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Onde está a energia? Entenda a crise que afeta os preços e preocupa os mercados globais

Retomada da economia mundial com o avanço da vacinação contra a Covid-19 impulsionou a demanda por energia em 2021

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Onde está a energia? Entenda a crise que afeta os preços e preocupa os mercados globais

Economias crescendo menos que o esperado, cadeias de abastecimento de alimentos prejudicadas, preços disparando. A crise de energia não é um problema só brasileiro, mas também tira o sono dos países lá fora.

Entre os fatores que levaram ao cenário atual, estão a escassez de carvão na China, uma das principais fontes do país, um inverno mais rigoroso na Europa, que consumiu as reservas de gás, e até ventos mais fracos impactando a geração de energia eólica.

O cenário climático e de substituição por fontes mais limpas somou-se a um momento de retomada da demanda energética em meio à volta das atividades com o avanço da vacinação contra a Covid-19. Com isso, o preço do gás natural disparou, agravando a falta de energia.

O carvão também foi reduzido na Europa e, com o mercado de gás em alta, o preço da eletricidade subiu.

Segundo a agência de notícias Reuters, a alta dos preços do gás natural forçou algumas fábricas de fertilizantes a fecharem nas últimas semanas, e houve escassez de CO2 usado para criar a efervescência de cervejas e refrigerantes e sedar aves e porcos antes do abate, por exemplo.

A situação também puxou os dados econômicos da China para baixo. O PIB do país no terceiro trimestre apresentou seu crescimento mais lento em um ano, 0,2% sobre o trimestre anterior, também devido à desaceleração do setor imobiliário.

De acordo com a CNN, empresas fornecedoras da Apple e da Tesla suspenderam a produção em algumas fábricas chinesas por vários dias para cumprir políticas mais rígidas de consumo de energia.

Por que os preços de energia estão aumentando?

1 – Agenda ESG

Cada vez mais mencionada no mercado, a agenda ESG (Ambiental, Social e Governança, em português), preza, visando a diminuição do aquecimento global, pela redução da emissão de gás carbônico na atmosfera, proveniente da queima de combustíveis fósseis (como petróleo e carvão mineral) para a geração de energia. Com isso, o mercado tem visto uma desaceleração significativa em investimentos no setor de Petróleo & Gás, impactando negativamente a capacidade de geração de energia por esses combustíveis.

2 – Redução na geração eólica no Reino Unido

Desde 2019, o Reino Unido é o líder mundial em produção de energia eólica offshore, fornecendo mais de um terço dos recursos eólicos offshore da Europa. Porém, nesse último verão, a redução da velocidade média dos ventos provocou uma diminuição de 7% na geração eólica no Reino Unido, causando um aumento na demanda dos países europeus por energia gerada em outras fontes.

energia eólica
A redução da velocidade média dos ventos causou uma diminuição de 7% na geração eólica no Reino Unido

3 – China mirando as Olimpíadas de Inverno de 2022

De olho nos jogos que serão sediados em Pequim, a China tem sua agenda ambiental focada em melhorar a qualidade do ar do país para o evento (problema, inclusive, observado pelo país nas Olimpíadas de 2008, também sediada em Pequim).

Para isso, o país, que é o principal produtor e consumidor de carvão mineral, determinou um aumento nas restrições na produção desse combustível fóssil. Isso, aliado a uma geração hidrelétrica menor do que a esperada no país devido às condições climáticas, auxiliou o desbalanceamento do fornecimento energético no país.

Durante a Assembleia das Nações Unidas, no último mês de setembro, o presidente Xi Jinping anunciou que a China também não construirá novos projetos de energia movidas a carvão no exterior.

4 – Retomada da economia global

A rápida retomada da economia mundial, pautada no aumento dos índices de vacinação global, é o principal fator gerador do grande aumento de demanda por energia em 2021. Com a oferta de energia reduzida e a alta da necessidade energética para atender a economia em recuperação, estamos presenciando um aumento intensificado do preço da energia nos mercados globais.

E para os mercados?

Uma das principais preocupações para os mercados diante desse cenário de escassez energética é a alta na inflação, que tem se materializado globalmente.

Tanto mercados emergentes como desenvolvidos têm visto os preços subirem por causa da maior demanda, escassez de insumos e aumento acelerado nos preços de commodities. E essa alta da inflação tem levado bancos centrais globais a subirem as taxas de juros (no caso das economias emergentes) ou a sinalizar que estão prontos para isso (em economias desenvolvidas, como o Federal Reserve, nos EUA).

O risco é que uma retirada de estímulos monetários antes do esperado pode trazer disrupções no mercado financeiro se não for bem comunicada, em um momento que as economias fragilizadas pela Covid-19 ainda estão se recuperando.

Ao mesmo tempo, incertezas se essa inflação é temporária e uma resposta potencialmente tardia também pode trazer consequências negativas.

Risco de racionamento diminui no Brasil

No Brasil, onde também há risco de racionamento de energia, houve uma melhora do cenário hidrológico em setembro. Segundo os analistas da XP, os níveis dos reservatórios ficaram acima das estimativas e a probabilidade de racionamento nos próximos 12 meses passou de 17,2% para 12,1%.

“Em nosso cenário base, não vemos a necessidade de racionamento de energia nos próximos doze meses. Embora estimamos que os reservatórios atinjam níveis baixos históricos, há capacidade térmica suficiente para ser utilizada e evitar medidas mais dramáticas”, apontou o último relatório da equipe.

Olhando para frente

Quando falamos da crise energética, é possível perceber que, mesmo com o avanço e a crescente busca por investimentos ESG, a economia global ainda é bastante dependente das fontes de energia “não limpas” (geradas por combustíveis fósseis), já que elas seguem sendo as nossas principais fontes energéticas.

Com as políticas monetárias dando sinais de altas de juros para reequilíbrio da economia e contenção da inflação, tornou-se mais atrativo o investimento em empresas que apresentem teses de investimento baseadas em seu fluxo de caixa atual, que não seriam severamente impactadas pela dualidade alta de inflação/alta de juros.

Além disso, outras empresas que ganham visibilidade nesse momento são as empresas lastreadas em “commodities” (petróleo, trigo, celulose, soja, etc), que, com a escassez global de insumos e energia e a alta demanda, apresentaram uma alta acentuada em seus preços, impactando positivamente em sua receita.

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