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Para onde vai a Selic? Entenda o cenário | Agosto – Setembro 2024

Mensalmente, um conteúdo que te explica o que aconteceu com os principais indicadores econômicos

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O que vemos agora? No mundo: juros devem começar a cair nos EUA em breve, mas não vemos recessão a vista. No Brasil: desemprego baixo e renda em alta impulsionam economia, mas pressionam a inflação do outro lado, e devem levar Banco Central a elevar a taxa Selic esse ano. Confira como investir nesse cenário.

Projeções macroeconômicas são importantes para todo investidor, porque ajudam a nos prepararmos para o que vem adiante. Ou seja, não ser pego de “calças curtas”, especialmente em momentos desafiadores para os investimentos.

Isso não significa que você saberá “o dia exato em que o dólar vai cair ou subir”. Pois isso, infelizmente, será praticamente impossível. Mas quer dizer que você entenderá melhor as tendências da economia e poderá pensar em como adaptar seus investimentos (ou manter tudo como está, se for o caso), pensando no seu perfil e objetivos.

Com isso em mente, detalhamos abaixo nossas principais projeções para este ano e o próximo. Abaixo, te contamos o porquê de tudo isso, e como investir nesse cenário.

Selic deve voltar a subir em setembro, terminando o ano em 11,75%

O Copom (nosso comitê de política monetária) optou por manter a taxa Selic em 10,50% ao ano em sua última reunião, no fim de julho. A decisão seguiu a manutenção da taxa Selic da reunião de junho, quando o Banco Central interrompeu o processo de queda dos juros básicos iniciado em agosto de 2023.

O Comitê trouxe uma mensagem dura contra a inflação nas comunicações que seguiram a decisão – que foi mais uma vez unânime, deixando para trás as incertezas associadas à decisão dividida de maio.   

Para o Copom, os riscos para que a inflação volte para a meta de 3,0% do Banco Central aumentaram nos últimos meses – tanto por conta do cenário lá fora quanto por aqui, mas com o palco doméstico pesando relativamente mais.  

Meta de inflação: o que é?

O regime de metas de inflação é parte do que chamamos de política monetária – a política responsável pelo controle da quantidade de moeda em determinada economia, que fica sob a responsabilidade do Banco Central.

Esse regime determina uma meta de inflação explícita e numérica (% ao ano), a ser perseguida pelo Banco Central. No caso brasileiro, a meta de inflação atual é de 3,0%. Isso significa que o Banco Central tem a responsabilidade de controlar a alta de preços ao longo, de modo que ela se mantenha no ritmo de 3,00%.

O modelo brasileiro também inclui uma banda de tolerância de 1,50 pontos percentuais para cima e para baixo. Essa “banda” serve para acomodar eventuais choques, como por exemplo uma seca que afete a produção de alimentos e eleve a inflação além do controle do Banco Central, ou uma pandemia que derrube os preços.

Lá fora, embora os juros devam começar a cair em breve nos Estados Unidos, a maior economia do mundo deve seguir relativamente forte. O cenário de “pouso suave”, ou seja, de desaceleração suave da economia americana, não ameniza a pressão sobre os preços globais de maneira geral. Em bom português, com a economia americana e global crescendo de maneira relativamente estável, não devemos ver queda em preços como o de matérias primas ou produtos industriais – o que poderia servir de contraponto para pressões sobre a inflação por aqui.

Já no campo doméstico, o aquecimento do mercado de trabalho e a robustez da economia como um todo são os fatores de maior relevância nos últimos meses, se traduzindo em maiores riscos olhando para o controle dos preços adiante.

Vale lembrar que: um mercado de trabalho aquecido tende a pressionar os salários, dado o maior “poder de barganha” de trabalhadores e a busca por mão de obra. Com maiores salários e grande parte da população empregada, aumenta-se a demanda por bens e serviços na economia – e o movimento de alta de preços ganha força, retroalimentando-se.

A volatilidade da nossa taxa de câmbio também representa um risco no controle dos preços. Afinal,conforme falamos acima, boa parte do que produzimos e consumimos internamente tem uma “parcela em dólar” – como produtos importados ou mesmo insumos para a produção dos mais diversos bens, como alimentos, roupas e carros.

Assim, o “vai e vem” recente da nossa moeda é somado aos riscos no radar do Banco Central, que olha sempre para frente quando se trata da definição da taxa de juros. Isso porque a política monetária opera com defasagem; ou seja, as mudanças de patamar da taxa Selic demoram a ser sentidas na economia, impactando – por exemplo – o crédito, e assim a demanda por bens e serviços, e o comportamento dos seus preços. 

Nesse sentido, o fato de as expectativas para a inflação no futuro estarem acima da meta do Banco Central reforça a preocupação que vemos por parte do Copom adiante.

Expectativas de inflação: o que são?

As expectativas de inflação são muito importantes para o controle da inflação em si.

A dinâmica é simples: basta pensar que se você acredita que os preços não irão parar de subir no futuro, e você é um prestador de serviços ou mesmo o locatário de um imóvel, existe uma grande chance de que você já subirá o seu preço, para não “ficar pra trás”, certo?

Eventualmente, esse movimento de agentes na economia acaba impulsionando os preços em cadeia, e a inflação efetivamente sobe (no futuro).

Diante de um cenário de economia forte, salários em alta e inflação corrente acima da meta, entendemos que o Banco Central voltará a elevar a taxa Selic. Projetamos que a Selic encerre esse ano em 11,75%, atingindo 12% no início de 2025 – e ficando nesse patamar por certo tempo.


Isso significa que os juros devem seguir acima patamar chamado neutro. Ou seja, acionando mais uma vez o “pé no freio” na economia, para controlar a alta de preços.

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