A temporada de resultados do primeiro trimestre de 2023 (1T23) se iniciou no dia 20 de abril de 2023, e e os mercados vão continuar a avaliar o impacto de um cenário macroeconômico desafiador nos balanços das empresas brasileiras.
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Os primeiros três meses de 2023 foram bastante tumultuados para os mercados globais e domésticos. Fora do Brasil, a maioria dos índices teve desempenho positivo, se recuperando das fortes perdas em 2022. Mas os ganhos escondem na realidade muita volatilidade por trás em meio ao mercado chegando a precificar diversos cenários em poucos meses um de “soft landing”(ou pouso suave), com a inflação global caindo outro de juros mais altos e, mais recentemente, uma crise bancária global.
Olhando para o Brasil, os mercados tiveram desempenho inferior aos seus pares globais pressionados por um aumento na aversão ao risco no exterior, mas principalmente por incertezas políticas locais. No 1T23, os mercados foram impactados por pelos ruídos vindo do novo governo, como tensões elevadas com o Banco Central e, mais importante, as expectativas em torno do novo arcabouço fiscal. Como resultado dessas pressões domésticas, o Brasil teve um desempenho decepcionante, caindo -7,2% em reais enquanto os mercados globais (MSCI All Country World) subiu +6,8% em dólares. O Brasil ficou atrás até mesmo dos mercados emergentes, com o ETF EWZ (ETF de ações brasileiras em dólares) caindo -2,1% e o EEM (ETF de emergentes) positivo em 4,1%.
Estimativas de lucros futuras foram revisadas para cima
As projeções do Lucro por Ação (LPA) para os próximos 12 meses, 2024 e 2025 foram revisadas para cima durante o trimestre, o que pode ser explicado por dados econômicos melhores do que o esperado desde o início do ano, mostrando que a economia global continua em uma posição relativamente sólida.
Durante o trimestre, as estimativas do LPA para os próximos 12 meses aumentaram 3,3%, e para 2024 e 2025, as projeções aumentaram entre 7% e 12%.
Contração de lucros esperados para o 1º tri no Brasil
Em relação ao mesmo período de 2022, o mercado espera uma queda do Lucro por Ação (LPA) das empresas do Ibovespa em -6,5%, e que os Lucros Operacionais (EBITDA) caiam -10,6%. Lucros menores podem ser parcialmente explicada por um cenário macroeconômico ainda desafiador, em meio a uma desaceleração econômica global como reação à política monetária ainda apertada. Já em relação às receitas, o mercado espera um crescimento de +6,8%, que embora positivo, representa uma desaceleração quando comparado aos trimestres anteriores.
Durante esta próxima temporada de resultados, os investidores ainda estarão atentos aos impactos dos níveis ainda elevados de inflação, uma política monetária restritiva e o efeito da deterioração das condições de crédito. Para exportadores de commodities, preços mais baixos em média durante o 1º trimestre em comparação com o anterior poderiam ter um impacto negativo, bem como um Real mais forte do que o Dólar.
Dentre as empresas que cobrimos na XP, esperamos que os seguintes setores e nomes destaques:
- Agro, especialmente o setor de açúcar que deve seguir um momentum positivo com preços resilientes, e grãos com pespectiva encorajadora;
- Bens de Capital, com destaque para Randon com resultados resilientes, Marcopolo com recuperação contínua de receita, e WEG com forte crescimento de vendas;
- Shoppings, que deve continuar vendo uma tendência positiva de vendas;
- Varejo de alta renda que devem manter tendência de crescimento, além do varejo alimentar e farmácias mantendo a resiliência;
- Telecom, com visão construtiva em relação a TIM e Vivo que estão conseguindo aumentar preços mantendo o churn sob controle;
- Transportes, em que Localiza deve superar o desempenho de seus pares devido à sua posição competitiva superior;
- Elétricas, em particular geradoras de energia com forte geração hídrica e eólica.
Na agenda ESG, evoluções estão longe do fim
A temporada de resultados do primeiro trimestre para as empresas brasileiras geralmente define o tom das prioridades ESG para o resto do ano, antecipando os principais objetivos que serão perseguidos no período. Conforme antecipamos nas temporadas anteriores, esperamos ver um número crescente de empresas divulgando o progresso na agenda ESG do trimestre, movimento este respaldado principalmente pela crescente pressão regulatória e demanda dos investidores. Na nossa visão, vamos o impulso ESG sendo intensificado em grande parte por uma conscientização generalizada sobre a importância da adoção desses critérios visando mitigar riscos, movimento este observado principalmente em períodos de maior volatilidade do mercado, como o que o mercado doméstico enfrentou nos primeiros três meses do ano. Somado a isso, reforçamos nossa visão sobre a necessidade de uma divulgação mais precisa e robusta, tendência esta que deve continuar ganhando força adiante, com os investidores cada vez mais interessados em entender o posicionamento ESG das companhias do mercado local.
Por fim, conforme mencionamos no relatório ‘Temporada de resultados 4T22: Onde ESG se encaixa?’ (acesse aqui), usando a Carteira Recomendada ESG XP como base, 9 das 10 empresas divulgaram dados ESG em seus resultados do 4T (90%), com 78% delas dedicando mais que apenas uma nota de rodapé ao tema. Incorporados na temporada do 1T23, esperamos ver não apenas mais empresas divulgando informações relacionadas à agenda, mas também dedicando mais espaço a isso. Nesse sentido, esperamos ver atualizações e divulgação principalmente sobre (i) progresso na governança corporativa, especialmente em empresas que buscam melhorar as práticas e evoluir na gestão, com várias companhias listadas anunciando mudanças importantes no Conselho e na Diretoria durante os três primeiros meses de 2023; e (ii) esforços rumo à transição energética, movimento que tem ganhado cada vez mais força, principalmente frente ao interesse crescente dos investidores em ter maior exposição em nomes de energia limpa.
O que esperar para cada um dos setores
Agronegócio
Açúcar e Etanol: O trimestre fiscal 1T23 representa o fim do ano safra 2022/23, ou o 4T23 para as companhias de Açúcar e Etanol. Esperamos que o 4T23 siga a tendência dos últimos trimestres do setor: um momentum muito positivo para açúcar por conta de preços resilientes, mas com a queda nos preços de etanol devido às mudanças nos impostos federais prejudicando as operações consolidadas, com margens em queda A/A devido às pressões de custos (principalmente frete e insumos).
Grãos: A perspectiva é encorajadora para os produtores, dado (i) preços hedgeados em patamares muito interessantes dado os recentes aumentos; (ii) uma melhoria esperada das produtividades para todas as culturas, dado o clima positivo; (iii) safra recorde no Brasil, impulsionando volumes; e (iv) menores custos de insumos agrícolas e frete. No geral, com alguns riscos positivos e negativos para as variáveis mencionadas, os produtores agrícolas devem continuar apresentando um sólido momentum nos resultados em 2023. Para os players de serviços agrícolas, as empresas devem se beneficiar da tendência contínua e crescente de adoção de tecnologia pelos agricultores, historicamente impulsionado quando as margens do setor melhoram.
Alimentos
Esperamos um trimestre fraco, principalmente devido ao ambiente desafiador de consumo no Brasil com o varejo retraído, o que tem dificultado maiores repasses de preços, mas também em virtude de margens ainda pressionadas por aumento de custos.
Bancos & Mercado de Capitais
De maneira geral, esperamos que os resultados do 1T23 dos bancos brasileiros sejam mistos. O BB e o Itaú permanecem resilientes, com um sólido crescimento de carteira de crédito e um aumento marginal nas taxas de inadimplência. Por outro lado, antecipamos um trimestre decepcionante para o Santander e o Bradesco. Ambos ainda estão sendo afetados por maiores provisões e uma Margem financeira (NII) com o mercado menor. Para as empresas de mercado de capitais, vemos poucos negócios de Renda Variável (ECM), volumes de negociação mais fracos e uma pressão nos negócios de emissão de dívidas (DCM) devido aos eventos adversos de crédito ocorridos no trimestre. Em geral, acreditamos que os resultados do primeiro trimestre estarão em linha com nossas preferências no setor, com o Itaú e o Banco do Brasil sendo os destaques positivos da temporada.
Veja aqui a prévia completa do setor de Bancos & Mercado de Capitais para o 1T23
Bebidas
Esperamos que a AmBev continue apresentando volumes fortes mesmo em uma base de comparação difícil, além de que projetamos que a companhia continue apresentando crescimento na receita líquida/hl em virtude de um mix melhor e iniciativas de gestão de receitas. Entretanto, as pressões de custos devem ser mais fortes no 1S23 e portanto esperamos que o 1Q23 ainda seja um trimestre de margens comprimidas.
Bens de Capital
Esperamos que a Randon seja uma surpresa positiva no 1T23, com resultados mais resilientes do que o esperado apesar de um mercado desfavorável, com receita de R$ 2,5 bilhões +2% A/A sustentada por: (i) impactos mais suaves do que o esperado do Euro 6 no 1T23; (ii) crescimento do volume externo (e incorporação da Hercules); e (iii) sólido desempenho da Fras-le. Ainda do lado positivo, esperamos resultados sólidos da Marcopolo, com recuperação contínua de receita favorecida por ônibus rodoviários e melhores níveis de margem, e da WEG, registrando forte crescimento de vendas em GTD externo e sólido desempenho de EEI. Do lado negativo, esperamos que Embraer e Kepler Weber apresentem resultados fracos, com entregas de aeronaves e investimentos de produtores agrícolas impactados por uma sazonalidade mais fraca no 1T. Para a Aeris, prevemos resultados pressionados, mas melhorando (com os problemas de produção começando a diminuir). Por fim, esperamos resultados pressionados da Tupy e da Iochpe-Maxion, refletindo o desempenho desfavorável do mercado de veículos, bem como margens pressionadas em ambas as empresas.
Veja aqui a prévia completa do setor de Bens de Capital para o 1T23
Construtoras
No segmento de baixa renda, as prévias operacionais do 1T23 mostraram vendas líquidas acima das expectativas para a maioria das empresas, sugerindo uma demanda sólida por habitação de baixa renda, mantendo o ritmo forte visto no final do 4T22. No entanto, ainda vemos um cenário misto nos resultados do primeiro trimestre, com empresas que já operavam com rentabilidade potencialmente aumentando a sua margem bruta. Por outro lado, vemos os nomes mais afetados negativamente pela dinâmica da inflação dos custos de construção em 2021/2022 buscando recuperar a rentabilidade, principalmente por meio de aumentos de preços, ajudando a margem a apropriar (REF), porém mantendo a margem bruta abaixo dos níveis históricos.
Para construtoras de média/alta renda, as prévias operacionais do 1T23 mostraram lançamentos desacelerando, mas vendas líquidas melhores, impulsionadas por vendas de estoque mais altas no trimestre. No entanto, esperamos resultados mistos no primeiro trimestre. Do lado positivo, vendas mais fortes de projetos com maior percentual de conclusão (estoque em construção e estoque pronto) podem impulsionar o reconhecimento de receita, ajudando no crescimento da receita líquida. Por outro lado, maiores descontos nas vendas de estoque podem gerar um impacto negativo na margem bruta.
Educação
Os 1Ts são historicamente os trimestres mais importantes de cada ano, uma vez que ocorre a maior parte das matrículas – principalmente no segmento presencial, que é o mais relevante para as empresas em termos de receita e EBITDA. Para o 1T23, esperamos melhorias em: (i) volumes de captação, tanto de ensino presencial quanto digital, com a normalização das atividades após o período de pandemia de Covid-19; (ii) tickets, dado que estamos vendo uma abordagem mais disciplinada em todo o setor em relação a preços nos segmentos de educação presencial e digital; e (iii) escolas de medicina, que ainda apresentam comportamento defensivo e forte em termos de tickets médios e volumes de captação. Por outro lado, a maioria das empresas da nossa cobertura apresenta elevada alavancagem financeira, o que deve pressionar os resultados por mais um trimestre.
Elétricas e Saneamento
Do lado das geradoras de energia, esperamos um trimestre mais forte A/A com forte geração hídrica e eólica. O primeiro trimestre de 2023 foi marcado por uma hidrologia favorável com alta dos reservatórios e incremento de geração hídrica. Por outro lado, o PLD no piso durante o trimestre tende a prejudicar os resultados da operação de trading das companhias, devido à falta de volatilidade. Olhando para a geração eólica, tivemos uma melhora relevante nos recursos eólicos A/A com a neutralização do fenômeno La Niña. Já as distribuidoras de energia, esperamos que os resultados do 1T23 reflitam uma pequena queda nos volumes de energia faturada na comparação anual. Segundo dados da ONS, a demanda de energia caiu 0.25% A/A, devido a temperaturas mais amenas e um aumento da geração distribuída (“GD”). Por fim, não deverá haver grandes surpresas no segmento de transmissão de energia. Quanto às companhias de saneamento deve postar resultados com baixa variação frente ao trimestre anterior.
Frigoríficos
Esperamos que os frigoríficos reportem outro trimestre fraco. Para os players de Beef com exposição aos EUA (JBS e Marfrig), a acomodação de margens em virtude de custos mais altos do gado deve continuar ditando os resultados. Adicionalmente, os resultados das operações no Brasil também devem ser desafiadoras devido a interrupção das exportações para a China, embora o custo do gado no Brasil continue caindo.
Em aves e suínos, os volumes devem ser ligeiramente melhores, mas ainda sem muita resposta quando a preços dado uma condição desregulada de oferta e demanda. Portanto, esperamos que as margens não devem apresentar melhoria significativa.
Materiais básicos
Alumínio e ouro: Apesar dos altos preços de energia e baixos estoques de alumínio, os preços do alumínio continuaram caindo ao longo do trimestre, com algum alívio no final do 1T23. Para a CBA, esperamos resultados mais fracos devido aos preços ainda fracos do alumínio, com custos caixa impactados pelo aumento dos custos dos insumos (soda e coque). Para a Aura, prevemos preços mais altos, embora volumes menores possam impactar negativamente os resultados da empresa (já divulgados no relatório de produção).
Minério de ferro e aço: o 1T23 deve apresentar resultados mais fortes para Siderurgia e resultados mais fracos para Mineração quando comparado ao último trimestre. Para a Vale, esperamos que as discussões sobre a demanda de aço na China, EUA e Europa continuem em destaque; já para a Gerdau, as discussões sobre a normalização das margens na unidade da América do Norte devem chamar a atenção dos investidores a partir dos resultados do 1T23. Para as mineradoras de minério de ferro, esperamos um EBITDA menor para a Vale, com melhor desempenho relativo para a CMIN. Para as Siderúrgicas, projetamos aumento do EBITDA trimestralmente.
Papel e celulose: O setor de papel e celulose deve registrar resultados mistos no 1T23. Para a celulose, esperamos preços realizados e volumes de vendas menores, com custo caixa por tonelada estável. Para papéis e embalagens, esperamos um melhor desempenho de preços relativos e volumes/custos caixa estáveis. Ainda esperamos bom EBITDA para Klabin e Irani, enquanto a Suzano deve ser a empresa mais impactada pela queda nos preços da celulose.
Veja aqui a prévia completa do setor de Materiais Básicos para o 1T23
Petróleo, gás e petroquímicos
Durante o primeiro trimestre, os preços médios do Brent caíram para U$81,2/bbl (-8,4% T/T), enquanto a taxa de câmbio BRL/USD caiu ligeiramente para 5,26 BRL/USD (-1,3% T/T). Como resultado, o preço médio do Brent em moeda local (R$421) caiu 9,6% T/T. A commodity tem estado bastante volátil, impactada principalmente pelo aumento dos casos de Covid na China no início do ano, após o relaxamento das restrições de lockdown e uma crise bancária exacerbada em meados de março, agravando os temores de uma recessão global.
Apesar das condições desafiadoras do mercado, acreditamos que os níveis de preços do Petróleo ainda podem render resultados razoáveis para os nomes sob nossa cobertura. No entanto, os últimos meses foram particularmente agitados para as empresas brasileiras de petróleo e gás, e certos eventos provavelmente serão de interesse dos investidores durante as teleconferências. Entre eles: (i) a divulgação de novos relatórios de certificação de reservas para as Petroleiras Jr., (ii) reações e efeitos da tributação das exportações de petróleo bruto para a PRIO; (iii) aumentos de capex no novo relatório de reserva, para PetroReconcavo; (iv) aumento de capital para 3R; (v) e discussões sobre a política de preços da Petrobras.
Veja aqui a prévia completa do setor de Petroleiras para o 1T23
Saúde
Em relação às empresas de serviços de saúde, os níveis recordes de sinistralidade das operadoras ainda devem ser um problema, pressionando as demais empresas da cadeia de valor com maiores glosas e piores prazos de pagamento. Esperamos ver alguma – ainda não grande – redução das sinistralidades, bem como algum aumento da alavancagem operacional e consequente expansão de margem. Empresas menos expostas à dinâmica negativa que o setor vive devem apresentar melhores resultados. Por fim, destacamos que a elevada alavancagem financeira da maioria das empresas em nossa cobertura ainda deve consumir uma parcela significativa dos resultados operacionais.
Temos visões diferentes para as farmacêuticas. Esperamos que a Hypera apresente resultados um pouco mais fracos, com uma desaceleração do crescimento orgânico, mas aparentemente no caminho certo para entregar o guidance de 2023. Em relação à Blau, vemos o mercado de imunoglobulina ainda muito competitivo e prejudicando significativamente a capacidade de crescimento da empresa.
Veja aqui a prévia completa do setor de Saúde para o 1T23
Shoppings e Propriedades Comerciais
Esperamos continuar vendo uma tendência positiva de vendas no 1T23, já que os números de janeiro de 2023 indicaram um crescimento de vendas mais forte do que o esperado em comparação com 2022. Além disso, esperamos que as empresas mantenham a eficiência nas transferências de aluguel no primeiro trimestre, impulsionando o crescimento do aluguel nas mesmas lojas (SSR) acima da inflação, mas a um ritmo mais moderado em comparação com 2022. Dito isso, esperamos ver números financeiros positivos no trimestre, principalmente impulsionados pelo aumento das receitas de aluguel e ganhos de eficiência impulsionando a margem EBITDA.
Veja aqui a prévia completa do setor de Shoppings e Propriedades Comerciais para o 1T23
Mídia e Tecnologia
Acreditamos que as companhias com melhor desempenho neste trimestre serão TOTVS e Locaweb. Mesmo em um cenário mais volátil, a TOTVS deverá refletir uma dinâmica positiva marcada pela geração de caixa e resiliência dos negócios (principalmente no segmento de gestão). Por outro lado, o segmento de Techfin ainda pode enfrentar impactos negativos devido às incertezas macro atuais. Do lado positivo, também destacamos a Locaweb, mesmo com sua nova marca “Wake”, as margens devem ser praticamente estáveis T/T, e estimamos um crescimento anual de receita de aproximadamente 23%, impulsionado principalmente pela sua operação de commerce.
Veja aqui a prévia completa do setor de Mídia e Tech para o 1T23
Telecom
Mantemos uma visão construtiva sobre os resultados do 1T23 das grandes telcos. Esperamos que TIM e Vivo apresentem mais um trimestre de resultados positivos, refletindo um cenário competitivo mais racional após a consolidação do mercado com a aquisição da Oi Móvel. Ambas as empresas estão conseguindo aumentar os preços mantendo o churn sob controle. Em relação as ISPs sob nossa cobertura (BRIT3, FIQE3 e DESK3). Destacamos um ambiente macroeconômico ainda desafiador, além de uma competição mais acirrada que tem impactado negativamente as adições líquidas totais.
Veja aqui a prévia completa do setor de Telecom para o 1T23
Transportes
Para as Locadoras, vemos um cenário mais normalizado de produção de carros pelas montadoras, o que nos faz esperar: (i) melhor visibilidade para o retorno sobre capital investido à medida que condições de negociação melhoram; (ii) continuidade da normalização do segmento de Seminovos; e (iiI) dinâmica positiva de preços e volumes para o segmento de Gestão de Frotas. No geral, prevemos mais um trimestre em que a Localiza deve superar seus pares devido à sua posição competitiva superior. Em Infraestrutura, observamos (i) fraco desempenho das ferrovias devido a problemas operacionais causados pelo aumento do roubo de cargas na região do Porto de Santos; (ii) fraca movimentação de contêineres nos portos causada pela redução da demanda global por bens de consumo; e (iii) nas rodovias, um sólido desempenho operacional suportado pelo aumento do tráfego. Por fim, vemos mais um trimestre em que as companhias aéreas continuam seu processo de recuperação, pois (i) as empresas reestruturaram suas dívidas com sucesso; (ii) foram capazes de alcançar maiores tarifas; e (iii) devem enfrentar um cenário de custos menos pressionado devido a (a) preço de combustível mais barato e (b) desvalorização cambial.
Veja aqui a prévia completa do setor de Transportes para o 1T23
Varejo
Esperamos resultados mistos para o varejo no primeiro trimestre, com o desempenho variando para cada segmento. No geral, os varejistas de alta renda devem manter sua sólida tendência de crescimento, embora desacelerando sequencialmente, enquanto os varejistas de vestuário de renda média devem ser impactados pelo macro ainda desafiador associado a um clima quente persistente ao longo de todo o trimestre. O varejo alimentar e as farmácias deverão manter-se resilientes, com o desempenho vendas mesmas lojas permanecendo acima da inflação, apesar da base comparativa difícil para farmácias, considerando os surtos de covid-19 e influenza no 1T22 e especificidades das varejistas alimentares. Sobre o e-commerce, os players devem continuar a ser impactados pela renda disponível mais apertada, mas mantendo a trajetória de recuperação da rentabilidade, após o evento Americanas. Por fim, observamos que as taxas de inadimplência devem permanecer em níveis elevados para os serviços financeiros dos varejistas e que o momento continua desafiador para histórias de reestruturação/recuperação como ALPA, NTCO e MLAS.