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Economia em Destaque: Debate sobre meta fiscal continua, enquanto redução nos preços da gasolina é discutida

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

No cenário internacional, a inflação nos EUA surpreendeu positivamente o mercado. Na China, indicadores de atividade econômica mostram uma recuperação econômica ainda lenta. Destaque também para a divulgação do relatório Latam mensal “Como Andam Nossos Vizinhos”.

No Brasil, o setor de serviços e dados de atividade corroboram o cenário de enfraquecimento da atividade doméstica ao longo do segundo semestre.

Cenário internacional

Inflação em queda nos EUA reduz pressão sobre banco central

O índice de preços ao consumidor dos EUA (CPI) registrou um aumento de 0,04%, ligeiramente abaixo das expectativas do mercado de 0,10%. Em uma base anual, a inflação ao consumidor recuou na maioria dos grupos. O núcleo do CPI, medida que exclui alimentos e energia para medir a tendência subjacente da inflação, moderou de 4,2% para 4,0%. O ponto de preocupação segue sendo o segmento de serviços, cuja inflação ainda alta reflete o mercado de trabalho aquecido.

De toda forma, a dinâmica mais benigna da inflação – que foi ainda reforçada pela queda de 0,5% do índice de preços ao produtor em outubro – reduz a pressão para o Fed (banco central) subir os juros. Os preços de mercado reagiram favoravelmente, com o recuo das taxas de juros dos títulos públicos e alta das bolsas globais.

Dados chineses de outubro são heterogêneos

Os indicadores de atividade econômica na China foram mistos em outubro. Por um lado, a produção industrial e as vendas no varejo superaram as expectativas. O volume produzido na indústria cresceu 4,6% ante o mesmo mês de 2022, ligeiramente acima dos 4,5% de setembro. O varejo avançou 7,6% frente ao ano anterior, puxado pelas vendas de veículos e supermercados. Por outro lado, o setor de construção contraiu 9,3% entre janeiro e outubro deste ano, enquanto os investimentos em ativos fixos cresceram apenas 2,9%. O índice de confiança das empresas privadas segue em patamar historicamente baixo.

Em resumo, os últimos indicadores de atividade sugerem que a recuperação econômica na China não tem ganhado tração no último trimestre do ano, embora o quadro geral não esteja tão fraco como alguns analistas temiam. Uma desaceleração mais intensa e persistente da China pode ser um risco para o Brasil, uma vez que o país é o principal destino de nossas exportações.

Nosso relatório Latam Macro Mensal analisa impacto dos juros nos EUA sobre a região

As condições financeiras globais tornaram-se mais restritivas, influenciadas pela alta dos juros nos EUA. Na América Latina, as leituras de inflação de outubro foram favoráveis em países que já iniciaram o corte de suas taxas de juros, como Brasil, Chile e Peru. Isso poderia justificar uma aceleração do ritmo de corte, embora o ambiente global desafiador possa ser um obstáculo. Países como México e Colômbia, que ainda não iniciaram a flexibilização monetária, continuam enfrentando pressões inflacionárias. Juros altos em economias desenvolvidas impactam os ativos latino-americanos, com moedas mais fracas adicionando pressões inflacionárias. Os ciclos de cortes devem continuar, mas o cenário internacional justifica um ritmo mais moderado de redução das taxas.

Para maiores detalhes, leia o nosso relatório mensal “Como andam nossos vizinhos: Cenário global requer cautela dos bancos centrais”.

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Enquanto isso, no Brasil…

Setor de serviços e IBC-Br corroboram estimativas mais fracas para o PIB

O faturamento real do setor de serviços recuou 0,3% em setembro comparado a agosto, muito abaixo da expectativa do mercado (alta de 0,4%). Com isso, o indicador ficou praticamente estável no 3º trimestre, após crescimento médio de 1,0% nos quatro trimestres anteriores. Na mesma linha, O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) – uma proxy mensal do PIB – recuou 0,1% em setembro contra agosto, resultado consideravelmente abaixo das expectativas (XP: 0,5%; consenso: 0,2%).

Os resultados recentes do setor de serviços evidenciam perda de fôlego da economia segundo semestre de 2023, por conta dos juros elevados e endividamento elevado de empresas e consumidores, além das incertezas globais.

Estimamos que PIB do Brasil recuou 0,3% no 3º trimestre (os resultados oficiais serão publicados em 05/12). Com o resultado, projetamos crescimento de 2,8% para o PIB de 2023.

Mais detalhes de nossas projeções em nosso relatório “Brasil Macro Mensal: Incerteza global e meta fiscal limitam queda de juros”.

Governo sinaliza manutenção de meta fiscal zero

O relator da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) na Câmara, Deputado Danilo Forte, reiterou a posição do governo de manter a meta de resultado primário em zero para 2024. Trata-se de vitória do ministério da Fazenda. O ministro Fernando Haddad planeja agora focar na aprovação medidas para a aumento de receitas no Congresso, o que auxiliaria para atingir o equilíbrio fiscal. Entre elas as mais prováveis são a taxação de offshores e fundos exclusivos, e a subvenção do ICMS para investimentos. 

Nossas estimativas sugerem ser difícil atingir a meta zero, mesmo com a aprovação das medidas (detalhes em nosso relatório mensal, mencionado acima). Desta forma, entendemos que a meta acabará sendo revista no ano que vem, e/ou o governo terá que fazer um contingenciamento substancial de despesas durante a execução orçamentária. 

Dados voltam a dar margem para novos cortes nos preços de combustíveis

A combinação entre os preços em queda de petróleo e derivados em queda com a desvalorização do dólar é pauta de discussão entre os economistas sobre futuros reajustes baixistas em combustíveis no Brasil. Segundo a Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Petróleo), os preços de gasolina praticados nos polos da Petrobras estão mais 6% mais caros do que no exterior. Nosso cenário base de inflação não antevê reajustes em 2023, de modo que, se executado pela companhia, a redução levaria nossa projeção de IPCA para o ano para próximo de 4,3%. Por ora, mantemos nossa projeção de inflação em 4,5%.

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O que esperar da semana que vem

Na agenda internacional, os principais dados da semana estão concentrados na terça e quinta-feira. Destaque para a ata do FOMC, que será publicada na terça-feira. Além disso, na quinta-feira teremos a divulgação dos índices PMI de novembro nos Estados Unidos, Zona do euro e Reino Unido. O índice reflete uma sondagem com empresários sobre as condições econômicas e de negócios nos países.

No Brasil, atenções voltadas para a política fiscal. Teremos a divulgação da arrecadação federal de tributos do mês de outubro, que deve continuar mostrando queda em termos reais. Além disso, espera-se a continuidade da discussão das medidas de aumento de arrecadação e a votação do relatório final do projeto de lei de diretrizes orçamentárias (LDO) de 2024. Conforme divulgado na imprensa, o governo manteve a meta de resultado primário zero, deixando uma possível revisão para o próximo ano.

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