Como lidar com questões familiares no empreendedorismo?

A continuidade do negócio da família, seja ele uma empresa ou um volume considerável de investimentos financeiros, é sempre uma grande preocupação.



Será que meus herdeiros darão continuidade ao meu legado? Posso passar o bastão com tranquilidade porque sei que tenho pessoas competentes e comprometidas para me substituir?

Estas perguntas tentam ser respondidas com assertividade há diversas gerações dentro das famílias, mas nem sempre as respostas aparecem. A continuidade do negócio da família, seja ele uma empresa ou um volume considerável de investimentos financeiros, é sempre uma grande preocupação.

Tem-se sempre a sensação de que a veia empreendedora das pessoas é nata, ou você nasce com esta característica ou não conseguirá desenvolvê-la. Até que ponto isto é verdade? Esta é uma outra questão onde a resposta não é tão óbvia.

A expectativa de que a próxima geração terá sucesso na continuidade dos negócios da família é sempre grande, mas nem sempre se torna uma realidade. Aliás, percebemos que esta expectativa vem mudando ao longo do tempo.

Em um passado não tão distante era quase uma certeza que a próxima geração estaria envolvida diretamente na gestão do patrimônio familiar, a continuidade era uma obrigação com pouquíssimo espaço para questionamentos.

Com a evolução social e cultural das famílias, as novas gerações passaram a ser mais questionadoras deste modelo. O desejo de não seguir os passos das gerações anteriores ficou mais explícito, e a necessidade de seguir seus próprios caminhos também. Obviamente que este novo posicionamento não foi aceito com naturalidade pela geração dominante naquele momento, tornando bastante conflituosa a relação entre as gerações familiares.

O empreendedorismo da nova geração questionava o modelo utilizado até então, em que todos os recursos deveriam ser canalizados para o negócio familiar. A vontade era sem dúvida empreender, mas não necessariamente dentro da família. Poucos conseguiram apoio, seja do ponto de vista financeiro ou emocional. A ruptura tornou-se um caminho bastante comum.

Esta relação vem evoluindo com o passar do tempo, alguns fatores colaboraram fortemente para uma drástica e importante mudança no comportamento e relacionamento das gerações em relação ao lado empreendedor das famílias. Entre outras coisas, um mundo muito mais tecnológico e globalizado com um acesso quase que automático a informações, conteúdos e conhecimento, agregado ao fato, por que não, da geração que atualmente está “no poder” ser exatamente a geração que questionou o modelo anterior, fez com que este ambiente seja muito mais propicio há uma discussão intensa e saudável sobre o papel de cada um na gestão do patrimônio familiar, e, mais especificamente, como a iniciativa do empreendedorismo deve ser tratada.

Não é incomum famílias mais estruturadas do ponto de vista de governança terem fóruns específicos para discutir e avaliar projetos de membros da família, muitas vezes descorrelacionados com os negócios familiares, para investir seus recursos. Outras já possuem fundos específicos direcionados a este tipo de investimento. Empreender fora da família não só passou a ser visto de uma outra perspectiva, como também incentivado; ou seja, bons projetos devem sempre ser incentivados.

Este aliás é um conceito que deve ser discutido, o que é um bom projeto? O que percebemos é que cada vez mais as famílias empreendedoras, ou os empreendedores dentro da família, buscam projetos que tem algo além da sua rentabilidade financeira. Sem dúvida que este continua sendo um fator muito importante na tomada de decisão, principalmente quando buscamos a multiplicação e perpetuação do patrimônio ao longo do tempo, mas outros fatores, que muito provavelmente em outra época não eram nem considerados, tem tomado um lugar de destaque nesta análise. O impacto positivo para a sociedade, e o meio ambiente, além da essência disruptiva do projeto são, por exemplo, características buscadas incessantemente e extremamente valorizadas.

A ideia de pensar fora da caixa já se tornou obsoleta e ultrapassada: hoje já não existem mais caixas.

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