Tópicos do dia
Brasil
- Pacotes pós-previdência incluem estímulos de curto prazo e desonerações
Internacional
- Dados de mercado de trabalho americano de sexta-feira devem seguir forçando o mercado a rever apostas de corte de juros
- Produção industrial alemã cresce 0,3% em maio
Empresas
- Gol (GOLL4): Dados preliminares para 2T19
- Frigoríficos: Acordo entre UE e Mercosul beneficia a carne argentina; Marfrig bem posicionada
- CCR deverá recorrer ao STJ para manter aditivo de 2006
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Votação da previdência na Câmara em foco
Mercados internacionais iniciam a semana em queda. O impulso inicial após trégua comercial entre EUA e China deu lugar a cautela, mas as conversas recomeçam em Pequim nesta semana e avanços no tema seriam bem recebidos pelo mercado. Além disso, o Irã disse que começará a enriquecer urânio além do nível permitido sob o acordo nuclear que assinou em 2015, elevando o risco geopolítico.
A semana está repleta de discursos de bancos centrais e dados de atividade econômica. O foco principal será o discurso do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, na quarta-feira, apenas alguns dias após a divulgação de dados fortes de criação de novos postos de trabalho, que fez com que o mercado questionasse a necessidade/tamanho de cortes nas taxas de juros, apesar desse ainda ser o caso base. Lembrando que o corte de juros no mundo é positivo para emergentes, incluindo o Brasil.
Na Turquia, mercados em queda após o presidente Recep Tayyip Erdogan decidir substituir o presidente do banco central do país, devido à pressão para corte de juros. A decisão põe em cheque a credibilidade do Banco Central, apesar de aumentar a possibilidade de novos cortes juros.
No Brasil, em meio a semana mais curta para a Bolsa devido ao feriado no Estado de São Paulo dia 9 de julho (Revolução Constitucionalista), o foco está todo voltado para votação em primeiro turno no plenário da câmara da reforma da previdência, com discussões esperadas para serem iniciadas na terça-feira.
Com isso, a proposta pode ser votada pelos deputados até o final da semana, antes do recesso parlamentar de 18 a 31 de julho. O segundo turno provavelmente acontecerá em agosto, após o recesso, mas se acontecer antes, seria muito positivo.
Em meio ao otimismo com a votação da reforma da Previdência, a equipe econômica também acelera a segunda fase da agenda, que visa reduzir o tamanho do Estado e a dívida pública, além de estimular a atividade. Segundo o Valor Econômico, as iniciativas abrangem medidas estruturais como a reforma tributária, aceleração de privatizações e redução de custos do gás. Além disso, há medidas de estímulo à demanda como liberação do PIS/Pasep e parte do FGTS.
Por fim, tivemos nos últimos dias a Expert 2019, o maior evento de investimentos do mundo, que foi marcado pelo tom de otimismo com o Brasil, além de destaques de líderes com trajetórias marcantes no empreendedorismo.
Brasil
Pacotes pós-previdência incluem estímulos de curto prazo e desonerações
- Em meio ao otimismo com a votação da reforma da Previdência, a equipe econômica também acelera a segunda fase da agenda que visa reduzir o tamanho do Estado e a dívida pública, além de estimular a atividade;
- Segundo o Valor Econômico, as iniciativas abrangem medidas estruturais como a reforma tributária, aceleração de privatizações e redução de custos do gás. Além disso, há medidas de estímulo à demanda como liberação do PIS/Pasep e parte do FGTS;
- Finalmente, medidas microeconômicas também estão em elaboração, como a mudança de regras para emissões de debentures de infraestrutura, melhora de garantias para créditos e desoneração da importação de bens de capital e informática.
Internacional
Dados de mercado de trabalho americano de sexta-feira devem seguir forçando o mercado a rever apostas de corte de juros
- Na contramão da maioria dos indicadores americanos, os dados de mercado de trabalho americano surpreenderam positivamente na última sexta. A expectativa de mercado era de criação de 160 mil novos postos de trabalho em junho, mas o número surpreendeu ao alcançar a marca de 224 mil;
- A consequência é que, desde sexta-feira, o mercado vem passando por uma rodada de revisão nas apostas de corte de juros. É possível que hoje mais agentes revisem suas apostas de que o banco central americano, o FED, possa postergar o corte de juros em virtude desse dado;
- Vale lembrar que o presidente dos EUA, Donald Trump, vem pressionando o FED a cortar os juros a fim de estimular a economia americana e esse dado deve colocar mais pressão nesse embate.
Produção industrial alemã cresce 0,3% em maio
- A produção industrial da Alemanha registrou crescimento de 0,3% em maio, confirmando a expectativa dos analistas. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, a medida recuou 3,7%;
- A produção do setor de construção teve queda de 2,4% enquanto a produção do setor manufatureiro registrou avanço de 0,9%;
- Apesar da alta, a leitura ainda indica uma economia industrial contida diante das encomendas fracas e do clima modesto de negócios.
Empresas
Gol (GOLL4): Dados preliminares para 2T19
- Gol divulgou há pouco suas informações preliminares esperadas para o 2T19, que confirmaram as expectativas de crescimento mais forte de receita unitária seguindo a forte redução de capacidade por parte da Avianca observada no trimestre;
- O principal destaque é o crescimento de 24% a/a na receita unitária de passageiros, acima das nossas expectativas, mas em linha com o cenário de redução de capacidade no setor observada no trimestre;
- Em relação às margens, a expectativa da companhia é de reportar margem EBITDA entre 22-24% e EBIT entre 9-10%, números levemente abaixo das nossas expectativas seguindo custos com combustível levemente acima do esperado. Mantemos recomendação neutra para Gol, com preço-alvo de R$ 29,0/ação, mas reconhecemos o momento positivo para as ações.
Frigoríficos: Acordo entre UE e Mercosul beneficia a carne argentina; Marfrig bem posicionada
- De acordo com o Valor Econômico, a Argentina desponta como a principal beneficiada pelo acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. O país terá acesso a 50 mil toneladas de carne bovina. O Brasil, que tem um rebanho bovino 4x maior e é o principal exportador mundial de carne, ficará com cerca de 38,5 mil toneladas. O Uruguai e o Paraguai terão 20,4 e 5,7 mil toneladas, respectivamente;
- No setor privado, as brasileiras Marfrig e Minerva estão estrategicamente posicionadas para se beneficiarem da redução tarifária proporcionada pelo acordo comercial, embora deva ainda levar tempo para ser efetiva. As duas empresas estão entre os principais frigoríficos da Argentina. No Uruguai, a Marfrig é a maior empresa privada. A JBS, maior produtora de carne bovina do Brasil e do mundo, deixou de atuar em outros países do Mercosul em 2017, quando vendeu as operações de carne bovina à Minerva;
- A vantagem de cota que os argentinos terão com o acordo entre UE e Mercosul é uma herança da cota Hilton, válida para cortes nobres, e que terá a alíquota zerada com o acordo. Se a distribuição da nova cota entre as empresas seguir os mesmos critérios da Hilton (que continuará existindo), a Marfrig ficará com a maior cota de carne bovina entre os frigoríficos do Mercosul. Reiteramos Compra para Marfrig, com preço-alvo de R$10/ação.
CCR (CCRO3): Deverá recorrer ao STJ para manter aditivo de 2006
- De acordo com o Valor, nos próximos dias a CCR deverá apresentar recurso ao STJ e ao STF para recorrer à decisão que decidiu pela anulação de um aditivo que prorrogou por sete anos a concessão da SPVias;
- O grupo apresentará recursos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) – este último só deverá analisar o caso a depender do parecer no STJ;
- Nos últimos dias, a CCR sofreu uma segunda derrota na Justiça referente aos aditivos de 2006. Uma decisão de primeira instância também foi contrária ao reequilíbrio da ViaOeste, responsável pelo Sistema Castello-Raposo.
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