Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de quinta-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE subindo 2,8% e 3,1%, respectivamente.
• No Brasil, associações de combustíveis fósseis enviaram ontem uma carta ao Ministério de Minas e Energia (MME) solicitando a realização de testes “abrangentes e rigorosos de bancada e de campo” na mistura de 25% de biodiesel ao diesel (B25) - atualmente, a mistura obrigatória é de 14% e deve chegar a 20% em 2030, valor máximo considerado seguro por pesquisas.
• No internacional, (i) segundo um relatório da BloombergNEF divulgado ontem, os investimentos globais na transição energética de baixo carbono ultrapassaram US$ 2 trilhões pela primeira vez em 2024 - apesar do crescimento de 11% em relação ao ano anterior, para atingir a meta do Acordo de Paris de emissões líquidas zero até 2050, o investimento global em transição energética precisa ser, em média, de US$ 5,6 trilhões por ano de 2025 a 2030; e (ii) segundo a Bloomberg, após acumular prejuízos financeiros, a Shell suspendeu os investimentos no parque eólico em alto mar dos EUA, conhecido como Atlantic Shores - para a diretora financeira da Shell, Sinead Gorman, o projeto não fazia mais sentido tanto na perspectiva financeira, quanto de capacidade técnica.
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Brasil
Empresas
Térmica a hidrogênio verde quer participar de leilão de capacidade
"A Nexblue está empenhada em consolidar seu projeto de produção de hidrogênio verde para geração de e-metanol e energia termelétrica, com o objetivo de participar do próximo leilão de reserva de capacidade, previsto para o fim deste ano. Em entrevista à agência eixos, o CEO da Nexblue, Nelson Silveira, conta que a empresa está trabalhando para que seu projeto seja equiparado a qualquer outra UTE a gás natural, e espera um parecer nesta direção da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da Aneel, antes de 14 de fevereiro, limite máximo para habilitação no leilão. “Não estamos pedindo nada diferente do que competir com termelétricas a gás. Se não formos competitivos, perderemos o leilão”, afirma Silveira. Pelas regras atuais, a contratação de reserva de capacidade só considera empreendimentos de geração termelétricos a gás natural e a biocombustíveis, ou de ampliação de hidrelétricas. O executivo explica que o projeto da Nexblue já é competitivo, mesmo sem considerar qualquer atributo ambiental, uma vez que a UTE funcionará como uma a gás natural, mas sem emitir CO2. “O que sai do escape da nossa termelétrica é vapor d’água, não poluente e renovável”, enfatiza. A companhia estuda cinco projetos, localizados no Ceará, Piauí e Maranhão, com termelétricas de 22 MW cada e eletrolisadores de 160 MW. A estratégia aposta na conexão do mercado de energia elétrica ao de produção de metanol sintético, o e-metanol, utilizando um parque solar para alimentar eletrolisadores que produzem hidrogênio."
Fonte: Eixos; 30/01/2025
Braskem decide reavaliar e descontinuar novos investimentos na Oxygea
"A Braskem decidiu reavaliar e descontinuar novos investimentos na Oxygea, controlada criada em 2022 para fomentar o surgimento e desenvolvimento de novas iniciativas empresariais voltadas para a sustentabilidade e transformação digital, informou a Braskem nesta quinta-feira (30). De acordo com a companhia, a decisão está alinhada ao seu direcionamento estratégico de reavaliação e priorização de seus ativos e investimentos, tanto operacionais como estratégicos, na busca da otimização da alocação de capital e na sua geração de caixa. “Tal medida não afasta a inovação como um pilar estratégico da companhia e seu propósito de continuidade do desenvolvimento de soluções, produtos e processos inovadores”, acrescentou."
Fonte: Valor Econômico; 30/01/2025
Política
Secretaria da Agricultura de SP reativa Câmara Setorial de Açúcar, Etanol e Bioenergia
"A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo informou, em nota, que reativou a Câmara Setorial de Açúcar, Etanol e Bioenergia. Além disso, empossou como presidente do colegiado Bruno Garcia, que é representante da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) na câmara. Segundo nota da pasta, a Câmara Setorial do segmento foi reativada após três anos, com um plano de ação que visa o avanço da cadeia produtiva de cana-de-açúcar em São Paulo. O novo plano estratégico do colegiado inclui, entre outros itens a reestruturação do Programa Etanol Mais Verde, “fundamental para promover práticas sustentáveis, prevenir incêndios e ampliar a regularização ambiental por meio de ferramentas como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA)”, diz a secretaria na nota. A secretaria informou, além disso, que anunciou outras medidas para o setor sucroenergético, como procedimentos para licenciamento ambiental visando facilitar a geração de biogás e biometano nas propriedades agrícolas, a sanção do projeto de isenção de IPVA para veículos híbridos flex e a criação da Coordenadoria de Transição Energética."
Fonte: Eixos; 30/01/2025
Associações de combustíveis pedem ao MME mais testes com B25
"Associações de combustíveis fósseis enviaram, nesta quinta-feira (30/1), uma carta ao Ministério de Minas e Energia (MME) pedindo que sejam realizados testes “abrangentes e rigorosos de bancada e de campo” na mistura de 25% de biodiesel ao diesel (B25). Assinam o documento a Confederação Nacional do Transporte (CNT), o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis (Brasilcom), a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) e o Sindicato Nacional Transportador, Revendedor e Retalhista de combustível (SIND TRR). A Lei do Combustível do Futuro (14.993/2024) dá aval ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para avaliar a viabilidade técnica de estabelecer o percentual de mistura de biodiesel ao diesel de até 25%. Atualmente, a mistura obrigatória é de 14% e deve chegar a 20% em 2030 — valor máximo considerado seguro por pesquisas. As entidades demonstraram preocupação com discussões sobre a mistura B25, como workshop realizado pelo MME em outubro de 2024. Segundo os grupos, é importante evitar “a falta de consenso observada pelo MME em relação aos resultados dos testes efetuados com o B15 em 2019”. As associações enfatizaram a importância da realização de testes do B25 para diferentes condições de uso e tecnologias veiculares, e, se necessário, de atualização das especificações do biodiesel promovidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)."
Fonte: Eixos; 30/01/2025
Internacional
Empresas
"O fundo de wealth norueguês de US$ 1,8 trilhão, o maior do mundo, continua comprometido com investimentos em ativos renováveis, apesar dos recentes contratempos do mercado, e buscará oportunidades nos mercados de capital aberto e privado, disse uma autoridade sênior do fundo na quinta-feira. Os ativos de energia renovável tiveram um desempenho significativamente inferior no mercado em 2024, com alguns dos favoritos dos investidores anteriores, como a desenvolvedora dinamarquesa de energia eólica offshore Orsted, sofrendo grandes impactos em suas avaliações. Os investimentos do próprio fundo em infraestrutura de energia renovável não listada, que incluem participações em parques eólicos offshore com a Orsted e no portfólio de energias renováveis da concessionária espanhola Iberdrola (IBE.MC), registraram na quarta-feira um retorno negativo de -10% para 2024. Apesar dos retornos negativos recentes, o fundo continua comprometido com as energias renováveis, dizendo que isso faz sentido no longo prazo. “Achamos que isso é inteligente também para um investidor de muito, muito longo prazo… Todos os nossos investimentos dependem de uma transição energética ordenada”, disse Harald von Heyden, diretor global de energia e infraestrutura do fundo, em uma conferência em Oslo. “Provavelmente, você pode comprar ativos renováveis muito mais baratos agora se comprá-los como ações”, acrescentou. Enquanto isso, a volatilidade no mercado privado era menor, e o fato de estar ativo tanto no mercado público quanto no privado deve oferecer alguns bons negócios no futuro, acrescentou."
Fonte: Reuters; 30/01/2025
"O investimento global na transição energética de baixo carbono ultrapassou US$ 2 trilhões pela primeira vez no ano passado, segundo um relatório da BloombergNEF divulgado na quinta-feira. Países de todo o mundo estão investindo e desenvolvendo fontes de energia mais limpas e infraestrutura para cumprir as metas climáticas do Acordo de Paris, mas muitos especialistas afirmam que o ritmo atual não é rápido o suficiente. Para atingir a meta de emissões líquidas zero até a metade do século, o investimento global em transição energética precisa ser, em média, de US$ 5,6 trilhões por ano de 2025 a 2030. Os níveis atuais de investimento representam apenas 37% do necessário para colocar o mundo no caminho certo, conforme o relatório anual de tendências de investimento em energia da BloombergNEF. O investimento na transição energética de baixo carbono cresceu 11% no ano passado, atingindo um recorde de US$ 2,1 trilhões, impulsionado por energia renovável, redes de energia, e investimentos em transporte eletrificado e armazenamento de energia. No entanto, o ritmo de crescimento foi mais lento do que nos três anos anteriores, quando o investimento cresceu entre 24% e 29% ao ano. O maior mercado para investimentos foi a China continental, que respondeu por US$ 818 bilhões em investimentos, um aumento de 20% em relação a 2023. Um dos primeiros atos do presidente dos EUA, Donald Trump, ao retornar ao cargo na semana passada, foi abandonar o Acordo de Paris, o que pode reduzir o financiamento climático dos EUA internacionalmente e aumentar a probabilidade de escalada do aquecimento global."
Fonte: Reuters; 30/01/2025
Shell abandona projeto de energia eólica em alto mar nos Estados Unidos
"A Shell disse que registrou baixa contábil de quase US$ 1 bilhão e se retirou de um parque eólico em alto mar dos Estados Unidos em meio a movimentações do presidente Donald Trump contra essa indústria, informou a agência Bloomberg. Os resultados do quarto trimestre da Shell revelaram um prejuízo de US$ 996 milhões relacionado ao parque eólico offshore conhecido como Atlantic Shores, uma parceria com o braço de energias renováveis da Electricite. “Simplesmente não vemos que isso se encaixe em nossas capacidades nem nos retornos que gostaríamos”, disse a diretora financeira da Shell, Sinead Gorman, em uma teleconferência com repórteres. “Então, tomamos a decisão de efetivamente dar baixa nisso e pausar nosso envolvimento.” A energia eólica em alto mar nos EUA era defendida pelo ex-presidente Joe Biden, mas sofria com os custos crescentes nos últimos anos. Trump, por outro lado, emitiu uma série de decretos que visavam a atividade de energia eólica no mar em seu primeiro dia no cargo, com o apoio do congressista de Nova Jersey Jeff Van Drew, um crítico frequente do projeto Atlantic Shores."
Fonte: Valor Econômico; 30/01/2025
Política
Espanha anuncia 400 milhões de euros para hidrogênio verde
"O presidente da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou nesta quarta (29/1), novos investimentos para impulsionar o hidrogênio verde, incluindo 400 milhões de euros para projetos que não foram selecionados no primeiro leilão do Banco Europeu do Hidrogênio. Na ocasião, em abril de 2024, a Espanha apresentou 46 projetos com uma capacidade combinada de eletrólise de 2,9 GW. Segundo Sánchez, o país está crescendo mais e de forma mais sustentável do que qualquer outro, consolidando-se como um líder global em hidrogênio verde e a quinta economia mais sustentável entre as grandes potências mundiais “Crescemos mais que todos, e crescemos mais verdes que todos”, afirmou Sánchez, durante evento da Enagas, referindo-se ao crescimento trimestral de 3,5% do PIB em 2024 e ao grid espanhol, que já conta com 56% de sua eletricidade de fontes renováveis. Além disso, o governo espanhol está perto de aprovar a resolução do programa Valles do Hidrogênio, com um valor total de 1,3 bilhão de euros, destinados à estruturação de hubs de hidrogênio em todo o país. Dados apresentados por Sanchez mostram que Espanha já multiplicou por três sua meta inicial de capacidade instalada de eletrolisadores, atingindo 12 GW em apenas cinco anos, consolidando-se como um “líder global em hidrogênio renovável”. “A Espanha é um dos epicentros mundiais do hidrogênio verde, talvez o mais promissor de todos”. Com isso, o país espera atingir 81% de produção elétrica a partir de energias limpas até 2030, e reduzir sua dependência energética de combustíveis fósseis em mais de 80 bilhões de euros, pontuou Sánchez."
Fonte: Eixos; 30/01/2025
A Nova Zelândia pretende reduzir as emissões em 51% a 55% até 2035
"A Nova Zelândia anunciou na noite de quinta-feira que se comprometerá a reduzir as emissões em 51% a 55% até 2035, em relação aos níveis de 2005. Esse compromisso faz parte do alinhamento do país com o Acordo de Paris. O compromisso inicial era de reduzir as emissões em 50% até 2030 e está integrado à meta do país de atingir emissões líquidas zero até 2050. “Trabalhamos arduamente para definir uma meta que seja ambiciosa e alcançável, reforçando nosso compromisso com o Acordo de Paris e com a ação climática global”, afirmou o Ministro da Mudança Climática, Simon Watts, em um comunicado. “Cumprir essa meta significará que estamos fazendo nossa parte para reduzir o impacto da mudança climática”, acrescentou. Watts mencionou que a Nova Zelândia está no caminho certo para cumprir seus compromissos já em 2044. No entanto, a Climate Commission, um órgão independente financiado pelo governo, solicitou em dezembro que a Nova Zelândia estabelecesse metas de redução de emissões ainda mais ambiciosas, uma vez que muitos países comparáveis têm objetivos mais ousados e as evidências indicam que a ação global atual é insuficiente para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius."
Fonte: Reuters; 30/01/2025
Reino Unido submete plano de corte de emissões ao órgão climático da ONU
"A Grã-Bretanha apresentou mais detalhes de seu plano para reduzir as emissões de carbono ao órgão climático das Nações Unidas na quinta-feira, descrevendo as ações que está tomando para atingir as ambiciosas metas anunciadas pelo primeiro-ministro Keir Starmer no ano passado. Durante a cúpula climática COP29 da ONU, Starmer elevou as metas climáticas da Grã-Bretanha, comprometendo-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 81% até 2035, mas sem explicar exatamente como essas metas seriam alcançadas. A apresentação, feita ao abrigo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), foi anunciada pelo ministro britânico do clima, Ed Miliband, em uma declaração por escrito ao parlamento. Essa documentação formal é exigida pelo órgão da ONU que monitora as metas de cada país. Embora a apresentação não tenha definido novas políticas ou planos detalhados para cada setor, ela resumiu o trabalho do governo até o momento para reduzir as emissões, prometendo mais detalhes no futuro. “Olhando para o futuro, entregaremos um plano atualizado de economia cruzada para atingir nossas metas climáticas no devido tempo, com detalhes completos de pacotes de políticas para todos os setores”, afirmou o documento. O anúncio da Grã-Bretanha de metas mais ambiciosas foi visto por muitos como um dos poucos pontos positivos da COP29 de novembro, que foi ofuscada por preocupações de que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos poderia prejudicar o esforço internacional para conter o aumento das temperaturas globais."
Fonte: Reuters; 30/01/2025
"O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou na quinta-feira que está se retirando de um órgão global de bancos centrais e reguladores dedicado a explorar maneiras de monitorar o risco climático no sistema financeiro. “O Escritório Federal de Seguros (FIO) do Departamento do Tesouro dos EUA notificou hoje a Rede de Bancos Centrais e Supervisores para a Ecologização do Sistema Financeiro (NGFS) sobre sua decisão de se retirar da associação”, afirmou o Departamento do Tesouro em um comunicado."
Fonte: Reuters; 30/01/2025
Índices ESG e suas performances
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(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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