XP Expert

Economia em Destaque: Câmara aprova reforma tributária após 30 anos de discussão

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail

Resumo

No cenário internacional, os indicadores de emprego mostram a resiliência da economia americana e indicam que o Fed deve perseverar no ciclo de alta de juros em julho. Enquanto isso, na China, tivemos mais sinais de desaceleração da atividade econômica.

No Brasil, a Reforma Tributária dos impostos sobre o consumo foi aprovada na Câmara após mais de três décadas de discussões; o texto, agora, passará ao Senado. Nos indicadores, a produção industrial mostrou crescimento modesto em maio, enquanto a balança comercial brasileira segue surpreendendo positivamente. Destaque para a divulgação do relatório Macro Mensal da XP, que trouxe projeções atualizadas para a inflação e a taxa Selic.

Cenário internacional

Emprego aquecido e ata do Fed sugerem nova alta de juros nos EUA

O Federal Reserve – Fed, banco central dos EUA – publicou a ata de sua reunião de política monetária de junho. O documento veio em linha com as comunicações recentes e reforçou a intenção do banco central de voltar a elevar os juros em julho (após pausa em junho) por conta da atividade aquecida e inflação ainda pressionada.

De fato, os dados recentes continuaram apontando para um mercado de trabalho apertado nos Estados Unidos. O principal relatório de emprego do país, o Nonfarm Payroll, registrou um aumento líquido de 209 mil empregos, um pouco abaixo das expectavas do mercado de 230 mil, embora represente um número ainda alto. O salário médio cresceu em 0,4% m/m em junho, acima das expectativas e das variações mensais consideradas ideias, isto é, abaixo de 0,2%. Ademais, a taxa de desemprego caiu de 3,7% para 3,6%, continuando em níveis historicamente muito baixos.

Outros dados, como os pedidos semanais de auxílio-desemprego registraram 253 mil na média móvel das últimas 4 semanas, muito abaixo dos 500 mil observados em períodos de contração. Por fim, o relatório JOLTS divulgado na quinta-feira mostrou uma leve queda nas vagas de emprego disponíveis, de 10,1 milhões em abril para de 9,8 milhões em maio, porém o excesso de demanda por trabalhadores continua muito alto (60% acima da oferta). A resiliência do mercado de trabalho e do crescimento salarial é mais um elemento que deve forçar o Fed (Banco Central dos EUA) a voltar a subir os juros em sua reunião de julho.

Crescimento da China segue desapontado

Na China, o índice da sondagem empresarial PMI de serviços recuou para 53,9 em junho, de 57,1 em maio (valores acima de 50 indicam expansão). É a leitura mais baixa desde a reabertura da economia pós-Covid. O PMI composto da Caixin/S&P, que inclui tanto a atividade manufatureira quanto a de serviços, caiu de 55,6 para 52,5. Os resultados mostram que o crescimento da China pós-Covid vem sendo pior do que o esperado, embora positivo.

Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

Enquanto isso, no Brasil…

Câmara aprova reforma tributária do consumo

Após 30 anos de discussões, a Câmara dos Deputados aprovou a reforma tributária dos impostos sobre o consumo. A emenda constitucional transforma cinco tributos diferentes em dois: a Contribuição sobre Bens e serviços (CBS) que será administrada pela União, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que será administrado por Estados e Municípios em comitê conjunto. A reforma tende a ser positiva no âmbito macroeconômico, pois visa a criar um sistema mais transparente, equilibrado e simples. Isso reduziria as taxas de litígio, custos de conformidade e má alocação de capital, ajudando a estimular a produtividade no longo prazo. Entre as empresas, o impacto de curto prazo é ambíguo, pois a carga tributária pode aumentar ou diminuir dependendo do setor. Em notas recentes, analistas da XP detalharam o texto aprovado e discutiram o impacto em cada setor.

Publicamos nossa revisão de cenários, projetando inflação e juros um pouco mais baixos

O time de pesquisa econômica da XP revisou suas projeções de inflação e taxa de juros. No relatório Brasil Macro Mensal, publicado ontem, as estimativas para o IPCA foram ajustadas para baixo: de 4,9% para 4,7% em 2023, e de 4,5% para 4,1% em 2024. O recuo da inflação reforça o cenário da XP para a taxa Selic, o qual considera corte de juros de 0,25pp em agosto e cortes de 0,50pp nas reuniões seguintes. A taxa básica é projetada em 12,00% no final de 2023 e em 10,50% no final de 2024 (previsão anterior: 11,00%). No entanto, riscos inflacionários de médio prazo persistem, devido sobretudo ao viés expansionista da política fiscal. Para acessar o relatório completo, clique aqui.

Indústria de lado

A produção industrial cresceu modestamente (0,3%) em maio em relação a abril. Apesar da virtual estagnação nos últimos meses, diferentes histórias têm sido notadas dentro de principais atividades industriais. Do lado positivo, a mineração tem crescido consistentemente desde o início do ano. Outros sinais animadores vieram de Produtos Têxteis, que cresceram cerca de 5% nos primeiros cinco meses de 2023. Por outro lado, a produção de bens de capital continua em baixa. Anualmente, a categoria despencou cerca de 12%. Condições monetárias mais apertadas, maior endividamento corporativo e queda na produção de caminhões/ônibus explicam o desempenho ruim. Projetamos que a indústria brasileira, como um todo, cresça 0,8% em 2023.

Balança comercial bate recordes

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$10,6 bi em junho, acima das expectativas de R$9,5 bi. As exportações caíram 8,1% na comparação interanual, enquanto as importações afundaram 18,2%. Em 2023, o saldo acumulado avançou para US$45,5 bi, crescimento de 32,9% na comparação com o mesmo período de 2022. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revisou a expectativa para o saldo comercial deste ano de US$ 84,1 bi para US$ 84,7 bi. O time de macroeconomia da XP espera saldo superavitário de US$73,0 bi.

O que esperar da semana que vem

Na seara internacional, o destaque da próxima semana é a divulgação do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, sigla em inglês) relativo a junho, na quarta-feira. Na quinta-feira, a inflação ao produtor (PPI, sigla em inglês) também do mês passado será divulgada. Ademais, diversos dirigentes do Fed darão discursos publicamente ao longo da semana, podendo recalibrar as expectativas para a política monetária adiante. No Reino Unido, o foco será o relatório de emprego (terça-feira) e no PIB mensal de maio (quinta-feira). Na China, os dados de inflação ao produtor e consumidor serão divulgados no domingo, enquanto os resultados do comércio exterior de junho serão conhecidos na sexta-feira.

No Brasil, agenda de indicadores relevantes. O protagonista da próxima semana será o IPCA de junho, divulgado na terça-feira, para o qual a XP espera deflação de -0,13% m/m, condizente com expansão interanual de 3,11%. A desaceleração ante maio se dará sobretudo pela queda em itens alimentícios, pelos descontos nos preços de automóveis novos e pela baixa nos preços da gasolina após reajustes da Petrobras. Em relação à atividade econômica, destaque para a divulgação das vendas no varejo e receitas do setor de serviços em maio. Segundo as nossas estimativas, o comércio varejista ficou praticamente estável no mês, porém com sinais mistos entre as categorias. O aperto das condições de crédito e o elevado endividamento das famílias contrabalançam a expansão da renda disponível e o recuo da inflação no curto prazo. Já o setor de serviços deve ter crescido em maio, ainda que moderadamente. Os serviços de informação, comunicação e transportes continuam em trajetória de alta, apesar da perda de velocidade no 2º trimestre.

Clique aqui para receber por e-mail os conteúdos de economia da XP

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


Newsletter
Newsletter

Gostaria de receber nossos conteúdos por e-mail?

Cadastre-se e receba grátis nossos relatórios e recomendações de investimentos

Disclaimer:

Este relatório foi preparado pela XP Investimentos CCTVM S.A. (“XP Investimentos”) e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º na Resolução CVM 20/2021. Este relatório tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas e análises políticas, e não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra/venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra/venda de qualquer instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações contidas neste relatório foram consideradas razoáveis na data em que ele foi divulgado e foram obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. A XP Investimentos não dá nenhuma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confiabilidade ou exatidão dessas informações. Este relatório também não tem a intenção de ser uma relação completa ou resumida dos mercados ou desdobramentos nele abordados. As opiniões, estimativas e projeções expressas neste relatório refletem a opinião atual do responsável pelo conteúdo deste relatório na data de sua divulgação e estão, portanto, sujeitas a alterações sem aviso prévio. A XP Investimentos não tem obrigação de atualizar, modificar ou alterar este relatório e de informar o leitor. O responsável pela elaboração deste relatório certifica que as opiniões expressas nele refletem, de forma precisa, única e exclusiva, suas visões e opiniões pessoais, e foram produzidas de forma independente e autônoma, inclusive em relação a XP Investimentos. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da XP Investimentos, incluindo agentes autônomos da XP e clientes da XP, podendo também ser divulgado no site da XP. Fica proibida a sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da XP Investimentos. A XP Investimentos não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas e se exime de qualquer responsabilidade por quaisquer prejuízos, diretos ou indiretos, que venham a decorrer da utilização deste material ou seu conteúdo. A Ouvidoria da XP Investimentos tem a missão de servir de canal de contato sempre que os clientes que não se sentirem satisfeitos com as soluções dadas pela empresa aos seus problemas. O contato pode ser realizado por meio do telefone: 0800 722 3710. Para maiores informações sobre produtos, tabelas de custos operacionais e política de cobrança, favor acessar o nosso site: www.xpi.com.br.

A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.