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Os caminhos para a diversificação internacional: Indo a Fundo no Outliers com a Schroders

A ideia é ir a fundo na plataforma de distribuição de fundos internacionais da Schroders Brasil, gestora recebida no 54° episódio do Outliers.

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Semanalmente, aos sábados, um novo episódio do Outliers é divulgado nos agregadores de podcasts. Até aí, sem novidades. As boas novas são que os episódios passaram a ser transmitidos também em vídeo no Youtube da XP e que o time de analistas da XP passou a cobrir esses episódios para serem publicados em um relatório, como esse, que se aprofunda mais ainda em informações e detalhes sobre a gestora e/ou sobre o(s) fundo(s) discutido(s) em cada episódio. Nosso objetivo é ir mais fundo para ajudá-lo na análise desses produtos, por isso apresentamos o “Indo a Fundo no Outliers”.

Aproveitaremos a grande qualidade dos assuntos abordados e escolheremos um para analisarmos a fundo. No caso desta versão discorremos com mais detalhes sobre a estrutura de distribuição de fundos internacionais da Schroder Brasil, gestora recebida no 54° episódio do Outliers.

Conheça com mais detalhes a plataforma de distribuição Schroder Gaia e a estratégia do fundo Wellington Schroder Gaia, resultado de uma parceria com a Wellington Management, uma das maiores gestoras independentes do mundo.

Conheça a Schroders

Fundada em 1804 a Schroders é uma empresa multinacional britânica especializada na gestão de ativos que opera em mais de 37 países e atualmente conta com US$ 990,9 bi sob administração. No Brasil desde 1998, administra cerca de R$ 8 bi, sendo uma das 20 maiores gestoras independentes do Brasil segundo o ranking da Anbima.

Ao todo são mais de 5.700 colaboradores que atuam na Europa, Américas, Ásia e Oriente Médio, região de atuação e investimentos da gestora. Em termos de distribuição de gestão por região, de acordo com o levantamento divulgado pela gestora, até dezembro de 2021 a operação no Reino Unido era a mais relevante (48%), seguido da Europa (19%), Ásia (17%) e Américas (15%).

Total de clientes por região da Schroders, onde até dezembro de 2021 a operação no Reino Unido era a mais relevante (48%), seguido da Europa (19%), Ásia (17%) e Américas (15%).

Após cerca de 10 anos de operação no Brasil, a gigante global montou a estrutura Schroders GAIA, braço operacional responsável pela distribuição de estratégias exclusivas de algumas das maiores gestoras do mundo. A plataforma nasceu com o objetivo de oferecer aos investidores soluções completas para suas as carteiras, através de alternativas de investimentos complementares as que já eram oferecidas pela Schroders.

Em primeiro momento pode não parecer uma boa ideia facilitar a entrada de outros produtos internacionais no mercado local, sendo uma gestora global já bem consolidada no Brasil. Entretanto, quando analisamos as características dos fundos que são disponibilizados na plataforma da Schroders é possível compreender que são produtos (i) descorrelacionados com os já disponíveis na indústria local; que (ii) complementares aos demais ativos disponibilizados pela Schroders; e que são (iii) exclusivos, distribuídos a nível global apenas através da Schroders.

Em termos práticos quando uma parceria é firmada com uma grande gestora global, a Schroders fica como responsável legal pelo produto desenvolvido e sua distribuição, enquanto a gestão do portfólio fica sob responsabilidade da gestora parceira.

A entrada de fundos internacionais no Brasil precisa seguir uma série de regras regulatórias que envolve principalmente a liquidez do fundo e a concentração de ativos, que não pode ser superior a 10% em um único ativo, e os que tiverem entre 5% e 10% não podem totalizar 40% do portfolio se somados. Essa regra serve para proteger os investidores de fundos extremamente concentrados, dependentes ou alavancados em um único ativo.

Além das questões regulatórias, na seleção de ativos a Schroders também leva em consideração a cultura de investimentos dos brasileiros, que tende a possuir um custo de oportunidade superior se comparado aos EUA – devido à taxa básica de juros (Selic) historicamente mais alta do que em muitos países. Um outro aspecto relevante na seleção de estratégias é a consistência na entrega de retornos positivos, onde a resiliência em momentos de estresses precisa existir, muito de olho na baixa maturidade do mercado local para compreender variações negativas de retornos.

Schroders & Wellington

A Wellington Management, uma das parcerias que a Schroders possui, tem sob administração cerca de US$ 1,3 trilhões, o que a torna uma das maiores gestoras independentes do mundo. Fundada em 1928 a Wellington conta com mais de 800 profissionais de investimentos e possui grande relevância no mercado internacional.

Preservando seu DNA de boutique de investimentos, a Wellington fornece uma cobertura detalhada de mais de 5.000 ações de empresas em todo mundo, além de possuir cobertura em quase todas as classes de ativos. A gestora passou a incluir produtos alternativos em seu portfólio em 1994, e atualmente já conta com 50 diferentes estratégias.

Como resultado dessa parceria, a Schroders buscou dentro do portfólio da Wellington alternativas que fossem diversificadas, com baixo risco e com bom histórico de retornos positivos. A estratégia Wellington Pagosa se enquadrou nesses requisitos, e passou a ser distribuída no Brasil em 2021 em suas duas versões: com e sem proteção (hedge) cambial. Além disso, a distribuição passou a ser exclusiva da Schorders, e o nome da estratégia no mercado local é Wellington Schroder GAIA.

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Wellington Schroder GAIA

Lançado em 2020 no Brasil, a estratégia Welington Schroder Gaia possui mais de 9 anos de histórico no mercado global. Se tratando de um fundo internacional multiestrategia, esse é um fundo que busca retorno absoluto com baixa direcionalidade de mercado, onde através da gestão ativa são selecionados ativos diversificados buscando ganho de capital no longo prazo.

Fonte: Economatica. Elaboração: XP

No gráfico acima temos o retorno acumulado desde o início dos fundos no Brasil, tanto na versão com hedge cambial, que não tem exposição à variação do dólar em relação ao real (linha laranja), quanto na versão sem hedge cambial (linha preta). Desde 04/11/2020 o fundo sem exposição ao dólar acumulou +17,62% de retorno, mais do que o dobro do CDI no mesmo período (linha azul). Enquanto isso, o fundo na sua versão em dólar acumulou -8,86% de retorno, sofrendo principalmente em 2022 devido ao efeito da valorização do real frente à moeda americana.

Entretanto, não é regra o fundo em dólar render menos do que o fundo em reais (com hedge). De qualquer forma, há que se avaliar os prós e contras de escolher entre as duas versões, considerando que normalmente a versão em dólar possui maior volatilidade, uma vez que está sujeita não só a variação de preço dos ativos que compõem o fundo, mas também a variação cambial.

Fonte: Mais Retorno

Métricas de risco históricas podem ser avaliadas acima olhando para a volatilidade dos fundos, sendo a linha verde a volatilidade do fundo com hedge cambial. Claramente a oscilação histórica dos retornos do fundo que tem exposição ao dólar é quase 3x maior que a da versão sem exposição. Além disso, as perdas máximas também foram mais agudas no fundo com exposição à variação cambial. Importante novamente ressaltar que se a oscilação cambial traz maiores riscos ao produto, pode também contribuir para maiores retornos em cenários em que haja uma depreciação do real frente ao dólar.

Dennis Kim e Roberto Isch são os gestores da estratégia na Wellington, que possui além deles outros 21 profissionais responsáveis pelo ajuste das exposições e pela diversificação do fundo, que conta com 14 estratégias distintas divididas em quatro blocos: Macro, Ações, Crédito e Quantitativo.

Em Macro, exploram principalmente estratégias de juros e moedas nos países do G10 e mercados emergentes. Já em Ações fazem bastante long short entre ações do mesmo setor ou de setores distintos, principalmente em saúde, tecnologia, consumo, energia, industriais e financeiro. Na estratégia de Crédito realizam majoritariamente long short e valor relativo, tanto em papéis de mercados emergentes quanto de países desenvolvidos. Por fim, usam diversos modelos e algoritmos para seleção de ações, capturar reversões a média e diversas outros abordagens sistemáticas que capturam distorções de mercado dentro da estratégia Quantitativa.

Além da diversificação, o fundo se destaca pela resiliência nos momentos mais recentes de estresse do mercado. Se pegarmos no ano de 2021, por exemplo, no qual diversos foram os desafios nos diferentes mercados por conta ainda dos efeitos da pandemia e particularmente no Brasil, onde houve grande volatilidade nas ações, notamos no gráfico abaixo que na maioria dos meses o fundo (na sua versão com hedge) subiu mais que o IHFA, índice de fundos multimercados aqui do Brasil. Além disso, nas quedas, defendeu em quase todas as ocasiões de performance negativa do IHFA.

Fonte: Quantum. Elaboração: Schorders

Vale pontuar que o fundo não segue nenhum benchmark específico. Nesse ano de 2021 o retorno acumulado do fundo Wellington Schroder Gaia foi de 8,49% contra o CDI que variou 4,4% e o IHFA que apresentou um retorno de 2,0% nesse mesmo período.

Para cada estratégia, um objetivo

O tema flexibilidade de alocação já foi mencionado por aqui anteriormente, quando apresentamos  o papel dos fundos multimercados nas carteiras, classe de ativos brasileira, mas que possui provável inspiração dos famosos “Hedge Funds” americanos. Além disso, tanto para a alocação local, quanto para internacional, esses produtos conservam seu tripé básico de existência: (i) diversificação, através da alocação em diferentes mercados; (ii) controle de riscos, que tende a ser menor do que fundos long only de ações; e (iii) retornos menos dependentes dos cenários de alta ou queda dos mercados.

Um outro ponto muito interessante e que foi levantado nesse episódio do Outliers foi a respeito do custo de oportunidade do investidor brasileiro – que é superior a grande parte dos investidores globais em decorrência do nosso histórico de taxa de juros altas.

Com a Selic atual em 11,75% existe um movimento natural de aversão a risco, que leva os investidores a alocarem em ativos mais conservadores. Entretanto, é importante reforçar que cada classe possui um objetivo dentro da carteira, e os ativos que oferecem maiores riscos, apesar de poderem apresentar variações negativas no curto prazo, são recomendados para horizontes de investimentos mais longos, para que com o tempo, essas variações se traduzam em rendimentos expressivos e com isso gere retornos nominais além da taxa básica de juros (Selic) e retornos reais acima da inflação.

Esse entendimento é essencial para montar a alocação de uma carteira e definir o percentual de cada ativo no portfólio. Para investidores que possuem dúvidas sobre o quanto alocar em cada classe de ativo, como é o caso dos investimentos globais através de fundos como o Wellington Schroder Gaia, são publicadas mensalmente nossas carteiras recomendas por perfil de investidor que ajudam a direcionar não apenas acerca do alocação sugerida por classe (asset allocation) de cada carteira, mas também, sobre quais ativos são sugeridos em cada uma delas. Que tal investir de forma global e profissional ?

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