Análise (Crédito): Petrobras

A Petróleo Brasileiro S.A. (“Petrobras” ou “Companhia”) é player mundial na exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas¹. A Companhia também está presente nos segmentos de refino, comercialização, transporte, petroquímica, distribuição de derivados, gás natural, energia elétrica, gás-química e biocombustíveis.

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Quem é a Petrobras?

História

Fundação e consolidação

A Petróleo Brasileiro S.A. (“Petrobras”) foi fundada em 1953, no último mandato do presidente Getúlio Vargas, com a responsabilidade de estudo, extração, refino e distribuição do petróleo do país a partir do monopólio estatal. Além disso, passou a administrar a Refinaria Landulpho Alves (RALAM), primeira refinaria do país construída pelo governo brasileiro, em 1950.  Em 1963, foi criado o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Cenpes) visando expandir sua produção. Com o passar dos anos, a instituição se tornou o maior centro de pesquisa da América Latina.

Em 1968, as ações ordinárias e preferenciais da Companhia começam a ser negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. No mesmo ano, começam as atividades da primeira plataforma móvel de perfuração da Petrobras, a P-1, com capacidade de operação em águas de até 30 metros de profundidade. Por meio de sua utilização, foi descoberto o primeiro campo de petróleo na plataforma continental brasileira, dando origem ao campo de Guaricema, no mar de Sergipe.

Em 1971, dado o aumento do consumo interno de derivados do petróleo, foi criada a Petrobras Distribuidora S.A. (BR Distribuidora). A Braspetro, braço de exploração da Petrobras no exterior, surge em 1972, marcando o início da expansão internacional da companhia. Dois anos depois, foi descoberta a Bacia de Campos, contendo cerca de 100 quilômetros quadrados de reservas, localizada ao norte do Rio de Janeiro e ao sul do Espírito Santo. A reserva marca o início das operações offshore da companhia.

A produção de petróleo em escala industrial pode ocorrer de dois modos: em terra (onshore) ou no mar (offshore). Na produção onshore, é usado um processo de elevação artificial, através do bombeio mecânico, a fim de puxar o óleo até a superfície. Enquanto na produção offshore, plataformas em alto mar são fixadas para sugar o petróleo das profundezas.

Quebra do monopólio e descoberta do pré-sal

Em 1997, houve a quebra do monopólio estatal da exploração e refino da Petrobras, com a promulgação da Lei n° 9.478/97. Assim, a Companhia passou a competir com outras empresas estrangeiras e nacionais em todos os elos da cadeia de petróleo. A mesma lei instituiu o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e a Agência Nacional do Petróleo (ANP). O domínio das reservas, por outro lado, permaneceu com a União.

Em 2005, a Petrobras alcançou pela primeira vez a camada do pré-sal na Bacia de Santos. Mais tarde, em 2007, anunciou a descoberta da maior jazida de óleo e gás natural do país, no campo petrolífero de Tupi, na mesma bacia.

Crise financeira

Em 2014, a Operação Lava Jato atingiu a Petrobras devido à identificação da participação de um ex-executivo da Companhia em esquemas de lavagem de dinheiro. Posteriormente, diversas irregularidades foram descobertas pela força-tarefa. Através de acordos de colaboração firmados entre investigados e o Ministério Público, houve a recuperação de R$ 3,2 bilhões aos cofres da companhia.

Além dos desvios identificados, o desempenho da petrolífera também foi prejudicado pela interferência que ocorreu na política de preço de combustíveis. Nesse sentido, o balanço do exercício de 2014 revelou um prejuízo líquido de R$ 21,6 bilhões no ano, sendo o primeiro exercício de resultado negativo desde 1991.

Recuperação

Em maio de 2016, Pedro Parente é apontado como novo CEO no processo de recuperação da credibilidade da empresa – naquele momento, a petroleira mais endividada do mundo, no 3T15 sua dívida líquida atingiu a marca de R$ 402,3 bilhões. Parente acelerou o plano de desinvestimentos da Petrobras e focou sua gestão no corte de custos e ganho de eficiência.

Além disso, Parente também pôs em prática a nova política de preços da empresa, determinando que os preços de derivados de petróleo comercializados poderiam acompanhar as oscilações internacionais da cotação da commodity. Como resultado, a Petrobras voltou a reportar lucro líquido em 2018. Parente deixou a empresa em 2018 durante a greve dos caminhoneiros.

Em fevereiro de 2020, foi realizada uma oferta de ações no mercado secundário, de 734 milhões de ações ordinárias sob titularidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), movimentando R$ 22 bilhões.

Em 2022, após a eclosão da Guerra entre Ucrânia e Rússia e a redução da oferta da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados), os preços do barril de petróleo seguem a preços recordes e beneficia o resultado da companhia, a qual apresenta atualmente uma política robusta de pagamento de dividendos.

Atuação

Sumarizando, podemos subdividir a Companhia nos seguintes negócios:

• Exploração e Produção (“E&P”): Este segmento abrange as atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo bruto, LGN (líquido de gás natural) e gás natural no Brasil e no exterior objetivando atender, prioritariamente, as refinarias do país.
• Refino, Transporte e Comercialização (“Refino” ou “RT&C”): Atende as atividades de refino, logística, transporte, aquisição e exportação de petróleo bruto, assim como a compra e venda de produtos derivados do petróleo e etanol, no Brasil e no exterior. Adicionalmente, inclui o segmento de petroquímica.
• Gás e Energia (“G&E”): Abrange as atividades de logística e comercialização de gás natural e energia elétrica e gás natural liquefeito (GNL), geração de energia elétrica por meio de usinas termelétricas, a participação em empresas de transporte e distribuição de gás natural no Brasil e no exterior.
• Corporativo e outros Negócios: Segmentos não classificados nas categorias anteriores, bem como as funcionalidades relacionadas à administração da Petrobras.

Composição acionária

Ratings das agências

Fonte

Petrobras RI

Glossário

Covenant: é uma cláusula muito comum a contratos de emissão de dívida corporativa. Funciona como uma proteção ao credor, ao estabelecer restrições que devem ser observadas pela empresa, como por exemplo limite de endividamento. Em caso de não cumprimento com essas cláusulas, há possibilidade de vencimento antecipado da dívida, dependendo do que estiver previsto em contrato.

Veja mais

Saiba mais em: Petrobras – Relações com Investidores