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Quando o combinado não sai caro: por que investir em um fundo de crédito?

Por que investir em um fundo de crédito? Qual o papel do gestor? Como escolher um fundo de crédito?

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Investir no mercado de crédito brasileiro será cada vez menos trivial, logo navegar nesse mar exigirá os melhores marinheiros. Traduzindo para o nosso mundo, dar crédito (ou emprestar recursos) em um cenário de taxas de juros a dois dígitos e incertezas em relação a dinâmica inflacionária do Brasil, exigirá um conhecimento mais amplo por parte dos investidores para entender melhora qualidade das empresas investidas e a estrutura da emissão de dívida – ou seja, qual será o risco embutido nessa rentabilidade prometida?

O usual era comprar um ativo de crédito privado e carregá-lo até o vencimento sem maiores preocupações em relação a eventos e retornos ao longo do período. Para investir dessa forma, será necessário um acompanhamento do papel por todo o período, seja para aproveitar boas oportunidades de resgate – caso o papel tenha uma valorização acentuada -, seja a necessidade de vender os títulos de dívida de a uma empresa cujo risco tenha aumentado significativamente e não esteja mais compatível com a tolerância ade risco do alocador.

Temos diversos relatórios dentro do site de conteúdos XP para que você acompanhe a qualidade do crédito de diversas empresas, mas caso você não tenha tempo ou conhecimento para acompanhá-los sugerimos a alocação dessa parcela da sua carteira via gestão especializada ou seja, via fundos de investimentos.

Outro argumento importantíssimo a ser considerado, é que assim como comprar ações, investir via títulos de crédito também vai demandar da sua capacidade de diversificação. Recomendamos que você tenha em torno de 1% a 3% em cada papel, conforme o risco ou rating do papel, ou tenha um fundo. A combinação dos dois também é uma excelente opção, como indicamos em nossas carteiras recomendadas.

Qual o papel do gestor?

Um fundo cuja mandato é alocar em ativos de crédito, além do gestor, conta com dois a oito analistas apenas focados em entender diariamente gatilhos que impactam o preço de cada papel como:

  • a qualidade do crédito da empresa que abrange a análise: das demonstrações financeiras, do fluxo de caixa, estrutura de capital e do perfil do endividamento, estrutura acionária e governança corporativa;
  • (ii) a oferta e demanda pelo papel. O técnico do papel é relevante, ou seja, entender se há mais compradores do que vendedores é um indicativo relevante na hora de negociar o papel. Se existirão novas emissões ou não também tem bastante impacto no preço de negociação;
  • (iii) se um título está caro ou barato. Dito de outra forma, se há potencial de apreciação ou desvalorização do título dado o atual preço.*

*Considerando a marcação a mercado do papel ao longo do tempo. Caso não haja resgate do título e não haja calote, o retorno do título será exatamente a taxa contratada.

Cada gestora tem a sua filosofia de investimentos, mas na grande maioria dos casos, além dos análise microeconômicas citadas acima, levam também em consideração: o cenário macroeconômico, reavaliação constante das métricas de risco, a exposição total da carteira do fundo por setor, etc. Diversas gestoras também possuem seus ratings próprios, têm outros núcleos de gestão que dão subsídios importantes para análise como a equipe de renda variável.

Como escolher um fundo de crédito?

Escolher um fundo ou uma gestora específica demanda um nível de pesquisa importante, o suficiente para criar uma relação de confiança justamente visando permanecer investido em momentos de maior turbulência. Para tal, é importante entender diversos pontos, mas destaco alguns:

– Quais as principais áreas da gestora e seus pontos fortes? A estrutura atual é robusta e diferenciada?

– Qual a senioridade média da equipe de gestão? Há quanto tempo trabalham juntos?

– Como funciona o processo de escolha dos ativos de crédito? O fundo tem uma ampla diversificação de papeis e setores?

– Como ele atua ou atuaria em momentos macroeconômicos mais desafiadores para as empresas investidas? E caso uma companhia precise reestruturar a sua dívida? Ou em um evento judicial?

Caso você queira nossa ajuda nessa seleção de fundos, na qual já passamos por todos esses critérios, consulte nossas carteiras recomentadas conforme seu perfil e confira os papeis, fundos de investimentos (incluindo previdenciários).

Depois de escolher um fundo, o que não fazer?

Dois são os principais pontos: não resgatar em um momento de pânico e não optar por resgatar simplesmente por tem um ativo específico. Antes de qualquer coisa, lembre porque você investiu nele e faça uma análise mais profunda se alguns dos critérios utilizados para investir (vide alguns citados acima) mudou. Se não permaneça investido. 

No primeiro caso, normalmente são os piores momentos para regatar. Na grande maioria dos casos, os momentos de pânico são resultados de uma má precificação, ou seja, o mercado consegue vislumbrar tantos riscos que não consegue dar um preço mais justo para os ativos e acaba “pecando” pelo excesso, ou seja, desvalorizando mais do que deveria. Isso significa que sempre é o momento de comprar? Não, mas isso sem dúvidas não é motivo para vender. Quando desenhamos um portfólio equilibrado, esperamos que em alguns momentos algumas classes não performem bem, mas esperamos que haja um retorno interessante no portfólio como um todo. Caso haja migrações excessivas principalmente após perdas, há uma alta probabilidade da captura das perdas sem a captura dos retornos dos ganhos posteriores.

No segundo caso, vemos uma gestão dos gestores. Essa frase por si só já demonstra quão inadequada pode ser essa atitude. Sim, é importante monitorar os gestores e ter bons critérios para escolher os que estarão ou permanecerão na sua carteira, mas definitivamente esse não é um deles. Nesse caso, é importante entender se o gestor respeitou ou não seu mandato, ou seja, se ele investiu dentro do universo permitido de ativos. Ter ou não ter um papel determinado papel não é o que determina se uma gestora possui um bom processo de seleção de ativos.

O momento atual é mais desafiador para investir em crédito privado em geral, em linha com um pior cenário econômico. No entanto, em momentos mais difíceis, também são momentos nos quais temos a possibilidade de adquirir ativos com preços mais atrativos, mas também uma análise mais aprofundada se torna mais essencial ainda. Dentro desse contexto reforçamos a importância de uma gestão profissional.

A pior performance de uma classe devido a um movimento pontual e não sistêmico não deveria ser motivo para resgatar os ativos. O mercado é cíclico e esses movimento irão acontecer diversas vezes em diversas classes de ativos, por isso reforçamos a importância de um portfólio balanceado com capacidade de gerar bons retornos com bons risco em um horizonte a longo prazo.

Assista abaixo e saiba mais sobre o cenário atual de crédito privado:

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