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Economia em Destaque: Copom destaca elevação das expectativas de inflação

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Nos EUA, dados de mercado de trabalho e resultados corporativos indicam atividade ainda aquecida. Em discurso, Jerome Powell mantem tom ameno, apesar de sinais mistos da economia americana. Na Alemanha, setor industrial cai mais que o esperado em dezembro, enquanto o PPI da China vem abaixo do esperado.

No Brasil, ata do Copom destaca desancoragem de expectativas e efeitos da política fiscal no processo desinflacionário. Além disso, setor de varejo tem arrefecimento no último tri de 2022 e IPCA de janeiro vem abaixo do esperado.

Além disso, publicamos nosso Macro Mensal de fevereiro.

Cenário internacional

Jerome Powell mantém tom sereno em discurso

O presidente do Federal Reserve, o banco central americano, se mostrou convicto na queda da inflação e na estratégia de altas de juros mais graduais adotadas em este mês. O mercado estava receoso de que ele desse sinais de preocupação depois dos resultados fortes apresentados pelo mercado de trabalho em janeiro. De toda forma, Powell reafirmou que novas rodadas de altas de juros ainda devem acontecer.

No decorrer da semana, os fortes resultados corporativos contribuíram com a visão de “aterrisagem suave” da economia americana (desinflação sem grande queda na atividade). Todavia, nos mantemos cautelosos quanto a esse cenário, tendo em vista o núcleo de inflação (no qual itens mais voláteis são excluídos) ainda em patamar elevado, o que pode levar o Federal Reserve a não seguir sua estratégia de reduzir o ritmo de alta. Além disso, o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, disse que os últimos dados do mercado de trabalho podem levar a autoridade monetária a uma taxa de juros mais alta que o esperado no final do ciclo de ajuste.

Produção industrial na Alemanha em queda maior que o esperado

Em dezembro, a produção industrial alemã caiu 3,1% m/m, maior que a projeção de -0,7% do mercado. Em meio a pressão inflacionária, a queda mais acentuada foi no setor de energia, 6,1% m/m. Em 2022, o acumulado foi de -0,6% em relação a 2021.

PPI da China cai, mas inflação ao consumidor cresce

O Índice de Preços ao Consumidor (PPI, em inglês) chinês caiu 0,8% a/a, ante o mesmo mês de 2022, acima da estimativa de -0,5% apontado pelo consenso de mercado, e -0,4% m/m. Por outro lado, o índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) subiu 2,1% a/a, acima da alta de 1,8% a/a registrado em dezembro. Esse número foi puxado pela alta sazonal no consumo das famílias durante o Ano Novo Lunar. Com o fim da política de tolerância zero à Covid, o mercado espera que a inflação acumulada em 2023 seja de 3%, bem abaixo das estimativas para as economias ocidentais.

Enquanto isso, no Brasil…

Publicamos nosso Macro Mensal de fevereiro

No relatório deste mês, de título “Pressão sobre expectativas reforça cenário de política monetária restritiva”, destacamos a sinalização divergente entre aperto monetário e expansão fiscal, que tende a aumentar a pressão sobre as expectativas de inflação, tornando a tarefa do Banco Central ainda mais desafiadora e mantendo os juros por patamar mais elevado por um período mais longo. Para mais detalhes, clique aqui.

Ata do Copom dá ênfase às expectativas e política fiscal

Na terça-feira, o Banco Central divulgou a ata da última reunião de política monetária. O documento destacou a recente elevação das expectativas de inflação em horizontes mais longos (2025 e 2026), por conta de fatores como “política fiscal expansionista” e “possível mudança nas metas de inflação”. Nesse interim, reafirmou seu compromisso em levar a convergência da inflação para a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional.

O BC reconheceu que as medidas anunciadas pelo governo federal devem ajudar a mitigar os riscos inflacionários à frente. Ainda assim, mesmo com a desaceleração da atividade econômica a inflação medida pelo IPCA ainda está acima do limite de tolerância do intervalo em torno da meta deste ano.

Inflação de janeiro vem em linha com estimativas

A inflação ao consumidor medida pelo IPCA registrou alta de 0,53% em janeiro ante dezembro, abaixo da nossa projeção e do consenso de mercado (0,58% e 0,56%, respectivamente). A surpresa baixista concentrou-se nos preços de higiene pessoal (contribuição de -0,06pp), revertendo a alta acentuada vista no final do ano passado. Com isso, a inflação ao consumidor atingiu 5,77% no acumulado em 12 meses até janeiro. Para mais detalhes, confira no link.

Varejo enfraquecendo…

A Pesquisa Mensal do Comércio registrou avanço mais fraco do que o esperado das vendas do varejo em dezembro (0,4% m/m, ante estimativa de 1,0% da XP). Enquanto isso, o grupo de vendas no varejo restrito – no qual se exclui automóveis e materiais de construção – caiu 2,6% m/m, a segunda queda seguida, bem acima da nossa estimativa de -0,8%. Apesar da cautela necessária pela influência da Copa do Mundo e Black Friday, a mensagem de enfraquecimento do setor se mantem quando analisado tanto o varejo mais sensível ao crédito – que teve recuo de 0,4% no quarto trimestre –, e o sensível à renda – virtualmente estável no mesmo período. Por conta de endividamento mais elevado, incertezas sobre a política econômica interna e crédito mais caro, o setor deve se manter estagnado em 2023.

… enquanto setor de serviços segue forte.

 Em dezembro, a PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) cresceu 3,1% m/m – bem acima da estimativa de 1,5% da XP) – e compensou o declínio observado nos em outubro e dezembro. Em 2022, o setor cresceu 8,3%, 14,5% acima do patamar pré-pandemia.

Todavia, parte desse resultado foi puxado por um setor mais volátil da pesquisa (Outros serviços), que incluem a participação de serviços financeiros e correlatos. Além disso, a influência da Copa do Mundo e Black Friday podem ter inflacionado essa leitura, por isso a importância do número dessazonalizado. Nesse sentido, esperamos crescimento moderado em 2023 (2,5%), em linha com o fim dos efeitos dos impulsos pós-pandemia e demanda mais fraca.

Lula vai aos EUA

O presidente Lula está nos EUA para visita oficial ao presidente Joe Biden. Na pauta econômica, será tratado o fortalecimento do comércio bilateral entre os países – com o objetivo de integrar o Brasil às cadeias produtivas globais – e a captação de recursos relacionados a transição energética e geração de energia limpa. Por fim, deve ser  publicado um relatório sobre o Fundo Amazonia, cujo objetivo é financiar a preservação da floresta, que agora também terá contribuição financeira dos norte-americanos

O mercado estará atento pra eventuais novas declarações de Lula sobre as taxas de juros no Brasil.

O que esperar para a semana que vem?

Na semana que vem, a atenção estará voltada para os dados de inflação nos EUA (CPI e PPI) de janeiro, além de dados referentes ao varejo e setor industrial. Além disso, será divulgada a prévia do PIB da Zona do Euro no último trimestre, e o boletim econômico do Banco Central Europeu e índice de preços ao atacado na Alemanha de janeiro.

No Brasil, o evento mais importante será a entrevista de Roberto Campos Neto ao Roda Viva. Em meio a pressão política sobre o patamar atual de juro, mudança da meta de inflação para os próximos anos e até questionamento sobre a autonomia da autoridade monetária, o mercado acompanhará atentamente as declarações do presidente do Banco Central. Além disso, serão divulgados o IGP-10 de janeiro e o IBC-Br de dezembro.

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