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Bancos e Mercado de Capitais: o que esperar da temporada de resultados do 3T24?

Prévia dos resultados do 3T24 para Bancos e Mercado de Capitais

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Espera-se que a próxima temporada de resultados do 3º trimestre, começando com o Santander, continue as tendências observadas no 2º trimestre. Para os bancos incumbentes, as carteiras de crédito estão crescendo dentro do guidance, levando a melhores margens financeiras (NIIs) de clientes. No entanto, os NIIs do mercado provavelmente mostrarão volatilidade à medida que as taxas de juros subam novamente. Em relação à qualidade de crédito, espera-se que a maioria dos bancos apresente NPLs estáveis, enquanto o Custo do Risco pode sofrer alguma volatilidade devido à deterioração no setor do Agronegócio. No geral, esses fatores devem resultar em melhora sequencial nos resultados, principalmente para Bradesco, Itaú e Santander. Do lado do mercado de capitais, prevemos tendências de receita saudáveis, superando as fragilidades dos mercados de ações. As atividades de DCM e M&A permanecem sólidas, e as empresas continuam com pipelines robustos. No geral, acreditamos que os resultados do 3º trimestre sustentarão o impulso positivo dos ganhos para o setor financeiro.

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Bancos: As carteiras de crédito devem continuar a crescer dentro dos guidance sugeridos pelos bancos incumbentes. Vemos o apetite pelo risco aumentando gradualmente, especialmente nos segmentos de PME. Como resultado de uma originação sólida e de um mix mais favorável, estimamos melhorias no NII do cliente, enquanto o NII do mercado pode apresentar volatilidade devido às novas expectativas de taxas de juros. Em termos de qualidade de crédito, espera-se que a inadimplência permaneça em níveis controlados, enquanto o custo do risco pode apresentar alguma volatilidade (principalmente para o BBAS3) à medida que ocorre deterioração entre os clientes do Agronegócio. No geral, esperamos mais um conjunto de resultados sólidos para os bancos incumbentes, particularmente para Bradesco, Itaú e Santander.

Mercado de Capitais: Esperamos tendências saudáveis de receita à medida que as empresas continuam a compensar os mercados de ações lentos com força contínua nas atividades de M&A e DCM. O BRBI e o BPAC estão apresentando um forte pipeline de negócios, enquanto a B3 conseguiu compensar as quedas nas receitas de ações com a expansão dos mercados de derivativos e renda fixa. Além disso, os esforços para manter os custos sob controle devem continuar a contribuir para um impulso positivo dos lucros.

Bancos

Banco do Brasil (BBAS3) | Compra; Preço-alvo R$ 37,0/ação

Estimamos um trimestre desafiador para o Banco do Brasil. O Plano Safra foi adiado e só começou em setembro. Embora isso possa ser compensado no 4º trimestre, espera-se que o crescimento do 3º trimestre seja afetado. Ao mesmo tempo, prevê-se que o nível de provisões aumente, refletindo a deterioração da carteira rural. Por outro lado, o início do ciclo de aumento das taxas de juros domésticas deve beneficiar a Margem Financeira (NII) do banco. O NII deve atingir R$ 26,4 bilhões (+11,7% A/A), enquanto as receitas de tarifas devem atingir R$ 9,2 bilhões (+6,5% A/A). Projetamos que os custos de crédito saltem para R$ 8,9 bilhões (+18,5% A/A), sugerindo o limite superior do guidance revisado (R$ 31 a 34 bilhões). Espera-se que os NPLs aumentem 20 bps, encerrando o trimestre em 3,2%. Como resultado, esperamos um lucro líquido de R$ 9,5 bilhões (+9,1% A/A e estável T/T), implicando um ROAE de 21,7% (estável sequencialmente). No geral, esperamos que o BB divulgue resultados pouco inspiradores, impulsionados por uma dinâmica saudável de receita, mas um lucro líquido de lado, refletindo um provisionamento mais alto.

Bradesco (BBDC4) | Neutro; Preço-alvo R$ 16,0/ação

Esperamos um trimestre positivo para o Bradesco, com o banco focado em retomar a lucratividade e manter uma abordagem cautelosa na gestão de riscos. À medida que o portfólio colateralizado vá tendo um bom desempenho, ele cria oportunidades para um maior apetite por empréstimos não garantidos. No segmento de PMEs, a estratégia de desaceleração do crescimento resultou em menor NII, mas isso foi compensado por menores provisões. O banco permanece prudente em relação a possíveis mudanças no mix de crédito, garantindo que a originação permaneça de alta qualidade. A expectativa é que o NII atinja R$ 17,6 bilhões, com crescimento de 11,0% A/A e 12,6% T/T. Prevemos que o NPL em 90 dias diminua 20 bps T/T, continuando uma tendência positiva. A carteira renegociada deve desacelerar pelo terceiro trimestre consecutivo. No entanto, a expectativa é que a inadimplência aumente sequencialmente, atingindo R$ 8,2 bilhões. Estimamos que o NII com o mercado, as receitas de tarifas e as despesas manterão um ritmo semelhante ao do trimestre anterior. Não se espera que o NII dos clientes cresça muito mais rápido do que o portfólio geral. Com isso, projetamos lucro líquido de R$ 5,3 bilhões, com ROAE de 13,2%. No geral, se os resultados do 3º trimestre estiverem alinhados com nossas estimativas, o banco poderá gerar um lucro líquido em 2024 ligeiramente acima do topo implícito no guidance, o que incentivaria ainda mais os investidores.

Santander (SANB11) | Neutro; Preço-alvo R$ 34,0/ação

Estimamos mais um trimestre de resultados positivos para o Santander. O crescimento dos empréstimos para pessoas físicas, financiamento ao consumidor e PMEs deve manter um bom ritmo, compensando o desempenho mais fraco das grandes empresas. Como resultado, espera-se que a carteira de empréstimos expandida aumente 0,5% T/T e 6,9% A/A, ligeiramente melhor do que no trimestre anterior ajustado pela variação cambial. Do lado do NII, prevemos que o NII com Clientes cresça ligeiramente acima do crescimento do portfólio (+7,4% A/A) e uma melhora modesta no NII do Mercado, atingindo R$ 350 milhões no 3º trimestre. Esses efeitos combinados devem levar o NII a R$ 15,2 bilhões (+15,3% A/A). Espera-se que as tarifas e comissões mantenham um crescimento de dois dígitos, embora marginalmente mais lento do que no 2º trimestre. Prevemos um leve aumento de 2% na Provisão para Créditos Duvidosos, encerrando o trimestre em R$ 6,0 bilhões, refletindo um NPL estável de 3,2% durante o trimestre. Esses efeitos combinados devem levar a um lucro líquido recorrente maior de R$ 3,49 bilhões no trimestre (+5,0% T/T), implicando um ROAE de 16,1% (+60 bps T/T).

Itaú (ITUB4) | Compra; Preço-alvo R$ 42,0/ação

Esperamos que o Itaú Unibanco entregue mais um conjunto de resultados positivos. Estimamos um crescimento da carteira de crédito ligeiramente melhor do que no trimestre anterior, impulsionado pela parcela Pessoa Física da carteira (9,8% A/A). No entanto, o crescimento deve ser equilibrado entre indivíduos, empresas e PMEs. Esperamos que o crescimento no 3º trimestre se aproxime do limite superior do guidance para 2024 (+6,5% a +9,5%). O NII Clientes deve atingir R$ 27,2 bilhões, um aumento de +6,4% A/A e +3,5% T/T. Em relação ao NPL (acima de 90), esperamos um desempenho estável T/T em 2,7%. O NII de mercado deve ficar em torno de R$ 0,9 bilhão, queda de 38% em relação ao 2º trimestre, mas aumento de 22% em relação ao 3T23, a caminho de cumprir o guidance (entre R$ 3,0 bilhões e R$ 5,0 bilhões). Os custos de crédito devem mostrar uma melhoria de 4,7% A/A e permanecer estáveis T/T. Espera-se que as taxas se alinhem com o 2º trimestre, enquanto as despesas podem aumentar significativamente devido à negociação do acordo coletivo de trabalho em setembro. Com isso, o lucro líquido deve continuar sua trajetória positiva, encerrando o trimestre em R$ 10,23 bilhões, refletindo um sólido crescimento de 13,5% A/A (+1,8% T/T). Este lucro implica um ROAE de 22,9%. No geral, não prevemos que os resultados trimestrais desencadeiem qualquer reação forte do mercado (positiva ou negativa).

Mercado de Capitais

B3 (B3SA3) | Neutro; Preço-alvo R$ 14,0/ação

Os dados operacionais de setembro e 3º trimestre foram publicados em 9 de outubro. Durante o trimestre, observamos uma combinação de ruído político com aumento das expectativas do nível terminal da taxa de juros doméstica. Portanto, o ADTV para ações à vista permaneceu lento. No entanto, as outras linhas de negócios (por exemplo, derivativos e renda fixa) parecem estar evoluindo positivamente. Como resultado, estimamos um crescimento de 10,7% A/A na receita líquida, totalizando R$ 2,5 bilhões no 3º trimestre. Do lado das despesas, esperamos um aumento moderado, em grande parte devido a: i) negociação do acordo coletivo de trabalho; ii) maiores despesas com tratamento de dados; e iii) maiores despesas vinculadas à receita, alimentadas pelo marketing associado ao lançamento de novos produtos. Espera-se que esses efeitos combinados proporcionem uma margem EBITDA de 72,6% e um lucro líquido de R$ 1.266 milhões (+8,0% A/A e +1,8% T/T). Em suma, esperamos resultados decentes, mas não esperamos que os números do trimestre desencadeiem qualquer ação de preço expressiva (nem positiva nem negativa).

BTG Pactual (BPAC11) | Neutro; Preço-alvo R$ 41,0/ação

O primeiro semestre de 2024 foi difícil para os mercados de capitais, em grande parte devido a toda a volatilidade nos mercados domésticos. No entanto, o BTG foi capaz de navegar e entregar resultados sólidos. Para o terceiro trimestre, esperamos um impulso ainda positivo para o banco. O IB deve apresentar uma desaceleração marginal (o 2T24 ficou próximo do pico histórico de receita de DCM), mas outras linhas de receita devem compensá-la. Assim, prevemos uma receita total de R$ 6,5 bilhões, crescendo 8,3% sequencialmente e 14,6% A/A. Embora esse crescimento devesse ter vindo de todos os setores, esperamos uma recuperação maior em Sales & Trading (S&T), que apresentou um 1S mais suave. O Net New Money deve permanecer estável, ajudando Wealth e Asset Management. Esperamos a manutenção do índice de eficiência. Como resultado, o BTG deve registrar lucro líquido recorrente de R$ 3,2 bilhões (+16,8% A/A e +13,2% T/T) e ROE de 24,7% (+200 bps T/T) no 3T24.

BR Partners (BRBI11) | Compra; Preço-alvo R$ 19,0/ação

Prevemos outro trimestre sólido para a BR Partners. A atividade do mercado de capitais continuou forte, especialmente no DCM. As receitas totais devem imprimir um forte salto A/A de 29,2%, liderado por um aumento de 35,9% nas Receitas de Clientes, impulsionado por Investment banking (+31,6% A/A) e Tesouraria (+38,5% A/A). Espera-se que as receitas de capital acelerem em comparação com o 2º trimestre (+9,6% A/A vs +3,3% no trimestre anterior). Espera-se que esse desempenho, juntamente com uma gestão eficaz de custos, resulte em um lucro líquido de aproximadamente R$ 49,7 milhões, representando uma redução de 4,3% T/T, mas um aumento de 23,9% A/A. Como resultado, o ROAE deve ser menor, mas ainda robusto, em 24,1%.

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