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Inflação ao consumidor volta ao terreno positivo em outubro

Apesar disso, a tendência deflacionária no índice de preços ao produtor se manteve.

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O mês de outubro foi marcado pela retomada da variação positiva no IPCA e INPC, índices de preço ao consumidor, e continuidade de deflação intensa nos IGPs. Interessante notar que os valores observados no último foram puxado pelo IPA, índice de preços ao atacado, indicando continuidade da descompressão de custos ao produtor.

Nesse sentido, corrobora nosso cenário de desinflação para além da queda de impostos e preços de combustíveis, como citado no nosso último relatório mensal, em conjunto com os sinais de arrefecimento da demanda decorrente de aperto monetário doméstico e internacional.

Para o resto do ano esperamos aceleração dos preços, com o acumulado para 2022 atingindo 5,8%.

IPCAs – Índice de Preços ao Consumidor Amplo

O IPCA-15 – índice cujo a coleta costuma ocorrer entre o dia 16 do mês anterior e 15 do de referência, tido como prévia para o IPCA fechado – teve variação acima da nossa expectativa (0,16% contra 0,08% da XP).

Analisando no detalhe, houve deflação menos intensa em em preços administrados (-0,78%, após -1,66% e alinhado com nossa projeção de -0,80) e aceleração de preços livres (0,47% ante projeção de 0,41% e 0,07% em setembro). O índice de difusão caiu em relação à setembro, indicando que essa tendencia altista não foi tão disseminada entre os itens.

O IPCA – principal índice de preços do Brasil, métrica oficial de inflação adotada pelo Banco Central – também apresentou variação acima das expectativas. O índice cresceu 0,59%, enquanto nossa projeção era de 0,46%.

Em relação às nossas projeções, vale destacar crescimento em Alimentação e Bebidas (0,72% ante -0,51% em setembro, projeção de 0,52%), puxado por queda menos intensa em Leite e Derivados (-2,43% ante -6,15%) e, em menor medida, Carnes (-0,14%, ante -0,72%) e, em sentido contrário, alta em Aves e ovos (0,97% ante projeção de 0,18%).

Além disso, vimos inversão de sinal em Transportes (0,58% após -1,98%, projeção de 0,51%), por conta de deflação bem menos intensa no preço da gasolina (-1,56% após -8,33%), por conta do quinto aumento semanal consecutivo no preço cobrado nos postos, de acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e variação positiva em Etanol (1,34%, ante -12,43% em agosto e projeção de -1,40%), em linha com a alta nos preços ao atacado. Em Comunicação foi observado recuo menor que o anterior (-0,48% ante -2,08% anterior, projeção de -0,04), puxada em grande medida por serviços afetados pela redução de impostos e que tinham registado deflação nos meses anteriores, como Plano de telefonia fixa (6,74%, ante -1,07% em setembro). Em Habitação, arrefecimento de energia elétrica (0,30% ante 0,78%, projeção de -0,19%) e deflação em Gás de botijão (-0,67% ante 0,92%, projeção de -1,50%) puxaram a desaceleração menos intensa que o esperado para o grupo (0,34% ante 0,60% em setembro, projeção de 0,12%).

Por fim, a variação em Despesas Pessoais (0,57%, após 0,95%, projeção de 0,54%) foi em linha com nossa expectativa, apesar de surpresa altista em Cinema, teatro e concertos (+1,29% ante projeção de -1,30%) e variações menos intensas que o esperado em  Cabeleleiro e barbeiro (0,02%, ante projeção de 0,64%) e Alimento para animais (0,32%, projeção de 1,20%)

IGPs – Índice Geral de Preços

O IGP-10 calcula a variação entre o dia 11 do mês anterior e 10 do atual; o IGP-M, do dia 21 de cada um; e o IGP-DI calcula um mês cheio, ou seja, do dia 1º até 30 ou 31. Nesse sentido, indicar a linha do tempo da divulgação de cada um é importante para sinalizar o fechamento do mês corrente, além de ser essencial para indicar a inflação ao produtor com o IPA – Índice de Preços ao Produtor Amplo (60% do IGP); ao consumidor, com o IPC – Índice de Preços ao Consumidor (30% do IGP); e ao setor de construção civil com o INCC- Índice Nacional de Custo de Construção (10% do IGP). Nesse sentido, a sensibilidade dos índices em relação aos três grupos é dada pelo peso de cada um.

A tônica dos IGPs desse mês foi a continuidade da dinâmica deflacionária. Produtos industriais tiveram deflação mais ou menos estável em relação aos números anteriores (-1,49% no IGP-10; -1,43% no IGP-M; -0,73% no IGP-DI), puxado novamente pelas quedas observadas em produtos derivados de petróleo, embora em menor intensidade (-2,06% ante -8,02% no IGP-DI, por exemplo). Foi observada queda mais acentuada em Produtos Agrícolas para setembro (-1,33% no IGP-10; -1,46% no IGP-M; -1,79% no IGP-DI), principalmente por conta de pressãoo baixista vindo de pecuária (-3,93%, ante -1,19% no mês anterior) e algumas commodities, como o algodão (-7,32%, ante -0,18% em setembro).

Para o IPC, índice de preços ao consumidor, a volta ao campo positivo foi disseminada entre os três índices (0,17% no IGP-10; 0,50% no IGP-M; 0,69% no IGP-DI). Tal qual no IPCA, foi puxado por menor pressão deflacionária em energia elétrica residencial e gasolina, e também de retomada da tendencia positiva em Alimentação (0,11% no IGP-10; 0,57% no IGP-M; 0,74% no IGP-DI).

Por fim, no INCC-DI, os preços de Mão de obra apresentaram estabilidade em relação ao mês anterior (0,01% no IGP-10; 0,04% no IGP-M; 0,12% no IGP-DI).

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INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor

O INPC, que é diferente do IPCA por conta de sua mensuração considerar menor faixas de renda – até 5 salários-mínimos comparado a 40 salários-mínimos no segundo – teve variação de 0,47% em outubro, após cair 0,32% em setembro.

A variação acumulada no ano é de 4,81% e em 12 meses, 6,46%.

Custo da Cesta Básica

Por fim, o custo da cesta básica, índice calculado pelo PROCON no qual se mede a variação do custo da cesta básica no país, caiu -0,32% em setembro, após deflação de -1,08% em agosto. Apesar de ser um índice defasado, é importante por retratar o impacto da inflação para as pessoas de menor renda.

O grupo Limpeza teve alta de menor magnitude que setembro (2,25% ante 3,41%), enquanto Higiene Pessoal (2,34%, após 1,87%) seguiu o sentido oposto e segue sua tendencia de alta iniciada em junho.

No ano, o índice acumula alta de 14,11% (14,82% em 12 meses).

O que o último dado de inflação nos Estados Unidos e Europa podem significar para o Brasil?

Nos EUA, diferente do Brasil, a inflação registrada em outubro foi menor que a mediana de mercado, mas em linha com nossas expectativas (0,44%, ante consenso em 0,6%). Para análise mais detalhada, confira nosso relatório.

Apesar de um número mais otimista, não esperamos que isso afete a trajetória de política monetária a ser tomada pelo Federal Reserve, cujo efeito é vetor baixista na inflação brasileira. Além disso, o nosso cenário de desinflação global parece se materializar, com o Índice de Preços ao Produtor nos EUA abaixo do esperado (0,2%, ante 0,4%), além de sinalização de melhora nas cadeias de suprimentos (mensurado pelo GSCPI, Índice de Pressão na Cadeia Global de Suprimentos).

Cenário inflacionário para os próximos meses

Com o número observado em outubro, revisamos nossa projeção de IPCA para 2022, como publicado na última semana para 5,8%, embora a abertura (análise dos grupos e seus itens) ter sido boa. Isso decorre da surpresa vinda de etanol e gasolina, principalmente pelo reajustes consecutivos no preço de combustíveis cobrado aos postos (cujo efeito já é reflexo do custo do Etanol para o produtor), e apesar de não esperarmos reajustes da Petrobras às refinarias. Por outro lado, número melhor em serviços levou nossa projeção para dezembro para baixo (de 0,68% para 0,62%).

Para os próximos dois meses, Alimentação fora do domicílio e outros grupos associados à sazonalidade de fim de ano devem pressionar o setor de serviços, por outro lado, em novembro deve haver uma pressão baixista advinda dos descontos de Black Friday para Vestuário, Despesas pessoais e Artigos de residência.

Nossa projeção de IPCA para 2023 permanece em 5,2%. Este numero considera reoneração dos tributos federais sobre combustíveis, com impacto de 50bps no índice cheio. Enquanto o grupo de alimentação e industriais perdem força no próximo ano (3,5% e 2%, respectivamente), administrados e serviços seguem rodando acima da meta da inflação (7,6% e 6,2%, respectivamente). Os acontecimentos recentes, com possibilidade de maiores gastos no próximo ano, elevam o risco de alta para nossa projeção.

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