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Economia em Destaque: Inflação bem-comportada nos EUA, China e Brasil

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

No cenário internacional, a inflação ao consumidor nos EUA desacelerou em julho, o que pode convencer o Fed a encerrar o ciclo de alta de juros. Na China, dados comerciais e de inflação reforçam cenário de crescimento abaixo do esperado na segunda maior economia do mundo.

No Brasil, os destaques da semana foram as divulgações da ata do Copom e do IPCA de julho, cuja abertura mostrou dinâmica benigna nas métricas de serviços. Além disso, resultados do varejo e de serviços de junho reforçaram a perspectiva de desaceleração da atividade econômica.

Cenário internacional

Inflação ao consumidor mantém tendência de queda nos EUA, reforçando a perspectiva de fim do ciclo de alta de juros

A inflação ao consumidor nos EUA ficou em 0,2% em julho, em linha com o esperado. O resultado mostrou menos pressões de preços em diferentes setores da economia. Em termos anuais, a inflação cedeu para 3,2%, frente a 3,3% no mês anterior. Apenas os preços do setor de habitação vieram um pouco acima do projetado pelos analistas.

A queda gradual da inflação tende a convencer o Fed (banco central dos EUA) de que não será mais necessário elevar a taxa básica de juros. Mas também parece cedo para discutir cortes. Projetamos redução de juros apenas no início do ano que vem.   

Biden limita investimentos em setores de tecnologia da China

A polarização política nos EUA tem repercussões econômicas. O presidente Joe Biden assinou, na quarta-feira, um decreto que bloqueará novos investimentos em alguns setores de tecnologia da China, como semicondutores. Este é o capítulo mais recente de um conflito comercial crescente entre as maiores economias do mundo.

Inflação e comércio exterior em queda reforçam preocupações com crescimento da China

Na China, as importações recuaram 12,4% em julho de 2023 frente a julho de 2022, muito abaixo da expectativa de redução de 5,6%, o que expõe a fraqueza da demanda doméstica. As exportações, por sua vez, caíram 14,5%, também abaixo das estimativas (-13,2%).  Já a inflação ao consumidor recuou 0,3% no acumulado em 12 meses até julho. Deflação é outro sinal de enfraquecimento do consumo interno.

A atividade econômica da China vem decepcionando desde a abertura “pós-Covid” no início de 2023. A arrancada vista em outras regiões não se replicou por lá. Este é um risco para países como o Brasil, que tem fluxo intenso de comércio com o país.

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Enquanto isso, no Brasil…

Ata do Copom reforça cortes de 0,50pp, e indica as condições para acelerar o ritmo

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) publicou, na terça-feira, a ata da reunião de agosto. O documento chamou a atenção para a “reancoragem parcial” das expectativas – ou seja, projeções de inflação dos agentes econômicos recuaram, mas ainda estão acima da meta. Algumas explicações possíveis para projeções ainda altas são a incerteza fiscal e o risco de o Copom se tornar mais leniente daqui para frente. Outra mensagem relevante é que, apesar da decisão dividida (a decisão foi 5×4 por um corte de 0,50pp) naquela reunião, o comitê enxerga por unanimidade: i) a necessidade de manter a política monetária ainda em território restritivo por algum tempo; e ii) antecipa cortes de 0,50pp nas próximas reuniões. A ata afirmou que, para cortes de juros mais rápidos, seria necessária uma desaceleração mais profunda da atividade econômica ou uma melhora mais evidente da dinâmica de inflação.

IPCA de julho traz sinais importantes de acomodação

O IPCA de julho avançou 0,12% na comparação mensal, acima da nossa expectativa (0,01%) e do consenso de mercado (0,08%). Em relação à variação em 12 meses, o índice de inflação subiu para 3,99% em julho, ante 3,16% em junho.

Uma notícia positiva foi a dinâmica favorável da inflação de serviços, que vinha pressionada nos últimos meses, e começa a mostrar tendência de acomodação. O resultado alimentou expectativas do mercado de que o corte de juros pode acelerar ainda este ano.

Nossas projeções para o IPCA continuam em 4,6% para 2023 e 3,9% para 2024.

Novos sinais de crescimento econômico mais moderado

As vendas do varejo ampliado cresceram 1,2% em junho em relação a maio, acima das expectativas de mercado (-0,3%). No entanto, o crescimento foi concentrado em automóveis, em resposta aos estímulos pontuais do governo ao setor. As demais categorias mostraram enfraquecimento. O varejo brasileiro tende a perder força no curto prazo. A demanda doméstica segue em trajetória de desaceleração, em linha com o mercado de crédito apertado e a moderação nas condições do mercado de trabalho.

Na mesma linha, a produção do setor de serviços avançou menos do que o esperado no mês, embora siga em patamar positivo.

Em linhas gerais, os resultados de junho são consistentes com a nossa projeção de alta de 2,2% para o crescimento do PIB em 2023.

LDO, precatórios e novo PAC… Temas fiscais da semana

No tema fiscal, na segunda-feira o governo enviou uma mudança à lei de diretrizes orçamentárias (LDO) que permite o abatimento de R$ 5 bilhões da meta de resultado primário das empresas estatais não dependentes, o que permite eventual compensação caso não cumpra sua meta. Além disso, a imprensa reportou que o Ministério da Fazenda busca uma solução para os precatórios que estão fora do limite de pagamentos, o que gerou preocupação por conta de uma possível mudança na classificação das despesas. Por fim, na sexta-feira, o governo anunciou o novo PAC, com investimentos previstos da ordem de R$ 1,7 trilhões nos próximos anos, dos quais R$ 371 bilhões do governo federal.

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O que esperar da semana que vem

No Brasil, as discussões sobre o orçamento de 2024 devem dominar a pauta fiscal na próxima semana. O governo busca novas medidas para ampliar a arrecadação e atingir a meta de resultado primário zero no próximo ano, incluindo eventuais mudanças na tributação do imposto sobre a renda. As propostas precisam ser encaminhadas até o dia 31 de agosto deste ano. Outro ponto de atenção é aprovação do novo arcabouço fiscal, que permanece pendente e pode ser votado nesta semana. A aprovação é fundamental para balizar a construção da proposta orçamentária do próximo ano. Na agenda de indicadores, destaque para a divulgação do IBC-Br (proxy mensal do PIB calculada pelo Banco Central) de junho. Estimamos crescimento de 0,8% ante maio e de 2,0% na comparação com junho de 2022. Com isso, o indicador mostraria expansão de 0,5% no 2º trimestre versus o 1º trimestre e de 2,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Por sua vez, o Tracker XP do PIB aponta para ganhos de 0,3% na margem e 2,7% na base interanual. 

Na agenda internacional, destaque para a divulgação da ata do FOMC (comitê de política monetária do Banco Central dos EUA) na próxima quarta-feira, que deverá trazer mais detalhes sobre sua decisão de elevar a taxa de juros americana em 0,25pp na última reunião. Na Europa, conheceremos a primeira leitura para o crescimento do PIB da Zona do Euro do 2º trimestre. No Reino Unido, toda a atenção estará voltada aos dados de inflação de julho, após surpresa altista na leitura de junho.

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