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PIB do 2º trimestre: Sinais mais claros de desaceleração (gradual) da atividade doméstica 

O desempenho da economia foi sustentado pelos setores menos sensíveis ao ciclo econômico.

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O PIB avançou 0,4% no segundo trimestre de 2025, após expansão de 1,3% no 1º trimestre. O ritmo mais moderado reflete os efeitos das condições financeiras mais restritivas – como juros elevados e alto endividamento das famílias. Por sua vez, tanto setores menos sensíveis ao ciclo econômico quanto os mais sensíveis à renda mostraram resiliência, sustentados pela safra recorde de grãos e por um mercado de trabalho robusto.

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Por que o PIB cresceu no segundo trimestre de 2025?

Do lado da oferta, os setores menos afetados pelo ciclo econômico mostraram desempenho sólido. A Agropecuária ficou praticamente estável no trimestre, com leve queda de 0,1%, após o forte crescimento de 12,3% registrado no 1º trimestre. A produção recorde de grãos, especialmente soja e milho, contribuiu para manter o desempenho robusto.

Os Serviços seguem mostrando resiliência, com crescimento de 0,6% no trimestre — o vigésimo avanço consecutivo. É importante lembrar que o setor de serviços é o principal responsável pela composição do PIB, respondendo por cerca de 70% da nossa produção – sendo também o setor que mais emprega no país. Cinco dos sete segmentos avançaram ante o 1º trimestre. Destacamos a aceleração das Atividades de Intermediação Financeira e a recuperação dos Serviços de Transporte e Armazenagem. Além disso, os Serviços de Informação e Comunicação e Outros Serviços – que incluem serviços prestados às famílias – superaram as expectativas. Em contrapartida, o Comércio ficou estável após cinco altas consecutivas, enquanto os Serviços Públicos recuaram pela primeira vez desde o 4º trimestre de 2023.

Na Indústria, os resultados foram mistos. A Indústria Extrativa acelerou 5,4% ante o 1º trimestre, impulsionada pelo aumento da produção de petróleo. Já os setores mais sensíveis ao crédito, como a Indústria de Transformação (-0,5%) e a Construção Civil (-0,2%), recuaram pelo segundo trimestre consecutivo. Por fim, os Serviços Industriais de Utilidade Pública despencaram 2,7% no trimestre, muito abaixo da nossa expectativa de virtual estabilidade.

Analisando o PIB pelo lado da demanda, a Absorção Doméstica — que representa tudo o que é consumido ou investido dentro do país — caiu 0,2% entre o 1º e o 2º trimestre, após ter crescido 1,2% no período anterior. O Consumo das Famílias avançou 0,5%, sustentado pelo avanço da renda real disponível e pela taxa de desemprego em níveis historicamente baixos.

Por outro lado, os investimentos em ativos fixos recuaram 2,2%, marcando a primeira queda desde o 3º trimestre de 2023. Esse indicador é chamado de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e representa os gastos com bens de capital utilizados na produção, como máquinas, equipamentos e construções. Em outras palavras, é um termômetro importante para medir o quanto empresas e governos estão investindo para aumentar a capacidade produtiva do país. A queda da FBCF indica menor disposição para investir, o que pode sinalizar cautela diante do cenário econômico. Ademias, o Consumo do Governo também decepcionou, com queda de 0,6% no trimestre, refletindo a subexecução de despesas públicas na primeira metade do ano.

Por fim, o setor externo teve contribuição positiva para o PIB no segundo trimestre. As exportações cresceram 0,7%, enquanto as importações caíram 2,9%, registrando a primeira queda desde o início de 2023. A variação de estoques foi praticamente neutra no trimestre, mas teve impacto positivo na comparação anual, adicionando 0,7 ponto percentual ao crescimento do PIB — efeito relacionado ao atraso nas exportações de grãos no primeiro semestre.

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O que esperar adiante?

Para o terceiro trimestre, projetamos crescimento de 0,4% no PIB. Apesar do cenário de crédito restrito, alguns fatores devem sustentar a atividade econômica. Destacamos o mercado de trabalho, que deve seguir robusto, e as transferências fiscais – por exemplo, o governo pagou cerca de R$ 40 bilhões em precatórios que podem ser direcionados ao consumo no 3º trimestre. Ambos devem impulsionar os setores mais sensíveis à renda.

Para 2025, reforçamos nossa expectativa de crescimento de 2,2% para o PIB em 2025.

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Como o PIB impacta o dia a dia e os investimentos?

Trazendo para o dia a dia do brasileiro, o resultado do PIB reflete mais o passado do que o presente, uma vez que traz números referentes ao trimestre anterior ao que estamos vivendo.

Assim, para o investidor, o resultado do PIB não deve ser visto como motivo para grandes mudanças na estratégia de investimentos.

Não porque os movimentos da economia medidos pelo PIB não afetem ações de empresas listadas na bolsa ou no mercado de renda fixa e outros ativos financeiros, como o dólar e fundos imobiliários.

Pelo contrário! Os rumos da economia no Brasil e no mundo são o cenário e a verdadeira base sobre a qual se sustenta o mercado financeiro e nossos investimentos. Assim, o indicador não deixa de ser um bom termômetro, ajudando também no planejamento social e financeiro olhando para frente.

Mas, na ausência de grandes surpresas, o resultado do PIB costuma confirmar expectativas sobre o estado da economia – levando, no máximo, a ajustes pontuais de projeções econômicas. Assim, as principais recomendações de investimento devem seguir as mesmas: manter uma reserva de emergência para eventuais imprevistos pessoais; atentar-se aos objetivos e horizontes de investimento (quando você acredita que precisará do seu dinheiro investido?); e nunca esquecer da diversificação dos investimentos entre ativos e geografias – o bom e velho “não colocar todos os ovos na mesma cesta”.

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