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Data Expert | Carrinho XP – O Desenrola Brasil vai desenrolar o consumo?

Nessa edição do Carrinho XP, analisamos as principais implicações do Desenrola Brasil para o varejo brasileiro.

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As possíveis implicações do programa de renegociação de dívida para o varejo brasileiro

Na edição deste mês do Big Box, exploramos o programa Desenrola Brasil e as potenciais implicações para os varejistas. Em geral, o programa tem como objetivo renegociar as dívidas de cerca de 37 milhões de pessoas, em que o governo disponibilizará R$10 bilhões assegurar suas dívidas (sujeito a renegociações com os bancos), focando principalmente em indivíduos com menos de 2 salários mínimos. Apesar de o programa poder dar certo fôlego de curto prazo ao consumo, não o enxergamos como uma solução estrutural, uma vez que os indivíduos continuarão endividados e com a renda comprimida, diante da alta inflação e taxas de juros. Com isso, continuamos preferindo nomes mais defensivos, como Assaí, varejistas de alta renda (SOMA3, VIVA3) e Petz.

Uma breve visão geral sobre o Desenrola Brasil

O principal objetivo do programa é fornecer alívio financeiro às pessoas que estão atualmente endividadas no país e com pontuação de crédito negativa no Serasa. O programa deve abranger cerca de 37 milhões de pessoas, sem limitação por classes de renda (embora o desconto deva ser proporcional de baixa para alta renda) e com um orçamento de R$10 bilhões para ser usado como garantia para a renegociação de R$50 bilhões em dívidas, sujeitas a descontos oferecidos pelas instituições financeiras. Observamos que os maiores descontos serão concedidos com prioridade no programa e, portanto, têm uma probabilidade maior de recuperação, enquanto o governo está estabelecendo uma estrutura de garantia real para garantir transações para pessoas que ganham até 2 salários mínimos.

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Um alívio de curto prazo para o consumo

De acordo com o Índice de Intenção de consumo (ICC) da FGV, o recente aumento no índice (+2,5 pontos) medido pela instituição em março foi impulsionado por famílias que ganham até R$ 2.100/mês (+4 pontos M/M) e entre R$ 4.800-9.600 (+3 pontos M/M). Acreditamos que isso possa refletir um suporte de curto prazo impulsionado pelas expectativas com o Desenrola Brasil, combinado com outras iniciativas do governo que visam estimular o consumo (por exemplo, o novo programa Bolsa Família, revisão da tabela do imposto de renda e novo salário mínimo).

Possíveis implicações para as varejistas

Acreditamos que o programa deva (i) favorecer o score de crédito dos indivíduos, possivelmente ajudando o crescimento da carteira de crédito das varejistas, mas com riscos de distorcer a qualidade do crédito e comprometer a recuperação de NPLs; e (ii) fornecer algum alívio ao consumo no curto prazo na demanda restrita de bens discricionários e não discricionários, à medida que os indivíduos reduzem (ou zeram) seus níveis de endividamento e recebem auxílios financeiros adicionais do governo. Nesse cenário, acreditamos que as varejistas com serviços financeiros (por exemplo, LREN, GUAR, CEAB, CRFB, MGLU, VIIA) podem se beneficiar, assim como as varejistas alimentares e segmentos discricionários.

Perspectivas positivas, mas não uma solução estrutural

Embora acreditamos que o programa pode impulsionar a demanda de curto prazo e, assim, sustentar um melhores resultados para as varejistas, temos uma visão mais conservadora em relação ao horizonte de médio / longo prazo, já que vemos isso como uma medida pontual que fornece alívio de curto prazo, mas que não soluciona o orçamento comprimido dos brasileiros em meio a altas taxas de juros e inflação. Portanto, mantemos nossa preferência por nomes mais defensivos, como Assaí (player puro de Atacarejo), varejistas de alta qualidade (Grupo Soma e Vivara) e Petz (líder de mercado em um segmento resiliente).

Veja o relatório completo abaixo.

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