Do lado positivo, destacamos: (1) a Localiza, que deve reforçar seu atual forte momento competitivo, com (a) crescimento contínuo, (b) desempenho superior das tarifas de aluguel e (c) importantes melhorias de margem em todos os segmentos; e (2) Rumo com forte desempenho de yield começando a aparecer em números (+13% A/A) e suportando crescimento recorrente relevante de EBITDA (+14% A/A), apesar de grandes problemas operacionais comprometendo os volumes reportados (-11% A/A). Do lado negativo, destacamos: (1) os fracos volumes reportados da Santos Brasil (contêineres movimentados -14% A/A) implicam em queda de 16% A/A no EBITDA, já que melhorias tarifárias devem impactar os resultados apenas a partir do 2T23; e (2) Movida que deve apresentar prejuízo líquido (XPe -R$26 milhões) pela primeira vez desde seu IPO com (a) desaceleração do crescimento e (b) fraco EBITDA de Seminovos enquanto a depreciação continua alta.
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- (+) Localiza (RENT3 | Compra) : Esperamos resultado positivo para o trimestre. Vemos um desempenho positivo em RaC, com (i) crescimento de 6% volume no trimestre; (ii) sólido desempenho tarifário (+2% T/T), mesmo com a menor sazonalidade do 1T; e (iii) 2,0p.p. de crescimento da margem EBITDA no trimestre, uma vez que a Localiza continua renovando sua frota (melhorando os custos de manutenção) e diluindo ainda mais os custos fixos. No Aluguel de Frotas, vemos um trimestre forte (EBITDA +21% T/T) conforme (i) a Localiza renova contratos antigos com maiores yields (tarifa +5% T/T) e (ii) margem EBITDA expande (+6,2p.p. T/T). Em Seminovos, esperamos uma forte retomada de volumes (+21% T/T), acelerando a renovação da frota e auxiliando na alavancagem operacional da divisão (margem EBITDA +4p.p. T/T). Por outro lado, esperamos maior depreciação à medida que a empresa vende sua frota totalmente depreciada (XPe RaC R$ 6,2 mil/carro/ano; e Aluguel de Frotas R$ 5,6 mil/carro/ano).
- (-) Movida (MOVI3 | Compra) : Esperamos que os resultados continuem significativamente pressionados no 1T23 (estimamos um prejuízo líquido de R$ 26 milhões), com os principais destaques sendo (i) margem EBITDA de Seminovos caindo significativamente após uma queda relativamente leve no 4T22 (XPe 2,0% vs. 7,5% em 4T22 e 9,7% no 3T22); e (ii) depreciação ainda em níveis elevados (XPe RaC R$ 10,2 mil/carro/ano e Aluguel de Frotas R$ 4,3 mil/carro/ano). Na frente de aluguel, esperamos um crescimento sequencial do EBITDA de 5% no trimestre, com (a) recuperação da margem RaC em comparação com o fraco desempenho do 4T22, limitado por uma receita estável, com a empresa retendo o crescimento (esperamos uma redução da frota RaC de ~5-7k no trimestre), e (ii) o aluguel de frota continua expandindo a receita (+8% T/T) com uma combinação de crescimento contínuo e uma estratégia de reprecificação, apesar da pressão contínua nas margens (margem EBITDA estável vs. 4T22).
- (+) Rumo (RAIL3 | Compra) : Prevemos um desempenho positivo do EBITDA, apesar dos volumes fracos. A Rumo reportou fracos volumes no 1T23 (-11% A/A) devido a: (i) atraso no transporte de soja em janeiro devido ao clima; e (ii) altos níveis de roubo de carga em fevereiro e março (que esperamos melhorar a partir de abril). No entanto, prevemos um crescimento de EBITDA comparável relevante de +14% A/A, principalmente na dinâmica positiva do yield começando a aparecer nos números (yield +13% A/A). Continuamos positivos para o ano fiscal de 2023 e continuamos a ver o ponto médio da faixa de guidance do EBITDA (R$ 5,4-5,8 bilhões) como viável.
- (-) Santos Brasil (STBP3 | Compra): Projetamos um 1T23 fraco, com dinâmica semelhante ao 4T22. Já reportamos fracos volumes de movimentação de contêineres (-14% YoY), provenientes da desaceleração da demanda global por bens de consumo, o que deve levar a uma queda de 21% YoY do EBITDA das Operações Portuárias. Por outro lado, um destaque positivo do trimestre é o segmento de Logística, que deve se beneficiar de renegociações tarifárias positivas (EBITDA +13% A/A). No geral, prevemos um EBITDA Aj. de R$150mn (-16% A/A e -10% T/T) e esperamos melhorias tarifárias decorrentes de negociações recentes com clientes para começar a beneficiar os resultados a partir do 2T23. Reiteramos nossa opinião positiva sobre o nome.
- (+) Hidrovias do Brasil (HBSA3 | Compra): Prevemos um trimestre sólido para a HBSA. No Corredor Norte, vemos um ano com maior visibilidade operacional, já que a HBSA já está altamente contratada no ano, com um crescimento de volume esperado de 13% A/A no 1T23, levando a um crescimento A/A de 8% do EBITDA. No Corredor Sul, o ano começou com calado ruim, mas após um período de fortes chuvas, fevereiro e março tiveram condições normais de navegação, levando a (i) crescimento de volume de 5% em relação ao ano anterior; e (ii) melhor desempenho operacional (EBITDA +23% A/A e margem EBITDA +3,0p.p. A/A) devido a (a) ganhos de escala e (b) uma abordagem focada em custo-eficiência. No geral, esperamos um desempenho positivo levando a um crescimento de EBITDA de 19% A/A para R$179 milhões.
- (+) CCR (CCRO3 | Neutro): Esperamos resultados positivos para a CCR no trimestre. O tráfego deve aumentar 4,6% A/A refletindo (i) um trimestre sem restrições relacionadas à pandemia, já que o 1T22 foi o último trimestre afetado; e (ii) a entrada na concessão RioSP após a saída da NovaDutra. Projetamos receita líquida de R$ 3,4 bilhões (+18% A/A); EBITDA de ~R$ 2,0 bilhões (+17% A/A); e lucro líquido de R$206 milhões (vs. -R$15 milhões no 1T22).
- (+) Ecorodovias (ECOR3 | Neutro): Esperamos resultados positivos no 1T23, com base no forte desempenho da receita líquida de rodovias devido a (i) sólido desempenho de tráfego já reportado de +21,6% A/A com (a) 17,6% decorrente do início das cobranças de pedágio na Ecovias do Araguaia e EcoRioMinas, e (b) +4,0% A/A de crescimento de tráfego comparável; e (ii) forte crescimento de tarifa devido aos reajustes tarifários na Ecosul e Ecovias do Cerrado; levando a um reajuste total de ~21% A/A. Projetamos receita líquida de R$ 1,1 bilhão (+47% A/A); EBITDA de R$777 milhões (+63% A/A) e lucro líquido de R$104 milhões (~9x A/A).
- (+) Vamos (VAMO3 | Compra): Esperamos outro forte desempenho operacional para a Vamos, com lucro líquido atingindo R$173 milhões (+42% A/A). Acreditamos que o trimestre reforçará o bom momento operacional da Vamos, já que o EBITDA cresce 82% A/A. Embora o 1T seja sazonalmente mais fraco para o yield marginal, por concentrar maior percentual de contratos com empresas do setor sucroalcooleiro (maior duração e sem manutenção, em grande parte), acreditamos que a atividade comercial segue forte com capex contratado atingindo ~R$1,7 bi (e capex implementado de ~R$1,3bi, refletindo os contratos assinados nos últimos trimestres). Finalmente, esperamos que o estoque de ativos não alugados reduza pela primeira vez desde que a empresa iniciou a estratégia de pré-compra de caminhões EURO5, antes da transição para o regulamento EURO6.
- (+) JSL (JSLG3 | Compra) : Prevemos resultados positivos, com (i) forte desempenho da receita com a menor sazonalidade do 1T parcialmente compensada pelo crescimento orgânico contínuo (receita líquida +20% A/A e -7% T/T); e (ii) a margem EBITDA consolidada continua melhorando sequencialmente (+2,4p.p. A/A e +0,6p.p. T/T), tanto nos segmentos asset-light quanto nos asset-heavy, apesar do perfil de receita sazonalmente mais baixo do 1T. Notamos que a JSL continua se beneficiando dos esforços de eficiência de custos e de uma estratégia de precificação disciplinada, permitindo melhorias de margem apesar do cenário desafiador de preços de insumos. Finalmente, (i) não esperamos uma grande mudança na alavancagem (com dívida líquida/EBITDA relativamente estável de ~3,2x); e (ii) a recente aquisição da IC Transportes ainda não está incluída nas estimativas do 1T23.
- (=) Simpar (SIMH3 | Compra): Projetamos resultados neutros para a Simpar, com crescimento de EBITDA de 26% A/A devido (i) ao crescimento inorgânico da Automob após uma série de aquisições (EBITDA 5x A/A); (ii) forte impulso operacional da Vamos (EBITDA +82% A/A); e (iii) sólidos resultados operacionais da JSL (EBITDA +36% A/A). Do lado negativo, destacamos (i) os resultados operacionais mais fracos da Movida com a continuidade do processo de normalização de Seminovos (margem EBITDA -5,5p.p. T/T); e (ii) despesas financeiras continuam pressionando o lucro líquido (-88% A/A e -89% T/T).
- (=) Azul (AZUL4 | Neutro): Esperamos que a Azul continue seu processo de recuperação no 1T23, devido a uma sequência de fatores: (i) RASK sólido (-3% T/T, em linha com a sazonalidade histórica do 1T) pois (a) yield cai 5% T/T; e (b) o load factor reportado melhora 1,5p.p. T/T; (ii) CASK estável T/T, com a depreciação do câmbio e redução do preço de combustível compensando a pressão do CASK ex-fuel ; e (iii) nível de lucratividade ainda em recuperação conforme Margem EBITDA Aj. cai 3,7p.p. T/T (+2,4p.p. A/A).
- (=) Gol (GOLL4 | Neutro): O 1T23 deve ser mais um trimestre em que a GOL continua sua recuperação, com um RASK sólido (+4% T/T), com a melhora de 3.2p.p. no load factor T/T compensando uma redução de 1% no yield T/T. Por outro lado, ainda vemos pressão no CASK (+3% T/T), principalmente decorrente do CASK Ex-Fuel (+8% T/T), já que os preços de combustível mais baratos contribuíram para uma redução de 3% no CASK Fuel. No geral, vemos melhores níveis de rentabilidade, com Margem EBITDA Aj. subindo 1,0p.p. T/T, para um EBITDA de R$ 1,2 bilhão. Ressaltamos que a empresa já divulgou o guidance para o 1T23.