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Análise (Crédito): Olfar

Saiba aqui tudo o que precisa pra tomar sua decisão de investimentos em renda fixa na Olfar: indicadores operacionais, financeiros e riscos.

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Fundado em 1988 na cidade de Erechim (RS), o grupo Olfar atua com uma cadeia produtiva verticalizada na produção de biodiesel, incluindo industrialização da soja, extração de óleos vegetais, refino de glicerina e comercialização de grãos, entre outros.

Destaques positivos

  • Planta integrada em Erechim/RS, com autossuficiência de energia;
  • Posição de destaque na indústria de biodiesel, em 2º lugar (Fonte: ANP);
  • Rentabilidade em crescimento em 2022 (EBITDA e Lucro Líquido); e
  • Mercado em expansão média de 10% ao ano entre 2010 e 2021, segundo dados da ANP.

Pontos de atenção

  • Volatilidade de preços da soja;
  • Ociosidade das plantas;
  • Riscos regulatórios no mercado de biodiesel; e
  • Oportunidades de melhoria em governança (em andamento).

Quem é a Olfar?

História

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Em atividade desde 1988, a Olfar explora como atividades principais a: (i) originação de soja, milho e trigo; (ii) fabricação de biodiesel a base de óleo de soja, outros grãos, gordura animal, óleo de reuso e óleo de coco; (iii) industrialização e comercialização de soja com a extração de seus subprodutos, óleo de soja, farelo de soja, lecitina de soja; (iv) refinaria de glicerina; (v) comercialização, importação e exportação  de milho, trigo e seus subprodutos; (vi) prestação de serviço de moagem, limpeza, padronização, armazenamento e industrialização de produtos agrícolas; (vii) comercialização atacadista de sementes, insumos, adubos, mudas, defensivos e fertilizantes; (viii) reflorestamento e beneficiamento de madeiras;  (ix) comercialização de óleo de coco; e,  (x) assistência na agropecuária.

Destaca-se a cadeia produtiva verticalizada na planta matriz, localizada na cidade de Erechim (RS), que abrange desde a originação da sua matéria-prima até a comercialização e entrega dos seus produtos.

Além disso, a empresa possui 45 filiais de recebimento de grãos, uma planta integrada (biodiesel, farelo de soja, refino de glicerina e outros derivados) no estado do Rio Grande do Sul e 3 usinas de biodiesel em RS, RJ e GO.

A Olfar é um grupo industrial de biodiesel do Brasil, totalizando capacidade produtiva anual de biodiesel, de 1,2 bilhão de litros. Também possui capacidade de esmagamento de mais de 880 mil toneladas de soja por ano e consegue produzir 57 mil toneladas de glicerina refinada por ano.

Também faz parte do grupo a usina termoelétrica Energir, com capacidade instalada de 7.000 Kwh. A sua fábrica foi inaugurada em 2018, com objetivo de autoprodução de vapor e energia elétrica para o processo industrial da Olfar.

Atuação

O grupo conta com mais de 22 mil clientes, com os top 5 representando aproximadamente 67% do faturamento total de 2022. O prazo médio de recebimento na venda de biodiesel é curto, em torno de 12 dias, e de 28 dias considerando todos os produtos, como farelo de soja.

Conforme análise de risco da Companhia, o risco de perdas é baixo, visto a gama de clientes, sendo que praticamente 70% da concentração de clientes da Companhia estão alocados em clientes de risco muito reduzidos, como Raízen, Ipiranga, Vibra, JBS, BRF e Aurora, dentre outros.

Na ponta de fornecedores, a Olfar também atua com mais de 22 mil no total, sendo: (i) fornecedores de gordura – top 5 representam aproximadamente 47%; e (ii) fornecedores de soja – top 5 representam em torno de 51% do total.

Em 2022, 97,2% de seu faturamento foi voltado ao mercado interno, e 2,8% entre equiparadas ao mercado externo e mercado externo. Em relação aos produtos, o biodiesel foi o principal, com 67,1% das vendas, seguido do farelo de soja, com 20,9%. A Companhia monitora o preço da soja e seus subprodutos no mercado e realiza a gestão do seu estoque, ajustando o mix de produção.

Presença

A Olfar conta com três usinas de biodiesel, uma planta integrada e 45 unidades de recebimento de grãos.

Na planta de Erechim, há verticalização dos processos, com a produção de biodiesel, farelo de soja, refino de glicerina e outros derivados.

As usinas de Porto Real e Porangatu têm como foco o biodiesel e a glicerina, sendo utilizada como matéria-prima o óleo vegetal recuperado, a gordura animal e o óleo de soja.

Atualmente, as plantas de Erechim e Porangatu estão em ramp-up, com capacidade utilizada de 75% e 50%, respectivamente. Tal fator permitirá o crescimento da Companhia, aliada à diluição de custos fixos, proporcionando melhora de rentabilidade. Já a planta de Porto Real está com a capacidade utilizada em 95%.

Em termos logísticos, a Olfar possui uma frota própria composta por mais de 115 veículos leves e 61 caminhões, para suporte técnico no campo, transporte de cargas líquidas e recebimento e expedição para o escoamento de sua produção. Vale mencionar que os próprios distribuidores de combustível, clientes da Olfar, realizam a comercialização do biodiesel até o cliente final em seus pontos de venda.

Composição Acionária

  • José Carlos Weschenfelder, além de acionista, é fundador da Companhia e atua como Presidente há mais de 35 anos.
  • Guilherme Weschenfelder atua como Diretor Vice-Presidente, com foco nas áreas Comercial e Logística, com atuação na empresa há mais de 19 anos.
  • A Diretoria é composta por mais 5 Executivos, com ampla experiência e foco nas áreas Financeira, Industrial e Originação de grãos.

Visão Geral do Setor

De acordo com informações da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a soja é a oleaginosa mais produzida no Brasil, tendo elevada representatividade nas exportações de grãos.

O complexo da soja também é responsável pelo abastecimento do mercado interno com grãos, óleo comestível e biodiesel, e o farelo de soja, que possui 45% de proteína e é utilizado na nutrição animal de suínos, bovinos e aves.

Em relação ao biodiesel, o Brasil é um dos principais produtores mundiais do combustível. Nos últimos 12 anos, a produção doméstica de biodiesel cresceu a uma taxa média anual de 10%, tendo passado de 2,4 milhões de m³ em 2010 para quase 7 milhões de m³ em 2021.

A Olfar possui posição de destaque no setor, ocupando a 2ª colocação no total de entrega pelas usinas em 2022 referentes aos leilões da ANP, com 648 mil m³.

O setor é regulado pela ANP, que determina as metas mínimas de contratação de mistura de biodiesel no diesel, a serem adotadas pelos produtores e distribuidores de combustíveis líquidos. A ANP possui um sistema (SRD-Biodiesel), para a validação dos contratos e processos.

O governo federal tem influência na alteração das metas, dependendo das condições do mercado. Como exemplo, em 2021, houve redução da mistura de biodiesel no diesel de 13% para 10%.

À época, tal medida deu-se em função do elevado preço da soja no mercado, principal matéria-prima do biodiesel, com o objetivo de não encarecer o preço do combustível e evitar impactos a consumidores e indústrias, mas teve como efeito colateral a redução das margens dos produtores de biodiesel.

No mesmo ano de 2021, foi aprovada uma nova diretriz (Resolução ANP nº 857/2021), alterando a dinâmica do setor. A principalmente mudança foi em relação ao método de comercialização, que passaram de leilões públicos com condições padronizadas para todos os agentes, para um modelo de negociação direta entre produtores e distribuidores, o que tem conferido melhores condições de venda para a Olfar.

Como principais benefícios, destacam-se (i) a menor necessidade de capital de giro: anteriormente, a Petrobras atuava como intermediadora as operações comerciais, com repasse dos valores vendidos em 30 dias para a Olfar, e atualmente a Companhia recebe diretamente de seus clientes em até 15 dias; e (ii) o menor custo de hedge: a formação de preço de venda passou a ser semanal, em comparação a bimestral previamente, o que também permite melhor previsibilidade para a Companhia.

Vale mencionar que a ANP permanece como auditora dos processos, com o poder de penalidades no caso de descumprimento das metas estabelecidas. A Olfar cumpriu os compromissos estabelecidos nas metas em todos os bimestres de 2022.

No dia 17/03/23, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a elevação da mistura do biodiesel no diesel fóssil, que passará de 10% para 12% a partir de abril, com um cronograma de aumento escalonado para os próximos anos: passará a 13% em 2024, 14% em 2025 e 15% em 2026. Tal medida deve ser benéfica para o setor, uma vez que deve aumentar a venda de biodiesel, utilizando a capacidade ociosa das plantas industriais.

Fatores do Crédito

Destaques Operacionais

Do total da soja originada em grãos, cerca de 40% referem-se a preços não fixados, parcela aproximada adquirida de pequenos produtores. Os 60% remanescentes, já com preço fixo, são normalmente relativos a grandes cooperativas. Conforme a quebra de safra, há maior disponibilidade de soja nas grandes cooperativas, enquanto em momentos normalizados de colheita, há maior equilíbrio com os pequenos produtores.

A Companhia possui política de hedge para a proteção do preço da soja, que pode ocorrer de suas formas: por meio do estoque físico, ou via contratação de instrumentos derivativos pela Bolsa de Chicago. Neste sentido, fica protegida à volatilidade do preço da soja após a aquisição.

Destaques Financeiros

A Olfar vem apresentando crescimento consistente de seu faturamento nos últimos anos. No período de 2018 a 2022, a taxa média de crescimento de suas vendas foi de 28%.

Em termos de EBITDA, em 2020, obteve crescimento do transporte terrestre e a elevada demanda por diesel, o que elevou suas margens de forma significativa.

De forma oposta, em 2021, a Olfar apresentou margens mais baixas do que as históricas (5,4%) devido a consecutivas reduções da mistura obrigatória de biodiesel no diesel ao longo do ano pelo governo federal, passando de 13% (B13) para 10% (B10), enquanto os custos de insumos, notadamente a soja e derivados, que representam aproximadamente 80% de seus custos, estavam precificados no patamar B13, o que pressionou a rentabilidade.

Já em 2022, a Companhia registrou margem EBITDA de (8,3%), já refletindo o novo modelo de comercialização do biocombustível, o que conferiu melhores condições de venda.

Da mesma forma, o seu lucro líquido aumentou em 2022, com o maior resultado operacional compensando a despesa financeira mais elevada decorrente do atual nível de taxa de juros, o que proporcionou um indicador de cobertura de juros (EBITDA / Despesa Financeira) acima de 2x.

Já a geração de caixa operacional foi afetada por maior necessidade de capital de giro, oriunda do acúmulo de impostos e contribuições a recuperar, que passou de aproximadamente R$ 300 milhões para cerca de R$ 800 milhões. A maior parte relaciona-se a créditos de Pis e Cofins, oriundos na originação de matéria-prima, que gera 9,25% de crédito. A monetização de tais impostos está ocorrendo no curso das operações da Companhia, com expectativa de entrada de caixa de mais de R$ 300 milhões em 2023.

Em relação ao endividamento, ao final de dezembro de 2022, cerca de 38% da dívida estava classificada no curto prazo, com o volume de caixa, em torno de R$ 500 milhões, sendo suficiente para arcar com tal passivo, em montante similar. Para o refinanciamento de seu passivo, a Companhia possui acesso ao mercado de capitais através de emissões de dívidas corporativas, além de linhas de crédito bilaterais com bancos.

A alavancagem Dívida Líquida / EBITDA era de 1,8x ao final de dezembro de 2022, com relativo conforto em relação a seus covenants de 3,0x. Adicionalmente, em alguns contratos de dívida é exigido o indicador de liquidez corrente maior ou igual a 1,2x, em conformidade, bem como limitação de distribuição de dividendos ao mínimo legal ao 25%.

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