O que ouvimos durante nossas reuniões com WEG, Vibra e Petrobras

Destaques da primeira edição do XP ESG Corporate Talks

Na semana passada, realizamos a primeira edição da nossa XP ESG Corporate Talks, uma série de reuniões com empresas para discutir suas estratégias ESG, com a participação de executivos e das equipes de relações com investidores (RI) da WEG, Vibra e Petrobras. De modo geral, saímos das reuniões com uma visão positiva sobre os esforços das três empresas, especialmente em relação ao interesse de alinhar retornos para os acionistas com uma visão de longo prazo para a transição energética, buscando capturar possíveis avenidas de crescimento adiante.

#1. WEG: Descarbonização como vantagem competitiva e parte da estratégia de negócios

[Sr. Daniel Godinho, Diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais; Sr. André Salgueiro, Diretor Financeiro e de RI; Sr. Felipe Hoffmann, Gerente de RI; Sr. José Reinaldo Bongiolo Moreira, Especialista em RI]

Enfatizando o compromisso de longo prazo da WEG com soluções de descarbonização - colocados como projetos que geram bons retornos para os investidores -, o Sr. Godinho destacou que cerca de 68% da receita de 2023 veio de produtos e soluções sustentáveis. Entre as estratégias para atingir o compromisso de atingir a neutralidade de carbono até 2050, destacamos: (i) produtos de eficiência energética: uma avenida fundamental de crescimento, com esforços de pesquisa e desenvolvimento (P&D), visando atender à crescente demanda por soluções sustentáveis com menor consumo de energia, custos e emissões de CO2; (ii) eletrificação e mobilidade: apesar da desaceleração global nas vendas de veículos elétricos, a WEG permanece confiante na tendência de eletrificação de longo prazo, especialmente à medida que busca expansão internacional (para a Europa e os Estados Unidos), inicialmente por meio de soluções de carregamento; e (iii) renováveis: apesar dos atuais desafios estruturais do mercado, o Sr. Godinho reforçou que essa agenda segue sendo chave globalmente, com a empresa desenvolvendo soluções para atender ao mercado quando as perspectivas melhorarem (médio/longo prazo).

#2. Vibra: Integração com a Comerc, foco em estrutura de custos e disciplina de capital

[Sra. Clarissa Sadock, Diretora-Presidente da Comerc; Sr. Joelson Fagundes Junior, Gerente de RI]

Com menos de um mês no cargo de Diretora-Presidente da Comerc, a Sra. Clarissa Sadock compartilhou sobre os atuais esforços de integração entre Comerc e Vibra, além do foco estratégico da empresa em eficiência de custos, disciplina de capital e refinanciamento de dívidas. Com relação à Vibra, os destaques da reunião incluem: (i) biocombustíveis: ênfase na distribuição (em vez da produção); (ii) mercados de carbono: reconhecimento da aprovação do mercado regulado como um primeiro passo fundamental e defesa de uma possível integração futura com o RenovaBio, que recentemente passou por mudanças nas regras¹; e (iii) curtailment: destacando que a Vibra está relativamente menos exposta a esses riscos devido à localização de suas fábricas (majoritariamente na região sudeste), embora parte dos desafios permaneça.

#3. Petrobras: Foco em óleo & gás permanece, embora haja um aumento gradual nos investimentos em transição energética

[Sr. Leandro Santos, Gerente de RI]

A discussão atual sobre o papel do setor de combustíveis fósseis na transição energética continua sendo fundamental para a estratégia da Petrobras. Na visão da empresa, dado o ritmo incerto da transição, tanto a produção de óleo e gás quanto as energias renováveis devem coexistir em um futuro próximo; por isso, os investimentos devem ser priorizados de acordo. Nesse sentido, o Sr. Santos destacou o plano de negócios 2025-2029, focado em: (i) produção de petróleo e gás: com esforços contínuos para: (a) aumentar a eficiência e reduzir as emissões nas atividades de exploração e produção (a Petrobras já produz petróleo com uma das menores pegadas de carbono do mundo); (b) substituir reservas para atender à demanda global e doméstica por petróleo e gás, que deve permanecer sólida até 2050; e (c) possuir o maior programa de captura, uso e armazenamento de carbono (CCUS) do mundo (em termos de capacidade anual) para reduzir as emissões por barril; e (ii) investimentos em transição energética: com a alocação de US$16,3 bilhões em CAPEX (15% do total e um aumento de 42% em relação ao plano anterior), apesar da menor taxa interna de retorno (TIR) média em comparação com os projetos de óleo e gás (>10% vs. 22%, respectivamente).

¹ de acordo com a nova lei, a não aquisição de CBIOs agora é categorizada como um crime ambiental, o que deve reduzir a lista de inadimplentes.

Para acessar o relatório completo em inglês, acesse aqui.