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Ajuste concluído? Nossa leitura (quase) final sobre o pacote de redução de gastos

O pacote propõe ajustes no salário mínimo, benefícios previdenciários, programas sociais e emendas parlamentares, além de outras iniciativas voltadas para a eficiência administrativa, mas impacto das medidas pode ficar aquém das estimativas do governo

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Congresso aprova pacote de redução de gastos

O pacote de redução de despesas foi aprovado no Congresso com pequenas alterações. Fazem parte desse pacote três propostas: Projeto de Lei nº 4.614/2024, que trata do salário mínimo e do BPC, entre outras medidas, o Projeto de Lei Complementar nº 210/2024, que trata dos gatilhos do arcabouço fiscal, e a Proposta de Emenda Constitucional nº 45/2024, que trata do Fundeb, do abono salarial e outras alterações. Abaixo, destacamos as principais alterações nas propostas e seus impactos:

Projeto de Lei nº 4.614/2024

  • Benefício de Prestação Continuada (BPC): O Congresso retirou da proposta alterações como a possibilidade de incluir o BPC, os benefícios previdenciários ou a renda de pessoas que não convivem com o idoso ou a pessoa com deficiência no cálculo da renda per capita para fins de elegibilidade ao benefício. A definição de deficiência também foi alterada, mas manteve parcialmente o objetivo da proposta do governo, pois o benefício foi limitado àqueles que têm deficiências moderadas ou graves. No geral, a versão aprovada excluiu a maioria das mudanças mais estruturais, mas manteve os ganhos relacionados à melhoria da gestão do benefício. Como resultado, revisamos nossa projeção de ganhos e agora vemos um valor mais próximo ao publicado pelo governo - anteriormente, tínhamos uma estimativa maior de economia;
  • Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF): as alterações na regra de reajuste do FDCF foram totalmente excluídas do projeto de lei. Portanto, o impacto fiscal agora é zero.

PEC nº 45/2024

  • Fundo de Educação Básica (Fundeb): O Congresso reduziu de 20% para 10% a parcela do Fundeb que pode ser usada pelo governo federal para gastos com educação integral em 2025. A partir de 2026, no entanto, a regra estabelece apenas um gasto mínimo do Fundeb para estados e municípios com educação em tempo integral - portanto, sem efeito para o governo federal. De qualquer forma, é importante observar que a medida do Fundeb não promoveu nenhuma redução nos gastos obrigatórios e, portanto, não foi considerada em nossa estimativa do impacto do pacote de gastos;
  • Limitação de salários no serviço público: O teto salarial para o setor público foi alterado e só deverá entrar em vigor após a aprovação de uma lei ordinária que estabeleça quais verbas indenizatórias serão excluídas do teto salarial. Até lá, os atuais as parcelas indenizatórias continuarão a ser pagos sem restrição. Portanto, nossas estimativas agora são zero para a medida, pois não esperamos que essa lei ordinária seja aprovada em breve.

Projeto de Lei Complementar nº 210/2024

  • Gatilhos para déficit primário: A proposta aprovada excluiu a possibilidade de que, em caso de déficit, o governo pudesse limitar o uso de quaisquer créditos tributários para compensar impostos. Portanto, resta apenas a proibição de aumentar os salários dos servidores públicos em mais de 0,6% em termos reais e a criação, extensão ou prorrogação de benefícios fiscais. Como não incluímos essa medida em nossas estimativas, o impacto da mudança é zero.

Aprovação pendente: projeto de lei nº 4920/2024

  • As mudanças na previdência dos militares não foram discutidas até o momento. O projeto de lei nº 4.920/2024, que altera as pensões militares, foi enviado ao Congresso nesta semana. A proposta cria uma idade mínima de 55 anos para a reserva militar, a ser implementada gradualmente até 2032, e acaba com a transferência de pensões e pensões por morte fictícias. Esperamos a aprovação do projeto de lei nº 4.920/2024 no início de 2025.

O resultado (quase) final

  • Vemos uma perda na economia potencial. A economia estimada para os próximos dois anos caiu de R$ 52,3 bilhões para R$ 44,3 bilhões - uma diferença de R$ 8 bilhões. Mais importante ainda, para o longo prazo, a economia esperada caiu de R$ 294,2 bilhões para R$ 232,2 bilhões, uma redução significativa. Em nossa opinião, o resultado foi ligeiramente negativo: as mudanças estruturais no BPC foram praticamente eliminadas, o FCDF não foi alterado e o limite dos super-salários foi adiado. De qualquer forma, o resultado apenas reforçou a visão de que esse foi um pacote tímido de mudanças, que não tratou das questões mais importantes do orçamento federal (como a indexação de benefícios) e que servirá apenas para manter o limite de gastos do arcabouço fiscal por mais dois ou três anos.

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