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Pessoas físicas na Bolsa: Mercado de ações brasileiro em contínua evolução

Em 2020, o número de investidores pessoas físicas (PFs) na Bolsa brasileira (B3) atingiu 3.229.318, um crescimento de +92,1% em relação a 2019. Leia o relatório completo para saber mais.

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Em 2020, o número de investidores pessoas físicas (PFs) na Bolsa brasileira (B3) atingiu 3.229.318, um crescimento de +92,1% em relação a 2019, mostrando a rápida evolução do mercado de ações no Brasil. Um outro marco financeiro não tão positivo quanto esse foi a Poupança passar de R$ 1,0 trilhão em recursos, que denota que ainda há muito espaço para o aumento de investidores no mercado de ações, como mostraremos a seguir.

Mas voltando ao mercado de ações, se compararmos a porcentagem da população brasileira que investe em ações com países desenvolvidos, vemos a discrepância e o longo caminho ainda a se trilhar na educação financeira do país.

Olhando para os produtos mais usados pelos investidores brasileiros, vemos que a Poupança (84,2%) está muito a frente do segundo colocado, fundos de investimento (6%), mais precisamente em 78,2 p.p.! Porém, a notícia boa é que essa porcentagem, apesar do ritmo desacelerado, vem diminuindo: de 2017 para 2019, houve uma diminuição de 4,8 p.p.

Mesmo com a pandemia do coronavírus e a volatilidade nas Bolsas que a acompanhou, em setembro de 2020, o número de pessoas físicas na B3 ultrapassou 3,0 milhões e fechou o ano em 3.229.318, um crescimento de 92,1% em relação a 2019, não superando apenas a alta de 106,7% de 2018 para 2019. Considerando também o número de pessoas jurídicas na Bolsa, que em dezembro chegou à 32.558 (+0,3% em relação a novembro), o número total de investidores atingiu 3.261.876.

A posição total desses investidores PFs passou de R$344,0 bilhões no final de 2019 para R$452,6 bilhões em 2020, um aumento de +31,6%. Essa alta vem sendo significativa desde 2016, alcançando seu pico de 2018 para 2019, +69,5%. Esse movimento está alinhado não apenas com a melhora da educação financeira no país, mas também com os consecutivos cortes na Taxa Selic, fazendo com que o investidor tenha que sair da Renda Fixa e migrar para Renda Variável para uma maior rentabilidade de seus investimentos.

Analisando na perspectiva de saldo por investidor, nota-se uma diminuição desde 2017, o que indica uma maior presença de pequenos investidores, que estão iniciando seus investimentos em ações – o que vemos como um bom sinal. Em dezembro de 2017, o saldo era de R$ 267,9 mil por indivíduo vs. R$ 140,2 mil no fim de 2020, uma redução de -47,7%. Comparando com 2019 (R$ 204,6 mil / indivíduo), também vemos uma redução expressiva de -31,5%.

Concentração de investidores na Bolsa no eixo Sudeste-Sul

Os estados que possuem maior número de investidores na Bolsa são: 1) São Paulo (1.248.252 contas, +127,4% A/A, 38,7% do total), 2) Rio de Janeiro (343.705 contas, +102,2% A/A, 10,6% do total), 3) Minas Gerais (317.461 contas, +146,1% A/A, 9,8% do total), 4) Paraná (201.596 contas, +134,4% A/A, 6,2% do total), 5) Rio Grande do Sul (180.469 contas, +125,6% A/A, 5,6% do total) e 6) Santa Catarina (154.573 contas, +153,4% A/A, 4,8% do total), o que mostra ainda a concentração no eixo Sul-Sudeste do país, principalmente na primeira região – SP, RJ e MG juntos possuem 59,1% do total de investidores, 42,5 pontos percentuais (p.p.) à frente de PR, RS e SC somados (16,6%).

Analisando somente São Paulo, este estado representa sozinho 38,7% do total de contas, quase 30 p.p. acima do segundo colocado, RJ, com 10,6% do total. Do ponto de vista do valor investido na Bolsa, o estado de São Paulo também lidera, representando 47,8% (R$ 216,5 bilhões) do valor total, 32,5 p.p. acima do RJ, com R$ 69,3 bilhões.

Número de mulheres na Bolsa segue crescendo, apesar de ainda representarem somente 26,2% do total

O número de investidoras na Bolsa fechou 2020 em 847.269, o que corresponde à apenas 26,2% do número total de investidores pessoas físicas, vs. 2.382.049 homens. No entanto, o número de mulheres vêm crescendo em ritmo acelerado, com alta de +2,7% comparando dezembro a novembro e +118,1% A/A, percentuais esses que se comparam ao aumento de +1,4% e +84,3%, respectivamente, no número de investidores do sexo masculino.

Na quebra por estado, São Paulo detém o maior número absoluto de investidoras, 340.312, +2,7% M/M (vs. 907.940 homens, +1,3% M/M), porém é o terceiro estado ao analisarmos a porcentagem em relação ao número total de investidores (27,3%), atrás do Distrito Federal (28,5%) e do Rio de Janeiro (27,5%).

Ao olharmos para o saldo médio por pessoa, notamos que as mulheres detém também os menores saldos. No Rio de Janeiro, este valor é de R$ 190,2 mil para as mulheres, vs. R$ 206,1 mil para os homens, ou seja, 7,7% menor (diferença de +0,6 p.p. em relação ao mês de novembro).

A discrepância é ainda maior quando olhamos para o estado de São Paulo: o saldo médio das mulheres é de R$ 146,8 mil vs. R$ 166,5 mil para os homens (20,0% menor, diferença de +0,5p.p. M/M). Destaque nesse caso para o estado de Minas Gerais, cuja diferença ultrapassa os 50%.

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