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Entendendo a relação entre juros e preço dos títulos (marcação a mercado)

Entenda aqui como funciona a relação entre preço de títulos de renda fixa e a taxa de juros.

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Entendendo a relação entre juros e preço dos títulos (marcação a mercado)

A renda fixa, ao contrário do que muitos ainda acreditam, não é fixa. As taxas e preços dos títulos variam diariamente até a data de vencimento e isso pode acontecer por diferentes motivos, que abordaremos aqui. Porém, é importante ter em mente que essas variações (ganhos ou perdas) causadas por um mecanismo chamado “marcação a mercado” só são colocadas em prática caso o investidor decida resgatar (vender) o ativo antes do prazo final. Caso contrário, receberá a remuneração que foi acordada no momento da aplicação e, por isso, não importará a oscilação ao longo do período.

O Tesouro Nacional comenta a dinâmica, que é aplicável também a ativos bancários e de crédito privado:

“Entre a data de compra e a de vencimento, o preço do título flutua em função das condições do mercado e das expectativas quanto ao comportamento das taxas de juros.”

O que é ágio e deságio

Um título de renda fixa pode sofrer ágio ou deságio quando a curva de juros do mercado em um determinado momento é diferente da taxa de cupom ou a percepção de risco de crédito daquele ativo mudou em relação ao que havia sido precificado na época da emissão ou da aquisição do ativo.

A curva de juros é a curva que expressa a expectativa para os juros de um mesmo emissor para diferentes intervalos. As expectativas para as taxas de juros no futuro são reflexos do risco que o mercado enxerga em relação ao cenário econômico do país nos próximos anos. Pode-se dizer que as taxas de prazos mais curtos sinalizam expectativas ligadas à política monetária e que as de longo prazo estão conectadas ao risco fiscal.

Exemplo de ágio e deságio:

Vamos considerar os títulos públicos prefixados (exemplo: Tesouro Prefixado 2026). Os títulos são marcados a mercado, ou seja, diariamente refletem as condições às quais estão sendo negociados no mercado secundário. Títulos com vencimento mais longo são mais sensíveis a variações nas taxas de juros devido à duration.

Duration é o prazo médio ponderado de recebimentos dos fluxos de um título. Um ativo que não paga juros ou amortização até o vencimento terá sua duration equivalente ao prazo do título. Já aqueles que pagam fluxos ao longo da duração, possuem duration inferior ao prazo.

O preço da LTN é definido pelo valor futuro unitário (R$1.000,00) trazido a valor presente. Ou seja, para que no vencimento do título ele esteja valendo R$1.000,00, rendendo à taxa de juros determinada, o preço hoje deve ser:

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Para demonstrar o comportamento do preço em relação à taxa deste título, confira o gráfico a seguir.

Fatores que podem levar a ágio ou deságio na renda fixa

As oscilações nas taxas e, consequentemente, nos preços dos títulos de renda fixa ocorrem diariamente. Isso pode acontecer por movimentações nas expectativas do mercado para as taxas de juros no futuro, influenciadas, por sua vez, por divulgações de dados econômicos, tensões políticas, perspectivas para o ambiente fiscal, dentre outros.

Além disso, a percepção em relação ao risco dos emissores também influencia. Por exemplo, a rentabilidade de uma debênture é definida tomando como base um título do governo de mesma duration, acrescida de um prêmio de risco. Esse prêmio de risco pode variar entre a emissão do título e seu vencimento, uma vez que o risco em si nem sempre permanece o mesmo ao longo de todo o período, podendo melhorar ou piorar.

Quando ocorre uma melhora na percepção de risco, a taxa cai e vice-versa. Conforme demonstrado acima, o efeito do movimento sobre as taxas é inverso àquele sobre os preços dos títulos.

Como saber se houve ágio ou deságio no meu título?

No caso de títulos do Tesouro Direto, que são marcados a mercado diariamente (ou seja, todos os dias refletem ágios e deságios que podem ocorrer), é possível conhecer esses movimentos através da própria plataforma do Tesouro ou até mesmo na sua carteira de investimentos.

Por outro lado, outros ativos de renda fixa como CDBs, LCIs, debêntures, CRAs, etc. são “marcados na curva”. Isso significa que eles mostram qual seria a rentabilidade acumulada no período com base na taxa combinada no momento da compra, sem levar em consideração as condições do mercado.

No entanto, é importante ressaltar que, caso o investidor queira vender o ativo antecipadamente, ele deve verificar qual o preço e a taxa aos quais o papel está sendo negociado no mercado secundário naquele momento.

Conte com o auxílio de um profissional de investimentos, como um agente autônomo, que irá contatar a mesa de renda fixa e cotar as condições atualizadas. Assim, é possível aproveitar eventuais oportunidades de ágio em seus ativos!

O que fazer quando houver ágio ou deságio

Não há uma regra única. Caso seja do interesse do investidor manter o investimento até o prazo final, as oscilações no meio do caminho (entre a compra e o vencimento) não devem impactar. Afinal, na data final do ativo, as condições contratadas no começo do investimento são garantidas (caso não aconteça evento de crédito).

Por outro lado, na hipótese de o investidor poder se desfazer do investimento antes do vencimento, em momentos de ágio (valorização), pode fazer sentido buscar uma contraparte interessada no mercado secundário para, assim, realizar este ganho. Em caso de deságio, o ideal é manter o ativo investido, esperando um momento mais oportuno ou o vencimento.

Em ambos os casos, fale com seu assessor para auxiliar no processo de decisão!

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