Esperamos um 2T24 decente para as ações de Mineração e Siderurgia e Papel e Celulose. Com um forte desempenho dos preços da celulose durante o trimestre (+9% T/T) e a depreciação média do real (+5% T/T), vemos um trimestre relativo melhor para as empresas expostas à celulose, com Suzano e Klabin registrando uma sólida melhora T/T do EBITDA no 2T24E. Além disso, com a indústria siderúrgica no Brasil ainda enfrentando um ambiente desafiador, vemos a Vale e a CMIN registrando um trimestre relativo melhor, impulsionado por volumes sazonalmente maiores, apesar dos preços médios mais baixos do minério de ferro durante o trimestre (embora menos afetados pelos mecanismos de precificação no 2T24 vs. 1T24). Por fim, dados os preços mais altos do alumínio no 2T24, refletindo um mercado de alumínio apertado, esperamos que a CBA apresente resultados sólidos, impulsionados por preços e volumes de vendas mais altos.
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Mineração e Siderurgia. Com a indústria siderúrgica no Brasil ainda enfrentando um ambiente desafiador, vemos as mineradoras de minério de ferro (Vale e CMIN) registrando um trimestre relativamente melhor, impulsionado por volumes sazonalmente mais altos e preços realizados do minério de ferro resilientes (menos afetados pelos mecanismos de precificação no 2T24 vs. 1T24). Para as siderúrgicas, esperamos que o sólido ponto de rentabilidade da Gerdau na América do Norte mitigue parcialmente as operações domésticas ainda prejudicadas, com desempenho de EBITDA consolidado ligeiramente mais fraco de -6% T/T (com expectativas de melhora para o 3T24). Por fim, esperamos melhorar os resultados da CBA, dado o mix de maiores volumes de vendas, com os preços refletindo um impulso positivo para o alumínio.
Celulose e Papel: Com um forte desempenho de preço de celulose de +9% no 2T24, vemos um trimestre relativo melhor para as empresas expostas à celulose (embora permaneçam preocupações em relação a uma possível correção de preços no 3T24E em diante). Dito isso, vemos a Suzano e a Klabin como destaques de nossa cobertura, com as empresas também se beneficiando da depreciação do real T/T (+5% T/T). Também esperamos um trimestre decente para a Irani, refletindo maiores volumes de caixas de papelão ondulado, parcialmente compensados por custos mais altos relacionados a aparas.
O que esperar? (i) Os impactos das cotas de importação de aço e a volatilidade do real sobre os volumes e preços do aço importado no mercado interno; (ii) uma potencial queda do preço da celulose em meio ao enfraquecimento da demanda chinesa e o início de alguns projetos de celulose; e (iii) os efeitos potenciais do estímulo do governo chinês e como ele se reflete na demanda de aço e nos preços do minério de ferro no curto prazo.
Metais e Mineração:
Vale (VALE3):
Esperamos que a Vale apresente melhores resultados no 2T24, com receita de US$ 9,6 bilhões -1% A/A e +13% T/T, refletindo uma combinação de: (i) menores preços realizados do minério de ferro (a US$ 99/t, -US$ 2/t T/T), dado o menor preço de referência do minério de ferro de 62% Fe durante o trimestre (-9% T/T); e (ii) volumes decentes de minério de ferro (~78Mt no 2T24). Na linha EBITDA, projetamos US$ 4,0 bilhões (+13% T/T, -3% A/A), com margens superiores a 1 p.p. vs. 1T24, refletindo também maiores custos C1 (+6% T/T) e despesas de frete ligeiramente maiores (+3% T/T). Também esperamos melhores números nas operações de Metais Básicos (EBITDA de US$ 473 milhões estáveis A/A), principalmente devido a um melhor desempenho de preços para as operações de Níquel (preços com alta de 11% T/T) e Cobre (preços com alta de 16% T/T), parcialmente compensados por volumes menores (-10% T/T) nas operações de Níquel e custos mais altos.
Gerdau (GGBR4):
Esperamos que a Gerdau apresente resultados ligeiramente mais fracos no 2T24, com receita de R$ 17,5 bilhões +8% T/T (-4% A/A) e EBITDA de ~R$ 2,7 bilhões -3% T/T (-28% A/A). Esperamos: (i) volumes de vendas e preços estáveis no BD Brasil, apesar dos custos ligeiramente mais altos (afetados pelos preços mais altos do carvão); (ii) um trimestre resiliente na divisão da América do Norte em termos de volumes e rentabilidade; e (iii) um trimestre melhor para o BD da Aços Especiais (volumes mais altos e custos mais baixos, implicando em melhores margens). Esperamos margens pressionadas no BD Brasil (margem EBITDA de 7,6%, queda de 2 p.p. T/T), impactadas por custos mais altos. Para a América do Norte, projetamos margem EBITDA de 21,5%, dados os volumes sazonalmente mais altos e parcialmente compensados por custos mais altos. Também esperamos que a divisão de Aços Especiais apresente melhores resultados (EBITDA de 11% T/T), dados os melhores volumes (+5% T/T) e custos estáveis.
CSN (CSNA3):
Esperamos que a CSN apresente resultados sólidos no 2T24, com receita de R$ 10,8 bilhões, +11% T/T e -2% T/T e EBITDA de R$ 2,4 bilhões, +6% T/T e +22% T/T. Esperamos: (i) que as operações de mineração da CSN impactem positivamente os resultados da CSN, impulsionadas por volumes sazonalmente maiores; e (ii) desempenho de rentabilidade estável na divisão siderúrgica da CSN em meio a um ambiente de preços ainda desafiador (margem EBITDA de 4,4% no 2T24 vs. 4,3% no 1T24). Além disso, esperamos que as demais divisões da CSN apresentem resultados mistos, com resultados estáveis na divisão de Cimento (maiores volumes compensados por preços mais baixos), com desempenho positivo de Logística (EBITDA +10% T/T).
CSN Mineração (CMIN3):
Esperamos que a CSN Mineração apresente resultados sazonalmente melhores no 2T24, com EBITDA de R$ 1,5 bilhão +35% T/T (+38% A/A). Prevemos um melhor desempenho dos volumes de vendas próprias A/A no 2T24, com volumes próprios subindo 16% A/A, devido a uma sazonalidade mais seca este ano e compras de terceiros mais baixas (queda de 50% A/A). Projetamos preços realizados de US$ 62/t, +1% no trimestre (menos afetados pelos mecanismos de precificação no 2T24 vs. 1T24). Além disso, prevemos que o CPV caixa unitário diminua 6% T/T, dada a maior produção impactando a diluição de custos fixos, melhorando assim a margem EBITDA para 44,3% no 2T24 (aumento de 4 p.p. vs 1T24).
Usiminas (USIM5):
Esperamos que a Usiminas apresente resultados decentes no 2T24, com EBITDA de R$478 milhões +15% T/T (embora todos os olhos devam estar voltados para as indicações de redução de custos a partir do 3T24). Para o aço, esperamos: (i) volumes de aço a 1,1 Mt (estável T/T); (ii) desempenho de custos ainda pressionado no 2T24 (estável T/T); e (iii) preços estáveis (melhor mix de vendas, parcialmente compensado por preços mais baixos para a indústria automotiva), com EBITDA atingindo R$ 316 milhões no 2T24. Também esperamos um trimestre melhor para as operações de mineração, com uma contribuição ligeiramente positiva dos preços realizados do minério de ferro, apesar dos custos mais altos e dos volumes estáveis T/T (EBITDA ~ R$ 125 milhões).
CBA (CBAV3):
Esperamos que a CBA reporte melhores resultados no 2T24, com EBITDA de R$ 339 milhões +132% T/T (+358% A/A). Para o alumínio, esperamos: (i) maiores volumes de vendas (+3% T/T), principalmente para produtos primários (+3% T/T), apesar de um pior mix de vendas; (ii) preços mais altos da LME (apesar de um efeito negativo de defasagem de 1 mês) e do real T/T, resultando em um EBITDA de R$ 310 milhões (os recentes aumentos de preços do alumínio e as/ iniciativas de custo sugerem melhores resultados no 3T24E). Além disso, esperamos um melhor desempenho para a energia da CBA, com EBITDA de R$ 39 milhões, enquanto para o níquel prevemos um EBITDA negativo em R$ 10 milhões.
Aura (AURA33):
Esperamos que a Aura apresente resultados decentes no 2T24, com EBITDA de US$ 56 milhões +6% T/T (+111% A/A), explicado principalmente pelos preços mais altos do ouro (+14% T/T) e melhores resultados nas operações de Aranzazu e San Andres. Para a Aranzazu, esperamos um trimestre relativamente estável, com custos sob controle e EBITDA de US$ 22 milhões (aumento de US$ 4 milhões T/T). Também esperamos que San Andres (EBITDA de US$ 20 milhões, aumento de US$ 6 milhões T/T) registre resultados decentes no 2º trimestre, dados os volumes estáveis e os ganhos de produtividade. Para EPP, projetamos resultados estáveis T/T, com EBITDA de US$ 10 milhões, enquanto para Almas, esperamos volumes menores e custos mais altos para o trimestre.
Papel e Celulose:
Suzano (SUZB3):
Esperamos que a Suzano apresente resultados sólidos no 2T24, com EBITDA de R$ 6,0 bilhões +32% T/T (+54% A/A). Esperamos: (i) um desempenho de receita decente refletindo os preços realizados de celulose mais altos, que esperamos em ~USD 685/t (+11% T/T), e a depreciação do real (+5% T/T); (ii) volumes ligeiramente superiores (+3% T/T); e (iii) custos fixos de caixa. Para: (i) celulose, projetamos EBITDA de R$ 5,3 bilhões (+35% T/T), com margens de 59,0% (acima dos 53,0% do 1T24); e (ii) para o papel, esperamos EBITDA de R$ 0,8 bilhão (+25% T/T), com margens de 35,4% acima dos 31,2% do 1T24), impactadas principalmente por volumes sazonalmente maiores e custos estáveis.
Klabin (KLBN11):
Esperamos que a Klabin apresente fortes resultados no 2T24, com EBITDA atingindo ~R$2,0 bilhões (+19% T/T, +47% A/A) e margens de até 39,4% (vs. 37,3% no 1T24). Observamos que os números do 2T24 devem ser impactados por: (i) fortes resultados na divisão de celulose (EBITDA +17% T/T), impulsionados por maiores volumes (+2% T/T) e melhores preços realizados da celulose de fibra curta (+8% T/T) para o mercado externo); e (ii) melhores resultados na divisão de papel e embalagens, impulsionados por maiores volumes de vendas de kraftliner (+5% T/T) e volumes de caixas de papelão ondulado (+5% T/T); e (iii) custos fixos na divisão de celulose. Para celulose, projetamos EBITDA de R$ 776 milhões e margem de 49,5%, enquanto para os segmentos ex-celulose, projetamos EBITDA de R$ 1.194 milhões e margem de 34,8%.
Irani (RANI3):
Esperamos que a Irani apresente resultados decentes no 2T24, com EBITDA atingindo R$ 123 milhões (+5% T/T, +5% A/A) e margens de 30,7% (vs. 30,5% no 1T24). Destacamos: (i) melhores volumes de caixas de papelão ondulado (+13% A/A, +5% T/T), dado o ramp-up do Gaia II e um melhor momento de mercado para a indústria de embalagens no Brasil (números da Empapel crescem 5% A/A); (ii) preços estáveis de embalagens de papelão ondulado e de papel rígido; e (iii) volumes estáveis no segmento de resina. Sobre os custos, esperamos que os preços mais altos de aparas (Net OCC Type II aumentou 27% T/T) impactem negativamente o CPV/ton no 2T24.