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Dois números que determinarão o rumo da economia global; revisamos o preço-alvo do S&P 500 para 3.900 pontos

Estratégia Macro Global: Dados de emprego e inflação no EUA serão chave pra determinar se a economia global entrará numa recessão

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O desempenho dos próximos números de empregos e inflação nos EUA será determinante para saber se a economia mundial entrará em recessão. Por ora, com a taxa de juros em alta, estamos revisamos o preço-alvo do S&P 500 de 2022 para 3.900 pontos e de 2023 para 4.000 pontos.

1. Acreditamos que o destino da economia mundial depende da divulgação de dois dados. Avaliamos que o os próximos números de empregos e inflação dos EUA referentes a setembro serão determinantes para saber se a economia mundial entrará em uma recessão profunda em 2023, em um cenário de estagnação, ou apenas uma recessão leve. Conforme argumentamos em relatórios anteriores, acreditamos que o maior risco para a economia mundial é que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) aperte os juros excessivamente nos próximos meses, provocando uma recessão intensa. Consideramos que, se os juros subirem para o patamar sugerido pelas projeções dos membros do Comitê de Política Monetária (4,4% em 2022 e 4,6% em 2023), a atividade sofrerá muito no futuro, pois a taxa real de juros aumentaria para níveis não vistos desde o início dos anos 2000.

2. Qualquer decisão que o Fed fizer neste momento terá pouco efeito sobre a inflação, mas pode afetar a atividade econômica significativamente.  Acreditamos que a esmagadora maioria dos dados de alta frequência sugerem que os EUA e a economia mundial estão diante de um processo desinflacionário, impulsionado por (1) a normalização das cadeias de suprimentos, (2) preços de commodities mais baixos, (3) valorização do dólar americano, e (4) o fato de que condições financeiras consideravelmente mais apertadas terão, mais cedo ou mais tarde, um efeito negativo na dinâmica da demanda agregada. Por outro lado, juros mais altos podem levar a uma forte desaceleração repentina da atividade econômica, já que há uma defasagem considerável dos efeitos das decisões de política monetária na economia (de entre 6 e 12 meses).

3. Voltando para a importância dos próximos dados, acreditamos que os números do mercado de trabalho, que serão divulgados no dia 7 de outubro, serão de grande relevância. Acreditamos que um anúncio de crescimento acima de 400-500 mil postos de emprego, em conjunto com um forte aumento de salários (acima de 0,4% no mês) praticamente selaria a necessidade de o Fed elevar os juros em 0,75pp em novembro para “forçar um equilíbrio” no mercado de trabalho – que, atualmente, tem muitas vagas abertas e poucas pessoas disponíveis para preenchê-las. Por outro lado, qualquer número abaixo de 200 mil pode trazer algum alívio para os mercados, e mais ainda se o número for acompanhado por um crescimento salarial mais suave (cerca de 0,2% no mês). O consenso de mercado para o crescimento no número de postos de emprego é atualmente é de 250 mil, e nosso modelo sugere 230 mil.  

4. Além disso, os dados de inflação (CPI) referentes a setembro, que serão publicados no dia 13 de outubro, podem ser ainda mais importantes para o desempenho futuro do mercado. A boa notícia é que os indicadores apoiam a tese de um número positivo pode ser divulgado em setembro. Entre os diversos motivos, destacamos: (1) os preços do petróleo WTI caíram 36% em relação às altas observadas em março deste ano, (2) os preços da gasolina no varejo caíram 26% desde o pico em junho, (3) os preços do trigo no atacado caíram 39% do pico observado em maio, (4) o preço da madeira caiu 70% em relação aos níveis máximos de março, (5) o custo do contêiner caiu 62% desde janeiro e (6) o custo de carros e caminhões usados ​​caiu 4% em agosto e 2,3% na primeira quinzena de setembro. Com isso, acreditamos que os dados provavelmente surpreenderão os mercados positivamente, e projetamos que a inflação ao consumidor será de 0% no acumulado de 12 meses em setembro.

Com isso, revisamos o preço-alvo do S&P 500 de 2022 para 3.900 pontos e de 2023 para 4.000 pontos. Não estamos abandonando a nossa visão de que uma surpresa positiva na inflação ou uma surpresa negativa nos dados do mercado de trabalho poderiam forçar mudanças drásticas na curva de juros futuro. Dito isto, os mercados atualmente precificam juros mais altos em resposta a uma sequência de surpresas negativas nos dados de inflação. Portanto, estamos ajustando o nosso preço-alvo do S&P 500 de 2022 de 4.300 pontos para 3.900 pontos e de 2023 de 4.400 pontos para 4.000 pontos. No entanto, a bolsa americana pode surpreender se observarmos (1) dados de inflação mais favoráveis, (2) uma recuperação da taxa de juros da Treasury de 10 anos para em torno de 3,25%, e (3) os EUA não entrarem em uma recessão profunda. Vamos aguardar a divulgação dos próximos “dados chave” antes de tomar uma decisão sobre a nossa expectativa de lucro para 2023.

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