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Banco do Brasil (BBAS3): abaixo do esperado, mas ainda defensivo | revisão do 1T20

Leia a opinião dos nossos analistas sobre o resultado do Banco do Brasil neste primeiro trimestre de 2020 (1T20).

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O Banco do Brasil acaba de postar resultados abaixo do esperado em R$ 3,4 bilhões neste primeiro trimestre de 2020 (1T20), 21% abaixo das nossas estimativas e 25% abaixo das estimativas de mercado e com um retorno sob patrimônio líquido de 12,3% (vs. 16,9% em 2019). A queda foi principalmente derivada de maiores custos de crédito que vieram em R$ 5,5 bilhões (vs. R$ 3 bilhões no 4T19 e R$ 3,1 bilhões no 1T19) e uma maior taxa efetiva de imposto em 25% (vs. ~16-17% no 4T19 e 1T19). O resultado, desconsiderando imposto e provisões, veio 16% maior anualmente e 10% maior trimestralmente em R$ 12 bilhões. Porém destacamos que o maior nível de provisionamento não foi prospectivo, uma vez que a cobertura permaneceu inalterada trimestralmente em ~200%. Não obstante, os administradores suspenderam o guidance devido as incertezas causadas pela pandemia do COVID-19.

Reforçando o balanço. Embora o lucro tenha desapontado, acreditamos que o Banco do Brasil está reforçado para os eventuais desafios criados pela pandemia, com: i) cobertura sob inadimplência de 200%; ii) maior índice de capital nível I entre os bancos incumbentes em 13,9%; e iii) uma carteira de crédito defendida, com 40% entre crédito consignado e rural. Por fim, mantemos a recomendação de compra e top pick no Banco do Brasil e um preço-alvo de R$ 43,00 devido a posição defensiva do banco e múltiplos atrativos (0.7 P/B e 5.7 P/E).

Destaques

  • Carteira de Crédito. O banco expandiu sua carteira em 5% anualmente para R$ 662 bilhões, principalmente devido a expansão do crédito corporativo em 12% no trimestre para R$ 222 bilhões, uma vez que empresas demandaram liquidez e o mercado de dívida privada não tem apresentado demanda. Outra carteira que cresceu exponencialmente foi a de crédito no exterior, que pode ser parcialmente explicado pela desvalorização do real no trimestre.
  • Margem Financeira. A margem financeira líquida veio 2% acima do esperado em R$ 14 bilhões, com a margem sob ativos crescendo 24 bps anualmente para 4,3%, influenciado pelos menores custos de captação de depósitos judiciais.
  • Receita de Serviços. Embora as receitas de serviço como um todo tenham vindo em linha com nossas estimativas em R$ 7,1 bilhões, tivemos uma surpresa nas receitas de gestão de recursos que vieram 7% maior trimestralmente em R$ 1,6 bilhões (já desconsiderado intercompany), uma vez que o banco diminuiu suas taxas e a performance do mercado não foi positiva no período, com os ativos sob gestão inclusive baixando R$ 75 bilhões no trimestre pra R$ 1 trilhão.
  • Custos. A surpresa positiva do trimestre veio em custos, com as despesas de pessoal subindo abaixo da inflação anualmente em 1% e caindo 11% trimestralmente pra R$ 4,9 bilhões. Outras despesas administrativas também apresentaram boa queda de ~20% anualmente e trimestralmente para R$ 3,6 bilhões, uma vez que provisões para processos de clientes e funcionários baixou consideravelmente de R$ 2,1 bilhões no 2T19 para R$ 0.7 bilhões no trimestre. Note que o banco está trabalhando com 360 menos agências e 4 mil funcionários a menos desde o 1T19.
  • Qualidade do Ativo. Embora a inadimplência tenha aumentado apenas 10 bps no trimestre para 3,1% (influenciada por um caso específico, caso contrário, 2,5%), o aumento de 7% na carteira de empréstimos escondeu um aumento de R$706 milhões no saldo de inadimplência. Sendo assim, aumento de 77% anualmente no custo de crédito foi apenas suficiente para manter o índice de cobertura em ~200%. O custo de risco aumentou 1 p.p. anualmente para 4%.
  • Impostos. Impostos vieram surpreendentemente negativos no trimestre em R$ 1,2 bilhões, 36% maior anualmente. A taxa efetiva veio em 25% (vs, 17% no 1T19). O resultado pode ser parcialmente explicado pelo aumento da taxa de imposto CSLL de 15 para 20%, mas também pelo menor nível de benefício fiscal de JCP de R$ 401 milhões no trimestre (vs. R$ 698 no 4T19).
  • Adequação de Capital. O banco aumentou seu capital de nível I em 12% no trimestre para R$ 108 bilhões, enquanto os ativos de risco aumentaram apenas 10% para R$ 782 bilhões. Consequentemente, o índice de capital nível I aumentou para 13,9% e é agora o maior entre os bancos incumbentes.
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