Semanalmente, aos sábados, um novo episódio do Outliers é divulgado nos agregadores de podcasts. Até aí, sem novidades. As boas novas são que os episódios passaram a ser transmitidos também em vídeo no Youtube da XP e que o time de analistas da XP passou a cobrir esses episódios para serem publicados em um relatório, como esse, que se aprofunda mais ainda em informações e detalhes sobre a gestora e/ou sobre o(s) fundo(s) discutido(s) em cada episódio. Nosso objetivo é ir mais fundo para ajudá-lo na análise desses produtos, por isso apresentamos o “Indo a Fundo no Outliers”.
Aproveitaremos a grande qualidade dos assuntos abordados e escolheremos uma temática para analisarmos a fundo. No caso desta versão discorremos com mais detalhes sobre os diferenciais da primeira estratégia lançada pela XP Private Equity, o fundo XP Private Equity I FIP Multiestratégia, gerido por Chu Kong, entrevistado do 46° episódio do Outliers.
Antes de destacarmos os diferenciais desse fundo perante a indústria, é importante entender a abrangência do Private Equity, estratégia de investimento que pertence a classe de investimentos alternativos que passou a ser adotada recentemente em nossas carteiras recomendadas.
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O Private Equity em sua essência
As empresas listadas na bolsa de valores são apenas uma pequena parcela das inúmeras possibilidades de empreendimentos existentes no mundo.
Quando falamos em Private Equity, ou capital privado, o aporte é feito majoritariamente em empresas que possuem capital fechado, ou seja, não estão listadas em nenhuma bolsa de valores e por isso oferecem ao gestor uma imensidão de oportunidades que não estão sendo analisadas por outros fundos tradicionais (de ações ou multimercados, por exemplo). Por outro lado, um fundo de Private Equity pode sim investir em uma empresa listada, desde que o gestor veja um grande potencial de crescimento nessa empresa.
O grande foco dos gestores de Private Equity é o potencial de crescimento de uma empresa, mas não no sentido de investir na fase inicial do negócio – sendo essa modalidade reservada ao Venture Capital – mas sim, investir em negócios que já existem, geram receitas, já começaram de alguma forma sua expansão, mas que a injeção de recursos irá gerar um crescimento acelerado, trazendo retornos relevantes.
“O nosso Private Equity é puro, no sentindo tradicional, onde entramos nem antes, nem depois, mas quando o modelo de negócio já está ao menos consolidado.”
Chu Kong para Outliers
Ao se falar em Private Equity, é muito comum citar a “curva J” que tende a representar a tendência dessa alocação, já que ao investir em uma empresa, o gestor realiza uma participação ativa dentro da companhia, seja na reestruturação do negócio, na renegociação de dívidas, na troca de gestão, no fortalecimento de parcerias, entre outros.
É importante entender que esse tipo de investimento possui características particulares que alongam o tempo de alocação. Um exemplo disso, é que justamente pela alocação ser majoritariamente em empresas que não estão listadas, são fundos classificados como “Alternativos Ilíquidos” já que o investidor terá os recursos de volta ao termino da duração do fundo, que tipicamente pode ser entre 7 e 10 anos.
Experiência para navegar
Entender que o Private Equity oferece um verdadeiro oceano de possibilidades, também permite ter ciência da complexidade para selecionar cases de sucesso. Filtrar boas oportunidades, exige um time experiente – e isso foi levado em consideração por Chu Kong na hora de montar o time de gestão do fundo, que ao todo reúne 70 anos de experiência em Private Equity no Brasil e já realizou mais de 60 transações.
Essa experiência é importante em todo processo do investimento, seja na hora de filtrar os setores que serão analisados para capturar oportunidades, até na contribuição do gerenciamento da empresa investida – prática comum dentro do Private Equity, onde em alguns casos, o fundo detém o controle da companhia e pode influenciar em toda gestão da empresa, sempre buscando potencializar o crescimento.
Chu Kong ainda reforça no episódio que viu em sua experiência prévia no “mundo real” – termo utilizado para se referir a atuação profissional fora do mercado de capitais, grande valor para sua entrada no universo do Private Equity. Tendo passado pela direção de grandes empresas e atuado empreendendo, ele viu que essas experiências foram de grande valia para gerenciamento das empresas investidas – fazendo toda diferença também na gestão do fundo.
Além dessa experiência, foi através da Actis, fundo de Private Equity da Coroa Britânica, que Chu Kong fez o primeiro investimento na XP, sendo aportado R$ 100 milhões por 20% das ações da empresa. Adicionalmente, cases como Stone, Cruzeiros do Sul e OdontoPrev, fazem parte da lista de cases icônicos de Chu Kong, que buscou o mesmo perfil de experiência: mundo real + mercado de capitais, para seu time.
O diferencial da experiência de time se consolidou já no primeiro fundo estruturado, o XP Private Equity I FIP Multiestratégia, que ainda na captação, a equipe já havia selecionado possíveis distribuições setoriais da alocação – sempre de acordo com a experiência de cada integrante, onde após a realização dos investimentos, foi possível notar grande aderência com o que havia sido estimado.
Força do Ecossistema XP
Um outro acelerador da estratégia ainda segundo o time de gestão é o ecossistema XP, que oferece insumos e estrutura suficiente para acelerar não só o processo de captação da estratégia, mas fornecer acesso em cases únicos. Para se ter uma noção desse diferencial, um fundo de Private Equity tipicamente analisa entre 100 e 200 oportunidades de investimentos por ano. No entanto, com a força da plataforma XP, o XPPE analisou mais de 650 oportunidades nos primeiros 18 meses do fundo, sendo 47% das propostas proprietárias, ou seja, sem haver competição pelo ativo com outro fundo.
O número de geração de negócios tem impacto direto no período de investimento de recursos do fundo, onde dentro da indústria, um fundo desse gênero possui um prazo de 5 anos para realizar todos seus investimentos. Por outro lado, em apenas 2 anos, e durante uma pandemia, o primeiro fundo do XPPE realizou 8 investimentos e mais de 15 transações – incluindo as aquisições realizadas pelas empresas investidas. Dessa forma, o fundo já investiu mais de 85% do recurso captado – sendo interessante para o investidor que pode ter seu capital retornando em um período menor.
Adaptações para o mercado brasileiro
O acesso a gestão sofisticada desses ativos ilíquidos, anteriormente era exclusividade de investidores com grande volume de capital investido, o que vem mudando com o nascimento da XPPE, que vem com sonho grande de tornar esse mercado tão restrito que é o de Private Equity, acessível a todos investidores brasileiros.
Porém, adentrar em uma cultura de investimento tão imediatista oferece desafios. Dessa forma, na busca de tornar a aplicação adequeada para o investidor brasileiro e contando com o auxílio do ecossistema XP, o fundo XP Private Equity I FIP Multiestratégia, nasceu com um horizonte de investimento de 8 anos, e não 10 como costuma ser fundos desse gênero. Além de possuir uma janela de resgate emergencial no quarto ano do investimento – permitindo aos cotistas, flexibilidade em caso de necessidade de recursos.
Conheça as investidas
Por conceito, o fundo é generalista, não existindo exceções de setores que o time irá cobrir. A ideia se ater da flexibilidade de gestão para não excluir oportunidades. Em contrapartida, existem setores preferenciais que estão de acordo com as experiências profissionais do time XPPE, que são eles: saúde, educação, serviços financeiros, consumo e varejo, e por último tecnologia.
Dentro do segmento de saúde, o time XPPE vê que a insuficiência do serviço público, gera baixo acesso à saúde de qualidade, sendo que menos de 25% da população possui acesso ao plano privado. Esses fatores somados ao envelhecimento da população, tende a gerar oportunidades no setor, que foi o escolhido para primeira investida do fundo, que aportou R$ 293 milhões na Vision One, que se trata de uma plataforma de clínicas e hospitais oftalmológicos.
A experiência do time na aquisição de empresas que prestam serviços financeiros, contribuiu para que das 8 investidas, 3 sejam do setor. O forte uso de tecnologias, somado com um movimento crescente de acesso da população à serviços financeiros, oferece grande potencial de retorno. Dentro das investidas no setor está a recém entrevistada do Outliers, Az Quest, uma das assets mais tradicionais do Brasil que recebeu um aporte de R$ 20 milhões.
Outro setor representativo no portfolio é consumo e varejo, setor que representa 60% do PIB nacional e é afetado diretamente por mudanças sociais e na dinâmica de consumo que vemos no momento. Entre as investidas está a Botoclinc, rede especializada em harmonização facial com um aporte de R$ 100 milhões.
“Eu olho para a essência do negócio, qual a tese de investimento que podemos acoplar naquele negócio, e vejo o quanto de criação de valor ainda pode ser feita. Utilizado, os momentos de crises ou bonanças para encontrar oportunidades” Chu Kong.
E por último, uma investida fora dos setores tidos como “de base” é a BR Supply, empresa de suprimentos corporativos que reúne um aporte total de R$ 140 milhões e reforça a tese de que o fundo não exclui setores, está de olho nas oportunidades potenciais que podem aparecer no mercado.
Atualmente o XP Private Equity I FIP Multiestratégia está fechado para novas aplicações. Diferentes da maioria dos fundos mais tradicionais que ficam disponíveis para investimentos por um longo período, os fundos de Private Equity possuem janelas específicas de capitação, realizadas via ofertas públicas. Sendo assim, é bem importante que você indique seu interesse ao assessor vinculado a sua conta, para capturar oportunidades em momentos de abertura.