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“Serenidade e Paciência”: IPCA-15 de junho desacelera para 3,40% a/a, reiterando o ‘primeiro estágio’ da desinflação brasileira

Núcleos e serviços, no entanto, mostram resiliência

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O IPCA-15 de junho avançou 0,04% na comparação mensal, ligeiramente abaixo da nossa expectativa (0,05%) e acima do consenso de mercado (0,02%). Na variação em 12 meses, a inflação recuou para 3,40% em junho, ante 4,07% em maio. Os desvios baixistas em relação à nossa projeção concentraram-se especialmente em alimentos, nos quais destacamos ‘leites e derivados’ e ‘frutas’. Por outro lado, as principais surpresas de alta vieram de ‘automóveis novos’, refletindo um efeito menor do que o esperado dos subsídios anunciados pelo governo sobre os preços dos veículos.

A desaceleração frente ao IPCA-15 de maio (0,51%) se deve em grande medida ao arrefecimento em alimentos in natura, especialmente em frutas e tubérculos, aos cortes em combustíveis realizados pela Petrobras e aos descontos em automóveis. Do lado de alta, tivemos acelerações em passagem aérea (10,70% vs -17,26%), aluguel e condomínio (0,68% e 1,64% vs 0,29% e -0,14%, respectivamente), taxa de água e esgoto (3,64% vs 1,24%) e energia elétrica (1,45% vs 0,51%).

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A média dos núcleos de inflação avançou 0,34% m/m, praticamente em linha com nossa projeção de 0,29%. Portanto, sua taxa média móvel de 3 meses anualizada e ajustada sazonalmente (3M-SAAR) caiu para 5,1%, de 5,7%. Ainda assim, vale destacar que a desaceleração média dos núcleos foi guiada pelos núcleos “estatísticos” (percentil-55 e dupla ponderação), enquanto Ex0 (0,31%) – exclui preços monitorados e alimentação – e Ex3 (0,47%) – métrica subjacente de serviços e industriais – ficaram acima de nossas estimativas de 0,22% e 0,30%, respectivamente. A medida de serviços subjacentes, acompanhada de perto pelo Banco Central, avançou 0,56% m/m em junho, bem acima de nossa projeção de 0,29%, refletindo as surpresas altistas dos subitens ‘aluguel’ e ‘condomínio’. Consequentemente, o 3M-SAAR subiu para 6,4% de 6,0%.

Os indicadores citados acima reiteram a Ata do Banco Central (divulgada nesta manhã) de que o processo de desinflação exige paciência, sendo que o atual 'estágio' é bem mais lento e desafiador do que que o primeiro, impulsionado por bens voláteis (principalmente alimentícios) e industriais - que colheram frutos do alívio nas cadeias de suprimentos globais.

A medida de preços industriais (efetivo: -0,08% m/m; XP: -0,18% m/m) ficou em linha com nossas estimativas, mostrando uma desaceleração menor que a esperada nos preços de veículos novos (-0,84% m/m vs -1,59% estimado). As pesquisas de alta frequência indicam que a queda dos preços dos veículos será maior na leitura final do IPCA de junho. É muito importante notar que os preços dos alimentos voltaram a nos surpreender para baixa, mostrando ampla desaceleração (note que leites e derivados apresentaram deflação de -0,44% m/m, refletindo a recente apreciação do real).

A nosso ver, os números do IPCA-15 de junho reforçam nossa visão de que o ‘segundo estágio’ da desinflação no Brasil será mais duro e lento do que a primeiro, concentrado em bens e alimentos. Preços de serviços e métricas dos núcleos ainda estão acima da meta de inflação, o que exige uma taxa de juros ainda elevada. Mantemos nossas estimativas de IPCA em 4,9% para 2023 e 4,5% para 2024.

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