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Dirigentes do Fed, inflação na Europa, OPEP+, Pfizer e Amazon | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1. Discursos de dirigentes do Fed impactam Treasuries 2. Inflação desacelera na Europa 3. OPEP+ se reúne, cortes são prorrogados 4. Pfizer falha em teste de remédio para emagrecimento 5. Amazon se torna a maior empresa de logística dos EUA

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1. Discursos de dirigentes do Fed impactam Treasuries – Leitura dovish é responsável por fechamento das curvas e antecipação da expectativa da data de iníco do ciclo de cortes de juros

2. Inflação desacelera na Europa – Queda na inflçaão e estágio mais avançado de desaceleração econômica provocam antecipação da expectativa da data de iníco do ciclo de cortes de juros

3. OPEP+ se reúne, cortes são prorrogados – Arábia Saudita mantém o corte de produção até março de 2024, Brasil ingressa no bloco em janeiro

4. Pfizer falha em teste de remédio para emagrecimento – Empresa descontinua testes com sua versão de duas doses diárias do danuglipron

5. Amazon se torna a maior empresa de logística dos EUA – Companhia ultrapassa UPS, ações da Amazon sobem 75% no ano

Publicamos um resumo consolidado da Temporada de Resultados internacional, confira:

Temporada de resultados internacional do 3T23: De carona na cauda do cometa

1. Discursos de dirigentes do Fed impactam Treasuries

A semana foi marcada por uma série de pronunciamentos de dirigentes do Federal Reserve, que contribuíram para semana de fechamento das taxas longas de juros e desempenho positivo dos ativos de risco.  

Waller, e Mester tiveram comunicações interpretadas mais como mais dovish, ou seja, mais brandas com o controle da inflação, destacando que a política monetária já se encontra em patamar suficientemente restritivo, e que os próximos passos dependerão das próximas divulgações de dados econômicos.

Já Bowman e Powell (presidente do Fed), adotaram tom mais hawkish, ou seja, mais cauteloso com as condições econômicas e duro da condução da política monetária. Powell declarou que o Fed está preparado para apertar ainda mais as condições monetárias caso seja apropriado, mas reconheceu que a taxa de juros já se encontra em patamar consideravelmente restritivo e que a atividade econômica já tem desacelerado. Um ponto importante é a menção da política fiscal, que Powell considera não ser sustentável a longo prazo considerando o nível de gasto corrente.

A leitura dovish prevaleceu: após o discurso de Powell nesta sexta-feira (01), as taxas caíram cerca de 14 bps e o SPX teve alta de 0,6%. Na semana, a taxa dos títulos de 10 anos encerrou a semana em 4,22%, uma queda de 25 pontos base, enquanto os títulos de 30 anos fecharam em 4,40%, uma queda de 20 bps em relação ao fechamento da semana anterior.

As expectativas de curto prazo também foram afetadas: a chance de um corte de juros em março subiu para 73%, de 29% na semana anterior.

2. Inflação desacelera na Europa

Na Europa, aumenta a expectativa do mercado que o Banco Central Europeu (ECB) antecipe o início do ciclo de corte de juros, ante dados de inflação regionais que desaceleraram mais que o previsto.

Nesta semana, a inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro registrou deflação de 0,5% em outubro, e no acumulado em 12 meses recuou mais que o mercado antecipava de 2,9% em setembro para 2,4%. O dado agregado foi acompanhado de outras inflações regionais mais baixas que o esperado, como a da Espanha (que desacelerou de 3,5% em 12 meses para 3,2% em outubro), da França (caiu de 4,5% para 3,8%) e de algumas regiões da Alemanha.

A presidente do ECB, Christine Lagarde, alertou que “este não é o momento de começar a declarar vitória”. Lagarde não sinalizou novas altas de juros, mas alertou que as taxas podem permanecer elevadas ​​por um período prolongado.

As condições de atividade econômica na Europa têm se deteriorado mais rapidamente que nos EUA, o que leva o mercado a crer que o início dos cortes de juros na região pelo ECB chegará antes do Fed iniciar movimento similar.

3. OPEP+ se reúne, cortes são prorrogados

A OPEP+ se reuniu nesta semana, após adiamento na semana anterior ante aparente falta de acordo do bloco com países africanos (notadamente, Nigéria e Angola) em relação à oferta da commodity. A Arábia Saudita anunciou extensão do corte unilaterais de produção de 1 milhão de barris por dia, iniciado em abril desse ano, até o final do 1º trimestre de 2024. Até então, os cortes eram válidos até o final de 2023, mas uma extensão vinha sendo antecipada pelo mercado, considerando a trajetória recente do preço da commodity e os posicionamentos do país árabe, que estaria insatisfeita com o elevado nível de produção de alguns países do bloco.

Na reunião, também foi anunciada a adesão do Brasil à OPEP+, aprovada pelo presidente Lula, com início a partir de janeiro de 2024. Entretanto, ainda não está claro se o Brasil já terá que realizar algum corte de produção de imediato. O anúncio vem após o convite para que a Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos (membros da OPEP) se juntem ao bloco BRICS+, realizado em agosto.

Os preços do petróleo tiveram leve queda nessa semana, mas passaram por período de volatilidade em momentos próximos à reunião da OPEP+. A commodity chegou a negociar a US$ 84,55 por barril (1º futuro do Brent) mas retrocedeu após anúncio da decisão em linha com as expectativas e fechou a US$ 79,05 (contra US$ 80,55 na semana anterior). Com isso, a produção saudita será de cerca de 9 milhões de barris por dia até o final de março de 2024. O encerramento do corte deverá ser feito de forma gradual, sujeito às condições de mercado correntes.

Durante 2023, os preços do petróleo tem permanecido consideravelmente inferior ao nível de 2022, mesmo levando em consideração o recente aumento nas tensões no Oriente Médio. O desempenho mais fraco da commodity nesse ano se deve em grande medida à recuperação menor que se antecipava para a economia chinesa, incerteza quanto à oferta de países sancionados pelos EUA (Irã e Venezuela) e redução na demanda global.

4. Pfizer falha em teste de remédio para emagrecimento

A Pfizer informou hoje que está descontinuando os testes com sua versão de duas doses diárias do danuglipron, sua versão do remédio para diabetes (emagrecimento) baseado em GLP-1.

O Glucagon-like peptide-1 (GLP-1) é um hormônio que nossos corpos produzem naturalmente e liberado pelo intestino após as refeições. O GLP-1 ajuda a controlar nossos níveis de açúcar no sangue via produção de insulina e dando a sensação de saciedade. Inicialmente usados para tratar o diabetes tipo 2, esses medicamentos têm revolucionado a indústria de saúde ao serem usados para combater a obesidade.

Várias empresas estão envolvidas na produção e venda de medicamentos GLP-1, porém a Eli Lilly e a Novo Nordisk são líderes do mercado. A Novo, que inicialmente vendia o Ozempic para diabetes, relançou o medicamento, agora aprovado para tratamento da obesidade, como Wegovy. A Lilly, de forma semelhante, relançou o Mounjaro (diabetes) como Zepbound e conseguiu a aprovação da FDA (órgão que regula os medicamentos nos EUA) recentemente para tratamento da obesidade.

A Pfizer, que tem testado a sua própria droga com a mesma finalidade, já havia suspenso os testes de um primeiro medicamento, o lotiglipron, em junho devido a efeitos colaterais no fígado dos usuários. Nesta sexta-feira, a empresa reportou que descontinuou o desenvolvimento da versão de duas doses diárias do danuglipron devido a elevados índices de efeitos colaterais como diarreia, enjoos e vômitos.

Com uma meta de capturar um terço do mercado, a Pfizer voltará seus esforços para a versão de dose diária única do danuglipron, porém os resultados dos testes só deverão ser anunciados em meados do primeiro trimestre de 2024. Com a notícia negativa de hoje, as preocupações com a lucratividade da companhia aumentam e as ações caíram mais de 5%, ampliando a queda no ano para cerca de 40%.

5. Amazon se torna a maior empresa de logística dos EUA

De acordo com matéria do Wall Street Journal, a Amazon, gigante do comércio eletrônico e uma dar principais provedoras de serviços de computação na nuvem do mundo, se tornou a maior empresa de logística dos EUA.

De acordo com números internos, a companhia fundada por Jeff Bezos entregou cerca de 4,8 bilhões de  pacotes para residências americanas até a semana anterior ao Thanksgiving (Dia de Ação de Graças, alta temporada de vendas nos EUA) e estava apontando para um total de 5,9bi em 2023. A UPS, que detinha o trono até 2022, afirmou que este ano não excederia os 5,3 bilhões de pacotes entregues em 2022. Já a terceira colocada, Fedex, deve ficar em torno de 3 bilhões.

O braço logístico da Amazon é visto por muitos analistas como uma grande linha de negócios ainda pouco explorada pela empresa. Após investimentos massivos em vans, caminhões, aviões, centros de distribuição e até mesmo em inteligência de entrega por drones, a empresa ainda usa sua capacidade logística como suporte ao negócio de e-commerce, porém espera-se que, em breve, a empresa possa oferecer serviços de LaaS (Logistics-as-a-Service) para além da sua rede e, desta forma, otimizar e monetizar seus ativos.

As ações da Amazon sobem 75% no ano e o resultado recente mostrou que a empresa segue crescendo nos segmentos de e-commerce e de computação na nuvem, grande aposta da empresa no momento, especialmente dado o recente boom de Inteligência artificial que refletiu em mais demanda por poder computacional. O segmento logístico, por enquanto, segue sendo apenas uma promessa de agregar valor para o acionista no futuro.

PS: Atribuímos como baixa a probabilidade de haver perdas significativas para a empresa em virtude de royalties devidos ao grande Estado do Amazonas.

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