ATP em 2020: Principais fatos para lembrar e esquecer

Os bons e não tão bons destaques da ATP em 2020



O ano de 2020 certamente foi extremamente desafiador para a maioria das empresas e entidades no mundo todo. Falando dos problemas que atingiram o esporte profissional, mais especificamente o tênis, fica até difícil imaginar uma entidade que tenha sofrido mais que a ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). A ATP administra os interesses dos jogadores e promotores dos eventos / torneios masculinos que compõe o circuito. De uma forma geral, todas as regras que envolvem o circuito, o ranking, a pontuação, o calendário, as obrigações, são discutidos entre jogadores e organizadores com a instituição. 

Lembrando que os 4 eventos do Grand Slam não estão no portfólio de eventos da ATP, pois estes são organizados por instituições independentes (as federações de tênis dos países sede). A ATP, no entanto, participa cuidando dos interesses dos jogadores e do circuito, bem como criando as regras de pontuação que valem para o ranking mundial. Os Grand Slams são os mais importantes e mais ricos eventos de tênis do mundo (oferecem mais pontos e mais dinheiro em premiação).

No início da pandemia, a ATP foi obrigada a parar o circuito por 5 meses. Mesmo com o retorno dos eventos a partir de agosto, muitos não puderam ser realizados. Dos 69 eventos que estavam no calendário (ATPs 250, 500 e 1000, Laver Cup, ATP Finals e Next Gen), 40 deles não foram realizados. Isso significa um impacto gigante no setor com perdas milionárias para organizadores, jogadores e a própria entidade.

Lembrando também que a grande maioria dos torneios que foram realizados após o início da pandeia, tiveram que ser jogado sem público, o que prejudica demais o resultado do evento. Dos eventos cancelados, temos 6 dos 9 ATPs 1000, que são os maiores eventos do circuito depois dos Grand Slams. Eventos chaves para o circuito como Indian Wells, Miami Open, Monte Carlo, Madrid, Toronto e Xangai não aconteceram. Dentre os Grand Slams, apenas Wimbledon foi cancelado (fato inédito desde que as guerras mundiais pararam o evento).

Com relação ao ranking, a ATP demorou 4 meses para conseguir chegar numa solução para que o ranking seguisse da forma justa e o mais flexível possível. A solução foi contabilizar os 18 melhores resultados cada tenista num período maior que a janela de 52 semanas como tem sido usado a anos. A janela passou a vale de março de 2019 (52 semanas antes do início da pandemia) até dezembro de 2020, sem que o jogador possa contar duas vezes o mesmo torneio. Lembrando que o ranking é a linha que define a entrada e participação dos jogadores nos torneiros do circuito.

História sendo feita

Mesmo com toda esta situação, 2020 trouxe fatos importantes e históricos para o tênis:

  • Nadal conquistou Roland Garros pela 13ª vez.
  • Dominic Thiem venceu o seu primeiro Grand Slam (US Open)
  • O russo Daniil Medvedev venceu o ATP Finals (na trajetória batei os jogadores números 1, 2 e 3 do mundo)
  • Novak Djokovic termina o ano como número 1 do mundo pela 6ª vez, superando o recorde de Pete Sampras.
  • Resultados incríveis de Bruno Soares nas duplas: campeão do US Open, ice campeão de Roland Garros e dupla número 1 do mundo ao lado do croata Mate Pavic.
  • O brasileiro Thiago Wild conquista seu primeiro grande título, o ATP 250 de Santiago, aos 19 anos (mais jovem brasileiro a obter este feito).

Outro fato marcante que merecem destaque no nosso esporte: O evento Match in Africa que num único jogo exibição reuniu Roger Federer e Rafael Nadal que bateu o recorde mundial de público numa partida de tênis com a presença de 51.954 expectadores no Cape Town Stadium (África do Sul) o início de fevereiro.

Destaques negativos

Fatos negativos e polêmicos que agitaram o circuito (todos envolveram Djokovic):

  • Novak Djokovic foi desclassificado do US Open após acertar uma bolada no pescoço de uma juíza de linha;
  • O evento Adria Tour (organizado pelo Djokovic) que estaa sendo jogado durante a pandemia sem restrições ou protocolos de segurança teve que ser cancelado depois que diversos jogadores foram contaminados pelo coronavírus;
  • Djokovic sai do conselho de jogadores da ATP para crias um “sindicato paralelo” de jogadores.

Para quem gosta e acompanha o circuito profissional de tênis masculino fica a pergunta: depois de tudo que aconteceu, o ano de 2020 deve ser lembrado ou esquecido? Na minha opinião, este ano deve sim ser lembrado, principalmente pelas dificuldades que tiveram que ser enfrentadas. Todos os envolvidos no mundo do tênis e os livros deverão sim contar essa história!

E o que será do circuito em 2021?

Pela situação atual da pandemia, o circuito infelizmente continuará com muitas dificuldades, principalmente no primeiro semestre do ano onde alguns eventos deverão ser cancelados e outros muitos jogados sem público. Os esforços para que os jogadores possam viajar e jogar além das dificuldades locais para que os eventos possam ser realizados com segurança continuam enormes.

Vide o Australian Open, primeiro grande evento do ano. A data de início adiada por 3 semanas, jogará o quallifyng em outro país e trouxe inúmeras restrições para os jogadores (entre elas o limite de 2 acompanhantes na equipe e necessidade de fazer uma rígida quarentena por 14 dias na bolha em Melbourne para que possam participar do evento.

Fica aqui a nossa torcida e o desejo que as coisas se normalizem o quanto antes e que tanto o tênis quanto todos os outros esportes possam continuar a encantar o mundo com sua emoção única.

Desejo a você e sua família um lindo Natal e que 2021 seja um ano repleto de saúde, alegrias e realizações. Que possamos voltar a exercer nossas paixões, sentir “aquela” liberdade de viver, poder viajar muito e curtir as melhores coisas da vida.  

Agradeço também pelo prestígio da leitura desta coluna. Até 2021.

Obrigado, um abraço e até a próxima!

Fabio Silberberg
Fundador e CEO da FABERG Tour Experience
www.faberg.com.br
@fabergtourexperience
@fabiosilberberg

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