtividade).

O anúncio de Amazon nessa semana e o Operator da OpenAI, que promete executar tarefas cotidianas para os usuários, como fazer suas compras mensais em diferentes plataformas, são indicativos de que as empresas têm progredido em direção à terceira e quarta fase, porém ainda com amplo espaço para inovação e novos usos para a tecnologia, o que deve seguir sustentando a demanda por semicondutores e infraestrutura adiante, ainda que o ritmo de crescimento seja mais moderado.

Por fim, com a escalada da guerra comercial e os novos dados de inflação que falamos mais no tema #2, os investidores estão preocupados com o aumento de preços e seu impacto na demanda do consumidor. Com isso, as ações da Amazon apresentaram forte queda na sexta-feira, fazendo com que as ações acumulassem queda de -1,8% durante a semana.

5. BYD e Tesla: China assume a liderança

A montadora chinesa BYD anunciou nesta semana resultados históricos, ultrapassando pela primeira vez a marca de US$ 100 bilhões em receitas anuais. Com faturamento de US$ 107 bilhões em 2024, a empresa superou os US$ 97,7 bilhões registrados pela rival americana Tesla, intensificando ainda mais a competição entre as duas gigantes do setor. A receita da BYD avançou 29%, impulsionada principalmente pela venda recorde de 4,3 milhões de veículos elétricos e híbridos, o que a colocou entre as seis maiores montadoras do mundo em volume de vendas, à frente de marcas tradicionais como a Honda.

O crescimento acelerado da BYD está diretamente relacionado ao desenvolvimento de novas tecnologias, que têm atraído atenção global. Recentemente, a companhia lançou uma plataforma revolucionária de baterias com carregamento ultrarrápido, capazes de com apenas cinco minutos de carga proporcionarem 400 km de autonomia. Enquanto a Tesla enfrenta dificuldades para implementar seu sistema direção totalmente autônoma na China, ante entraves regulatórios, a BYD já oferece gratuitamente sua tecnologia avançada de assistência ao condutor, o sistema “Eyes of God, em quase todos os modelos, ampliando sua vantagem competitiva.

A Tesla vive um momento complicado, acumulando perdas em mercados estratégicos como Europa e Estados Unidos. As vendas da montadora caíram 49% na Europa nos primeiros meses deste ano, afetadas por uma série de polêmicas envolvendo seu CEO, Elon Musk, cuja proximidade a figuras políticas controversas tem afastado consumidores da Tesla.

Além disso, problemas de qualidade continuam gerando insegurança entre consumidores da marca americana. Apenas na última semana, a Tesla anunciou um recall massivo do Cybertruck devido ao risco de peças externas se desprenderem durante a condução. Esses fatores contribuíram para uma queda acumulada de mais de 34% nas ações da empresa neste ano, enquanto a BYD viu seus papéis valorizarem 53%. Com isso, fica evidente que a BYD vem conseguindo consolidar sua liderança e redefinir as expectativas no disputado mercado global de veículos elétricos.

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