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IPCA e IGP-M encerram ano com inflação menor que 2021

Em dezembro, a inflação ao consumidor veio acima das expectativas do mercado. No índice ao produtor, por outro lado, a alta foi menos intensa que o projetado.

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Os índices de inflação tanto ao produtor, quanto ao consumidor, registraram mais um mês de descompressão de custos, desaceleração em itens sensíveis ao crédito mais caro e efeito da sazonalidade de final de ano. Em dezembro, o IPCA surpreendeu pra cima, mas grande parte da surpresa foi observada em produtos de higiene e outros bens e serviços com maior demanda nas férias de final de ano e feriado de natal. Pelo lado dos IGPs, volta da inflação em produtos industriais, transportes e alimentação explicam a volta ao campo positivo, mas núcleos do índice de preços ao produtor sugerem descompressão de custos à frente. Com isso, o IPCA fechou 2022 em 5,79% e o IGP-M em 5,45%, desacelerando das altas de 10,06% e 17,78%, respectivamente, em 2021. Para este ano, projetamos que o IPCA suba  5,4%, sendo que 0,50 p.p apenas pela recomposição de tributos federais sobre gasolina e etanol. Já o IGP-M deve fechar o ano perto de 4,0%.

Confira os detalhes abaixo.

IPCAs – Índice de Preços ao Consumidor Amplo

O IPCA-15 – índice cujo a coleta costuma ocorrer entre o dia 16 do mês anterior e 15 do de referência, tido como prévia para o IPCA fechado – teve variação abaixo da nossa expectativa (0,52% contra 0,57% da XP).

Os preços administrados – cujos reajustes são definidos pelo governo -  tiveram alta mais intensa do que o observado em novembro (0,83%, ante 0,77%), puxado em parte por variações positivas em energia elétrica e taxa de água e esgoto. Os preços livres – definidos pelo mercado – tiveram ligeira desaceleração (0,42%, ante 0,45%), apesar da alta bem mais intensa em serviços (0,32%, ante 0,09%).

A inflação de bens industriais, cujo número foi acima da nossa projeção (0,34%, ante 0,10% da XP), mostrou continuidade do processo de alta menos intensa (foi 0,90% em novembro), puxado pela queda em bens duráveis – produtos como carro, televisão, geladeira – que teve deflação de 0,33%, corroborando nossa estimativa de desinflação para o grupo em 2023.

Por fim, a difusão – índice que mede quantos itens tiveram variação positiva – teve ligeira alta em relação a novembro (0,66%, ante 0,64% anterior), mas em menor magnitude que a nossa estimativa (0,68%).

O IPCA – principal índice de preços do Brasil, métrica oficial de inflação adotada pelo Banco Central –apresentou variação abaixo acima das expectativas. O índice cresceu 0,62%, enquanto nossa projeção era de 0,46% e a mediana de projeções do mercado era 0,45%. No ano, o índice acumulou 5,79%, acima da meta de 3,50% do Banco Central.

Vale destacar a surpresa vinda de produtos de higiene (+7,4 bps), em grande parte pelo fim dos descontos de Black Friday e alta nos preços devido às festas de fim de ano, por isso, não é uma tendência a ser observada nos próximos meses. Além disso, Comunicação (+2,6 bps) e Transporte público (+2,2 bps) contribuíram positivamente para o desvio a nossa projeção; por outro lado, o desvios negativos vieram de Frutas (-2,8 bps), Gasolina (-1,3 bps) e Bebidas (-0,8% bps).

Nesse sentido, o número de dezembro não foi benigno, devido aos desvios intensos e a maior difusão. Para janeiro, nossa expectativa é de desaceleração para 0,50%, influenciado pelas sazonalidade das vendas de início de ano e deflação em eletricidade.

IGPs – Índice Geral de Preços

O IGP-10 calcula a variação entre o dia 11 do mês anterior e 10 do atual; o IGP-M, do dia 21 de cada um; e o IGP-DI calcula um mês cheio, ou seja, do dia 1º até 30 ou 31. Nesse sentido, indicar a linha do tempo da divulgação de cada um é importante para sinalizar o fechamento do mês corrente, além de ser essencial para indicar a inflação ao produtor com o IPA – Índice de Preços ao Produtor Amplo (60% do IGP); ao consumidor, com o IPC – Índice de Preços ao Consumidor (30% do IGP); e ao setor de construção civil com o INCC- Índice Nacional de Custo de Construção (10% do IGP). Nesse sentido, a sensibilidade dos índices em relação aos três grupos é dada pelo peso de cada um.

A tônica dos IGPs no último mês foi o retorno ao campo positivo, após alguns meses seguidos de deflação. Em Produtos Agrícolas, a continuidade da deflação indicam dinâmica benigna nos preços de commodities, apesar de estar ainda em níveis historicamente elevados. Para Produtos Industriais, retorno ao campo positivo é fruto de alta em Artigos de vestuário (fruto das festas de fim de ano). No IPC, a queda nos preços de gasolina e etanol (pelo cortes realizados pela Petrobras em dezembro) contribuíram com parte relevante da moderação do grupo (refletido em Transportes), apesar da alta em Alimentação para o IGP-10 e IGP-M. Por fim, no caso do INCC, a variação acima da observada em novembro foi puxada por Materiais, equipamentos e serviços, relacionados aos Produtos Industriais.

INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor

O INPC, que é diferente do IPCA por conta de sua mensuração considerar menor faixas de renda – até 5 salários-mínimos comparado a 40 salários-mínimos no segundo – teve variação de 0,69% em dezembro, após 0,38% em novembro.

A variação acumulada no ano de 2022 foi de 5,97%. Para 2023, projetamos alta de 5,4%

Custo da Cesta Básica

Por fim, o custo da cesta básica, índice calculado pelo PROCON no qual se mede a variação do custo da cesta básica no país, variou 0,71% em novembro, após deflação de 0,63% em outubro. Apesar de ser um índice defasado, é importante por retratar o impacto da inflação para as pessoas de menor renda.

O grupo Limpeza retornou ao campo positivo (3,03% ante -1,79%), Higiene Pessoal seguiu o mesmo sentido (4,23%, após -1,47%), tal qual Alimentação: 0,23% em novembro, após o -0,48% anterior.

No ano de 2022 até novemvro, o índice acumula alta de 14,90% (12,78% em 12 meses).

Cenário inflacionário para os próximos meses

Em 2023, nosso cenário inclui a volta da tributação federal sobre combustíveis (+0,50 p.p), mas sem elevação do ICMS em gasolina (cujo impacto estimado é de até 0,70 p.p).

Grande parte desse número deverá ser puxado pelo avanço de preços administrados, principalmente gasolina, enquanto a desinflação de alimentação no domicílio e bens industriais devem compensar, em parte, serviços ainda em alta. Além disso, estimamos leve queda nos preços de commodities, mas se mantendo nos atuais patamares elevados, tendo em vista indicações positivas para a safra 2022/23 (apesar do fenômeno La Niña, a ocorrer no primeiro trimestre deste ano).

Em bens industriais, demanda doméstica desacelerando, estabilidade do câmbio e queda no preço de insumos explicam nossa projeção benigna para o grupo. Serviços, por sua vez, devem desacelerar, principalmente os mais ligados ao ciclo econômico (chamado pelo Banco Central de Serviços Subjacentes), mas ainda em patamar superior à meta. Por fim, consideramos a volta da tributação de PIS/Cofins sobre combustíveis (impacto de +50 bps no IPCA), alta no preço de etanol e preço médio do petróleo Brent ao redor de US$ 90; nesse cenário, não é levada em conta a elevação do ICMS, cujo impacto é de até 0,70 p.p. Em energia elétrica, hipótese de bandeira verde no fim do ano, mas acionamento da bandeira amarela de julho até novembro.

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