‘Há espaço limitado para expansão dos gastos‘, diz vice-presidente Hamilton Mourão

A pandemia provocada pela Covid-19 e seus efeitos foram o principal assunto da live com o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, realizada pela XP em pareceria com o portal Infomoney, como parte da série especial “Super Lives: 1 ano de pandemia”.

Em sua exposição, o general considerou que, em vista dos impactos econômicos da crise sanitária, será essencial avançar em reformas estruturais no país como uma nova reforma da previdência, reforma tributária, administrativa, além de abertura comercial e privatização.

Em relação a desafios à frente, o general destacou a responsabilidade fiscal e o que considera ser uma crise do sistema político brasileiro. “Não podemos fugir da âncora fiscal se não o país quebra,” disse Mourão.

No lado da economia brasileira, o vice-presidente destacou a estagnação salarial e o aumento da desigualdade no país, que gera insatisfação na população. No entanto, devido ao alto déficit fiscal, ele ressalta que há espaço limitado para expansão do gasto, tema que considerou ser importante avaliar com cautela.

Em sua visão, esse contexto afeta as negociações do Orçamento de 2021 em Brasília, pauta que tem sido prioritária na política brasileira nas últimas semanas. Nesse sentido, ressaltou que o governo não deve ou pode burlar as regras fiscais.

Ressaltou também que a pandemia levou a aceleração e intensificação da influência do ESG (ou ASG em português) que endereça as questões de responsabilidade ambiental, social, e de governança no lado corporativo. Disse ainda que o tema deve ganhar cada vez mais destaque no mundo inteiro com impulso do governo do presidente americano Joe Biden, e no Brasil com foco na questão da Amazônia e queimadas.

Já no lado da geopolítica, Mourão afirmou que a pandemia afetou imbróglios existentes, como as tensões entre maiores economias do mundo. Em relação à estratégia do Brasil, que deve se ver envolvido na disputa em eventos como o leilão 5G, ressaltou que é essencial buscar flexibilidade e pragmatismo.

Ainda na pauta internacional, Mourão destacou que os grandes produtores das vacinas são Índia e China, que não produzem apenas as vacinas, mas também os insumos, portanto são de alta importância para a imunização mundial. Já os EUA, outro produtor importante, optaram por dar prioridade aos seus cidadãos. Em vista disso, vê dificuldades logísticas internacionais devido a atrasos recentes. No médio a longo prazo, destaca que quebras de patentes devem ser debatidas, o que pode facilitar a produção global da vacina.

O vice-presidente disse que o “grande objetivo” é vacinar toda a população acima de 60 anos e trabalhadores da saúde e até meados de junho, e revelou que já foi vacinado.

Entretanto, considerou que o setor privado deve enfrentar muita dificuldade para adquirir doses devido à alta demanda no mundo e preferência por contratos em massa.

No que se refere aos desafios regionais, o vice-presidente destacou a falta de integração entre os países da América Latina, o que afeta negativamente a cooperação tanto na seara da saúde, quanto na seara econômica.

Mourão pediu apoio à sociedade brasileira à agenda do governo e reiterou seu compromisso em ajudar o Brasil a avançar na vacinação.

O evento da XP em parceria com a Infomoney traz ao longo da semana entrevistas com empresários, especialistas, integrantes do governo e economistas para debater os impactos da pandemia e as perspectivas para o pós-crise. Veja o restante de programação do evento.

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

Clique aqui