Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de terça-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE avançando 0,6% e 0,7%, respectivamente.
• No Brasil, (i) a Vibra anunciou ontem que passou a oferecer combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) no país - o biocombustível, importado e produzido a partir de óleo de cozinha usado, já está disponível na base localizada no aeroporto Tom Jobim (GIG), no Rio de Janeiro; e (ii) em busca de uma produção com menores emissões de gases do efeito estufa e para otimizar os poços de petróleo, a Petrobras aumentou a reinjeção de gás carbônico no pré-sal e bateu recorde de volume em 2024 - segundo a companhia, foram reinjetadas 14,2 milhões de toneladas de gás carbônico nos reservatórios do pré-sal da Bacia de Santos no ano passado, superando as 13 milhões de toneladas de 2023.
• Na política, durante viagem ao Japão, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, assinou ontem um memorando de cooperação técnica e financeira para o desenvolvimento sustentável com o país - os objetivos do acordo incluem a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, adaptação à mudança climática, gestão sustentável de resíduos, conservação da biodiversidade, promoção da economia circular, além da gestão de ecossistemas costeiros, florestais e offshore.
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Brasil
Empresas
Petrobras bate recorde na reinjeção de gás carbônico no pré-sal em 2024
"Em busca de produção com emissões menores e para otimizar os poços de petróleo, a Petrobras aumentou a reinjeção de gás carbônico no pré-sal, volume que bateu recorde em 2024. Conforme a companhia, foram reinjetadas 14,2 milhões de toneladas de gás carbônico nos reservatórios do pré-sal da Bacia de Santos no ano passado, superando os 13 milhões de toneladas de 2023. Em nota, a Petrobras afirma que o volume injetado nos reservatórios do pré-sal corresponde a 28% da capacidade global reportada em 2024, de 51 milhões de toneladas de gás carbônico. A companhia utiliza dados do relatório da Global CCS Institute sobre captura, utilização e armazenamento de carbono. Das plataformas que operam no pré-sal da Bacia de Santos, 22 são equipadas com sistemas para captura e reinjeção de gás carbônico, segundo a Petrobras. Além de reduzir emissões na produção de petróleo, o método também melhora a recuperação de óleo. A estatal tem a meta de atingir o volume acumulado de 80 milhões de toneladas de gás carbônico no fim de 2025. Entre 2008 e 2024, o volume acumulado da Petrobras é de 67,9 milhões de toneladas de gás carbônico."
Fonte: Valor Econômico; 25/03/2025
Vibra se torna primeira empresa a oferecer combustível de aviação sustentável no Brasil
"A distribuidora de combustíveis Vibra anunciou, nesta terça-feira (25), que passou a oferecer no Brasil o combustível de aviação sustentável (chamado de SAF, na sigla em inglês). O biocombustível, importado, já está disponível na base localizada no aeroporto Tom Jobim (GIG), no Rio de Janeiro. Com a importação, a Vibra será a primeira empresa a oferecer o combustível sustentável em solo brasileiro. O SAF é uma das principais apostas do setor aéreo para conseguir reduzir suas emissões de CO2. O Brasil é apontado como um dos atores globais que podem vir a produzir o SAF no futuro, diante da sua “expertise” com o etanol. Mas, até hoje, não há produção de SAF por aqui. A base no terminal Galeão recentemente recebeu a certificação ISCC (International Sustainability & Carbon Certification), que garante o rastreio da sustentabilidade de toda a cadeia de fornecimento do produto, da matéria-prima, passando pela produção na biorrefinaria até a distribuição via base do aeroporto, por meio da BR Aviation, unidade de negócios da Vibra para serviços de abastecimento de aeronaves. O SAF é produzido a partir de fontes renováveis e reduz cerca de 80% as emissões de gases de efeito estufa em comparação ao combustível de aviação convencional. Em janeiro deste ano, 23 isotanques (contêineres tanque) com cerca de 550 mil litros de SAF, partiram do porto de Antuérpia, na Bélgica, com destino ao Rio de Janeiro. O produto disponibilizado pela Vibra foi produzido a partir de óleo de cozinha usado (UCO – Used Cooking Oil), uma das matérias-primas de menor intensidade de carbono, já que se trata de um resíduo."
Fonte: Valor Econômico; 25/03/2025
Política
Brasil e Japão firmam cooperação técnica e financeira para desenvolvimento sustentável
"A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva (Rede), assinou, nesta terça-feira (25/3), um memorando de cooperação técnica e financeira para o desenvolvimento sustentável com o Japão. O acordo auxilia na implementação da Iniciativa de Parceria Brasil-Japão sobre Meio Ambiente, Clima, Desenvolvimento Sustentável e Economias Resilientes, lançada em maio do ano passado. Os objetivos da cooperação incluem a mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE), adaptação à mudança climática, combate à poluição, gestão sustentável de resíduos, conservação da biodiversidade, promoção da economia circular, além da gestão de ecossistemas costeiros, florestais e offshore. As ações previstas incluem pesquisas e estudos de viabilidade, projetos conjuntos, realização de diálogos políticos, organização de seminários e workshops e o compartilhamento de informações. “A assinatura do memorando fortalece a cooperação global para o enfrentamento à mudança do clima rumo à COP30 e as relações entre Brasil e Japão em setores importantes para os dois países, como as agendas de mitigação, adaptação, meio ambiente urbano, tecnologia e mecanismos inovadores de financiamento”, disse Silva."
Fonte: Eixos; 25/03/2025
Japão pode abrir mercado para etanol brasileiro, diz Lula
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil pode ampliar as exportações de etanol caso o Japão adote a mistura de 10% do biocombustível na gasolina. A declaração foi feita durante reunião com empresários brasileiros do setor de carnes em Tóquio, nesta quarta-feira (29/3). “Se o Japão utilizar 10% de etanol na gasolina é um salto extraordinário, não apenas para que a gente exporte, mas para que eles possam produzir no Brasil”, disse Lula. O presidente destacou que o país pode ter papel decisivo na redução global de combustíveis fósseis. O discurso sobre energias renováveis ocorre em paralelo às tratativas comerciais. O governo brasileiro vê no etanol uma oportunidade para diversificar a pauta de exportações para o mercado japonês, além de atrair investimentos para produção local do biocombustível. A visita oficial busca reaquecer as relações comerciais entre os países. O fluxo comercial, que atingiu US$ 17 bilhões em 2011, recuou para US$ 11 bilhões atualmente. Um dos principais objetivos da agenda é negociar a ampliação das exportações de carne bovina, com ajustes em protocolos sanitários. A comitiva brasileira foi recebida pelo imperador Naruhito e pela imperatriz Masako antes do encontro com os exportadores. Novas reuniões com empresários estão previstas para esta quarta-feira, no horário noturno no Brasil. Em movimento alinhado à agenda de transição energética discutida pelo presidente da República, o BNDES fechou um empréstimo de US$ 190 milhões, o equivalente a R$ 1,077 bilhão, com bancos japoneses para financiar projetos de transmissão de energia elétrica e biocombustíveis no Brasil."
Fonte: Eixos; 25/03/2025
Tranferir metas do Renovabio para as refinarias prejudica competição, afirma CNI
"Projeto que transfere obrigação de compra de Créditos de Descarbonização (CBIOs) dos distribuidores para os produtores de combustíveis derivados de petróleo aumenta possibilidade de condutas anticompetitivas, afirmou a Confederação Nacional da Indústria (CNI), na 30ª edição da Agenda Legislativa da Indústria, lançada nesta terça-feira (25/3), na Câmara dos Deputados. A matéria é o PL 2798/2024, do senador Eduardo Gomes (PL/TO), que tramita na Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal e aguarda relatório de Jaques Wagner (PT/BA). A medida faria com que a Petrobras seja a principal parte obrigada na produção de CBIOs no Brasil, companhia que hoje não está autorizada a fazer a emissão dos créditos de RenovaBio, mas também implicaria nas atividades de refinarias privadas, como a Refinaria de Mataripe, na Bahia, da Acelen, e a Refinaria de Manaus, do grupo Atem. De acordo com a CNI, a transferência da obrigação de compra dos créditos dos 140 distribuidores autorizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para as 19 refinarias autorizadas concentraria a demanda, o que poderia fazer os preços deixarem de ser regidos pelo mercado e aumentar as chances de condutas anticompetitivas. “Portanto, a medida contraria os objetivos do RenovaBio, que visa incentivar a produção de biocombustíveis no Brasil como uma estratégia para a descarbonização do setor de transportes. Para que essa meta seja alcançada, é essencial criar condições que favoreçam a competitividade e a sustentabilidade dos produtores dos biocombustíveis.”, afirma a confederação no documento."
Fonte: Eixos; 25/03/2025
"O risco de uma guerra comercial global é “uma preocupação muito grande” que prejudicaria a capacidade do mundo de lidar com o aumento das temperaturas ao limitar o acesso a tecnologias cruciais, alertou o executivo-chefe da cúpula climática COP30 da ONU deste ano. O Brasil deve sediar as negociações ambientais mais importantes do mundo em novembro, mas a secretária do clima do país, Ana Toni, admitiu que elas ocorrerão em “circunstâncias muito difíceis”. Desde que assumiu o cargo em janeiro, o presidente Donald Trump lançou um ataque abrangente às políticas climáticas nos EUA, incluindo a retirada do país do acordo histórico de Paris pela segunda vez, enquanto suas ameaças de tarifas provocaram temores de uma guerra comercial global. “A guerra comercial é uma preocupação realmente grande porque alguns países têm tecnologia para descarbonização que outros países precisam”, disse Toni em uma entrevista ao Financial Times. “Não podemos desacelerar o processo por causa das guerras comerciais em termos de troca de tecnologias, produtos e assim por diante.” No ano passado, um estudo da London School of Economics descobriu que as tarifas prometidas por Trump “afetariam significativamente a acessibilidade dos veículos elétricos” somente nos EUA. “Ter um comércio fluido e livre para produtos especificamente de baixo carbono é realmente importante”, disse Toni. “Portanto, as guerras comerciais não nos ajudam. Elas realmente dificultam nossas vidas para o processo que precisamos enfrentar, que é a descarbonização global.”"
Fonte: Financial Times; 25/03/2025
Internacional
Empresas
Ação climática ambiciosa poderia aumentar o PIB global de 2040 em 0,2%, diz estudo da OCDE
"Uma ação climática acelerada poderia aumentar o PIB global em 0,2% até 2040, em comparação com as políticas atuais, mostrou um estudo na terça-feira, no momento em que delegados de 40 países se reúnem em Berlim para definir a agenda da cúpula da COP30 no Brasil, no final deste ano. Uma análise feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento afirmou que políticas climáticas bem elaboradas não apenas reduzem as emissões, mas também podem aumentar a eficiência, a produtividade e a inovação - potencialmente aumentando a produção em um valor equivalente ao tamanho da economia da Suécia. Investir em energia limpa e eficiência impulsiona a produtividade e a inovação, compensando o impacto econômico das mudanças de preço e consumo orientadas por políticas, segundo o estudo. O reinvestimento das receitas de carbono poderia impulsionar ainda mais o PIB e criar apoio público para a ação climática. No momento em que os países se preparam para apresentar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) atualizadas até setembro - os planos nacionais que cada país faz para atingir as metas climáticas globais - o estudo afirma que as NDCs proporcionam segurança política, dando aos mercados a confiança necessária para mobilizar recursos para o crescimento sustentável. Políticas climáticas pouco claras poderiam atrasar o investimento privado e reduzir o PIB em 0,75% já em 2030, alertou o estudo."
Fonte: Reuters; 25/03/2025
"A capacidade global de energia renovável registrou um crescimento recorde em 2024, mas o progresso ainda está aquém da meta de capacidade renovável para 2030, mostrou um relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) na quarta-feira. Cerca de 92,5% da capacidade de energia adicionada em 2024 veio de energias renováveis, com 585 gigawatts (GW), marcando um crescimento anual recorde de 15,1% e elevando a capacidade total de energias renováveis para 4.448 GW. No entanto, o progresso continua abaixo dos 11,2 terawatts necessários para cumprir o acordo climático de Paris e a meta global de triplicar a capacidade instalada de energia renovável até 2030, o que exige uma taxa de crescimento anual de 16,6%. “Também enfrentamos os mesmos desafios de grandes disparidades regionais e o relógio correndo, já que o prazo de 2030 é iminente”, disse o diretor geral da IRENA, Francesco La Camera. Quase 64% da nova capacidade renovável global foi construída na China, que sozinha adicionou 278 GW de capacidade solar no ano passado. O Grupo dos Sete, formado pelas economias mais avançadas e industrializadas do mundo, foi responsável por 14,3%, enquanto a América Central e o Caribe foram os que menos contribuíram, com apenas 3,2%. As energias solar e eólica continuaram sendo as renováveis de crescimento mais rápido, representando juntas 96,6% de todas as adições líquidas de renováveis em 2024."
Fonte: Reuters; 26/03/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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