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Esperando o melhor, preparando-se para o pior

Na semana passada, visitei vários gestores de fundos em São Paulo e no Rio, juntamente com nossa equipe de análise política. As reuniões presenciais estão aos poucos começando a retornar a algum tipo de “normalidade”. Nosso objetivo era compartilhar nossas opiniões sobre o cenário, bem como ouvir as opiniões dos gestores também. O trânsito nas […]

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Na semana passada, visitei vários gestores de fundos em São Paulo e no Rio, juntamente com nossa equipe de análise política. As reuniões presenciais estão aos poucos começando a retornar a algum tipo de “normalidade”. Nosso objetivo era compartilhar nossas opiniões sobre o cenário, bem como ouvir as opiniões dos gestores também.

O trânsito nas ruas está começando a voltar ao normal, conforme vemos nas tendências de mobilidade da Apple para a cidade São Paulo, que já se encontra quase de em níveis pré-pandemia. Embora o mesmo ainda não seja verdade para os aeroportos, e os gestores também não estejam totalmente de volta ao escritório, a queda acentuada nos casos e mortes de COVID recentemente tem acelerado a “reabertura” no Brasil.

Fonte: Apple Mobility para a cidade de São Paulo

O título da nota resume bem o sentimento geral que observamos: os investidores institucionais locais estão procurando pontos de inflexão potenciais para ficarem mais otimistas com os ativos brasileiros, após vários meses fracos para o mercado e os ativos brasileiros (Bolsa, juros e câmbio). No entanto, eles também estão “se preparando para o pior”, pois estão concentrando suas carteiras em nomes defensivos e líquidos, que são menos voláteis e têm um beta mais baixo, e estão mais isolados de uma história Macro doméstica mais desafiadora.

O cenário político e fiscal continua entre as principais preocupações

As discussões em torno do cenário político continuam sendo um dos principais pontos de interesse para os investidores. No curto prazo, as principais áreas de foco são: 1) a aprovação da Emenda Constitucional sobre o pagamento dos precatórios (PEC dos Precatórios), que pode abrir espaço no orçamento de 2022 para os programas sociais, respeitando o teto de gastos, 2) a renovação do auxílio emergencial até o final do ano e 2022 e o novo programa de Renda (Bolsa Família), e 3) a eventual aprovação ou não da Reforma Fiscal do Senado, que não está avançando tão rápido quanto na Câmara. A visão consensual é que, uma vez que essas questões sejam aprovadas, o mercado tem espaço para subir e focar nos fundamentos novamente, a qual concordamos 100%.

A médio prazo, as eleições de 2022 são o principal ponto de foco entre os gestores. Vários veem a possibilidade de uma terceira via crescendo nas pesquisas como uma grande probabilidade, apesar do consenso de que as eleições presidenciais serão uma disputa entre o atual presidente, Jair Bolsonaro, e o ex-presidente Lula. As primárias do PSDB serão acompanhadas de perto pelos investidores, pois vários veem a probabilidade de Eduardo Leite vencer João Doria. Leite é visto por muitos investidores como um candidato potencial para formar uma coalizão entre partidos do centro. Leite ainda oscila em torno de 4% das intenções de voto, enquanto João Dória tem cerca de 5% das intenções. Porém, a maioria dos investidores reconhece que ainda é muito cedo para acompanhar de perto as pesquisas de intenção de voto e que muita coisa pode mudar nos próximos 12 meses.

Na Bolsa, quatro temas principais dominam

Com relação às ações brasileiras, vemos quatro temas principais no topo das mentes dos investidores institucionais locais.

  1. Liquidez em primeiro lugar: os resgates de fundos de ações estão fortes nos últimos 2 meses, já que não apenas os retornos do mercado têm sido ruins, mas a renda fixa está atraindo fluxos significativos também. As debêntures prefixadas e os rendimentos do crédito privado já estão em níveis de dois dígitos, enquanto os títulos indexados à inflação oferecem IPCA + 5% ou mais para os investidores. Como resultado, os gestores tiveram que redirecionar suas carteiras para nomes mais líquidos, dos quais eles podem sair sem muitos problemas, se necessário, por conta dos resgates. Bancos são um setor óbvio para esses fundos, já que essas ações não são apenas líquidas, mas também vistas como algo protegidas de taxas de juros mais altas. Por outro lado, esse foco em nomes líquidos oferece oportunidades óbvias para investidores que não têm essas restrições e podem comprar em IPOs recentes e outros nomes ilíquidos que tiveram dificuldades nos últimos meses (alguns caíram mais de 30%).
  2. Commodities são um tema de consenso para a maioria dos investidores que encontramos. Essas ações são líquidas, isoladas da história desafiadora da Macro doméstica, têm receitas denominadas em dólares americanos e são uma grande proteção contra a inflação, a preocupação número um na mente de todos agora. No entanto, não há nenhum consenso sobre quais indústrias ou ações devem ser posicionadas.
    A) Energia é um consenso, embora os investidores não estejam em sincronia quando se trata de como investir no tema. A Petrobras (não coberta) é a favorita para alguns fundos, mas outros veem riscos políticos crescentes em sua política de preços e possíveis intervenções do governo. Como resultado, as empresas juniores de Petróleo e Gás têm tido muito interesse por parte dos investidores (Petro Rio, Petro Recôncavo e 3R), bem como empresas globais de Óleo e Gás também.
    B) Mineração era um consenso alguns meses atrás, mas desde o colapso nos preços do minério de ferro e na produção de aço da China, vários investidores reduziram suas posições overweight na Vale.
    C) Aço é um setor dividido, já que quase metade dos investidores vê o setor como barato e se beneficiando do declínio da produção de aço da China, o que provavelmente criará uma escassez de aço nos mercados externos, beneficiando os produtores locais. A outra metade dos gestores está preocupada com a possibilidade de os preços do aço estarem muitos altos e provavelmente passarem a cair, acompanhando a queda dos preços do minério de ferro. Como resultado, as ações das produtoras de aço são vistos como uma opção ruim por esses gestores.
    D) Celulose é uma indústria vista como mais defensiva dentro das commodities e geralmente é apreciada pela maioria dos investidores como resultado. No entanto, a celulose tem o quadro de oferta e demanda menos apertado e, como resultado, os preços da celulose têm caído de forma estável nos últimos meses. Alguns preferem a Suzano, enquanto outros citam a Klabin, também pela exposição de papéis e embalagens.
  3. Crescimento seculares: a perspectiva macro no Brasil está ficando mais desafiadora para 2022. As projeções de crescimento do PIB giram em torno de +1%, a inflação deve permanecer elevada no primeiro semestre do ano, a taxa de juros Selic devem atingir perto de 10%, em um cenário de crise de energia hídrica e eleições presidenciais. Como resultado, os investidores estão se concentrando em histórias mais protegidas do Macro e, de preferência, com histórias de crescimento seculares. Nesse sentido, ações como Assai, Hapvida, Intermedica, Vamos, WEG, Petz são nomes que se ouvimos com mais frequência. O e-commerce é uma área que os investidores parecem mais cautelosos, não só pelo desafiador Macro, mas também pelo aumento da concorrência de players globais, como Mercado Livre (MELI), Shopee (Sea Limited), Alibaba e Amazon. As empresas de tecnologia também estão dentro do reino das histórias de crescimento secular, mas a alta valorização em meio a um aumento significativo no custo de capital no Brasil é uma fonte de preocupação para muitos.
  4. Oportunidades específicas: à medida que os investidores procuram sinais de ponto de inflexão no mercado, vários procuram nomes que sofreram muito durante a recente queda, ou que se beneficiam de algumas histórias específicas. Mencionamos os shoppings como um setor interessante, pois eles se beneficiam com a história da reabertura e as ações voltaram aos patamares pré-pandemia. Multiplan é o nosso nome preferido no segmento, que também está na nossa lista Top 10. No caso de oportunidades específicas, os gargalos da cadeia de suprimentos global é um tema que os investidores estão observando de perto. Nomes como Vulcabras podem se beneficiar da redução na produção de tênis e equipamentos esportivos de fabricantes globais, já que produzem localmente e são donos das marcas da Mizuno, Under Armour e Olympikus no Brasil. Outras oportunidades que os investidores estão vendo são os IPOs recentes que tiveram vendas forçadas por parte de alguns fundos, mas onde os fundamentos parecem inalterados. Multilaser é um nome que ouvimos de vários investidores nessa frente, além de players de internet como Unifique e Brisanet.

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